domingo, 7 de agosto de 2016

LULA E SEU (CADA VEZ MAIS QUIMÉRICO) SONHO DE VOLTAR À PRESIDÊNCIA

Lula tem colecionado tantos reveses que, segundo a Folha, será surpresa se chegar a 2018 com sua candidatura de pé. Alguns dirão que a sucessão de embaraços nada mais é que o corolário de sua manobra mais desastrada ― a escolha do “poste” que o sucedeu no Planalto ― e que, com a afastada em vias de ser defenestrada de vez, ele estaria buscando lustrar a própria biografia, ao menos perante a minguada torcida petista.

Isso talvez explique a retomada de peregrinações saudosistas a redutos de popularidade lulista, como o Nordeste, mas bem mais difícil seria aplicar tal racionalização à canhestra iniciativa de denunciar o juiz Moro ao COMITÊ DE DIREITOS HUMANOS DA ONU por suposta violação de direitos, cuja eficácia jurídica é zero. Até porque, ainda que agasalhasse o pleito do petralha ― o que é improvável ―, o comitê poderia, quando muito, expedir recomendações inócuas ao Judiciário brasileiro, que serviriam apenas para fomentar antipatia entre os magistrados tupiniquins.

Do ponto de vista midiático, porém, essa manobra teve vida curta, pois sumiu das manchetes assim que o molusco foi promovido à categoria de réu ― não em Curitiba e nem por Sergio Moro, mas por um juiz federal de Brasília, que considerou suficientes para tanto os indícios de tentativa de obstrução da Justiça no petrolão. De acordo com postagem do jornalista Cláudio Humberto no site Diário do Poder, esse teatro armado na ONU se destina a pavimentar o caminho da fuga. Se preso e condenado, o petralha quer passar de reles criminoso a perseguido político, e caso não suporte viver anos atrás das grades, pedir asilo a algum país.

Denúncia não significa condenação, naturalmente. Mas não é fardo leve para se carregar. E Lula já conta com farta bagagem a onerá-lo no trajeto até 2018, do mensalão às nebulosas transações imobiliárias em Guarujá e Atibaia.
Segundo o site O Antagonista, a Justiça Federal em Brasília tornou público um depoimento dado pelo ex-presidente em abril, no âmbito da investigação por obstrução à Lava-Jato, no qual ele afirma que Delcídio teria mentido ao acusá-lo de envolvimento na operação, e que sua a relação com o ex-senador do PT “era pequena” e só aumentou depois que o senador virou líder do governo Dilma. Mas o fato é que Delcídio é do grupo do PT em Mato Grosso do Sul, o mesmo grupo de Vander Loubet e Zeca do PT; o mesmo grupo que acolheu Paulo Bernardo; o mesmo grupo de José Carlos Bumlai e dos publicitários Armando Peralta Barbosa e Giovane Favieri.

Lula disse ainda que “Delcídio vem de um Estado longínquo”, mas, muito convenientemente, deixou de mencionar que o senador passava sempre por lá, em época de campanha, para arrecadar com os fazendeiros da região. Então, quem mentiu? Delcídio ou Lula?