segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

COLLOR PRESIDENTE? SÓ FALTAVA ESSA!


Desde a redemocratização desta Banânia, há quase 30 anos, elegemos quatro presidentes: Fernando Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma. Não, eu não me esqueci de Sarney; só não o incluí porque ele não foi eleito pelo voto popular.

Observação: Para quem não se lembra, o macróbio maranhense era vice de Tancredo Neves, que também não entrou para a lista por ter sido escolhido por um colégio eleitoral formado por 686 deputados, senadores e delegados estaduais. A votação ocorreu em 15 de janeiro de 1985, e a raposa mineira venceu Paulo Maluf ― que se encontra atualmente cumprindo pena no complexo penitenciário da Papuda ― por 480 a 180 votos, com 9 ausências e 17 abstenções. Por ironia do destino, Tancredo morreu em 21 de abril daquele ano, data consagrada a Tiradentes, o “mártir da independência”.

Apenas dois desses quatro ex-presidentes concluíram seus mandatos: Fernando Henrique (1995 - 2002) e Lula (2003 - 2010). Collor assumiu em 15 de março de 1990 e renunciou em 29 de dezembro de 1992, horas antes de ser julgado por crime de responsabilidade (mesmo assim o Congresso cassou seus diritos políticos). Dilma, que também foi expulsa de campo no início do segundo tempo, assumiu em 1º de janeiro de 2011 e destruiu alegremente a nossa economia até maio de 2016, quando foi substituída por Miguel Michel Elias Temer Luria, o vice decorativo escolhido por Lula e que, por outra dessas  ironias do destino, perdeu a oportunidade de entrar para a história como “o cara que recolocou o Brasil nos trilhos do crescimento” e será lembrado como o primeiro presidente denunciado por crime comum durante o exercício do cargo. E O CARA FALA EM CONCORRER À REELEIÇÃO!!!!!!!!!

Quase três décadas depois de eleger o“caçador de marajás” de festim ― e um quarto de século depois de se livrar dele ―, o Brasil vê o dito-cujo falar em se candidatar novamente à presidência, justamente num momento em que o povo anseia por alguém capaz de sepultar os desvarios dos dois extremistas que, segundo as pesquisas, encabeçam o ranking dos preferidos pelos esclarecidos eleitores tupiniquins (como eu costumo dizer, a cada segundo nasce um idiota neste mundo, e os que nascem no Brasil já vêm com título de eleitor).

Quem votou nesse farsante corrupto e arrogante em 1989 ― como fez este humilde escriba, uma vez que a alternativa era o Lula ― pode até alegar que não sabia o que estava fazendo, mas os alagoanos que o elegeram senador em 2006 e o reelegeram em 2014 sabiam muito bem no que estavam se metendo.

Depois de recuperar seus direitos políticos, Collor disputou o governo de Alagoas em 2002, mas perdeu para o então governador Ronaldo Lessa. Em 2010, candidatou-se pela terceira vez ao governo do estado (a primeira foi em 1986, quando ele conseguiu se eleger), mas foi derrotado já no primeiro turno. Em março de 2015, o marajá dos marajás entrou para a lista dos investigados da Lava-Jato; em abril de 2017, foi denunciado por peculato, e em agosto do mesmo ano, tornou-se formalmente réu no STF (vale salientar o falastrão responde a 6 outros inquéritos oriundos das investigações da Lava-Jato sobre o Petrolão).

Num país que parece se sentir mais feliz de cócoras e apreciar o avesso das coisas, a farsa se repete como farsa e a História faz de conta que é outra história. Collor será sempre Collor, e os eleitores idiotas serão sempre eleitores idiotas.

O ex-presidente de nada saudosa memória continua o mesmo; o cenário político é que mudou para pior. Não sei se sua suposta candidatura irá adiante, nem qual a posição que ele ocuparia entre os demais aspirantes ao Palácio do Planalto, mas qualquer pessoa que não tenha neurônios de ameba entende quão absurdo é alguém se candidatar a um cargo que, na condição de réu em ação criminal, não pode ocupar nem mesmo interinamente.

Volto a lembrar que foi exatamente por essa razão que o STF afastou Renan Calheiros da linha sucessória presidencial, no final de 2016, quando o Cangaceiro das Alagoas, então presidente do Senado, se tornou réu por peculato. E o mesmo vale para Lula, cuja situação é ainda mais delicada: além de ser réu em 7 ações penais, o molusco já foi sentenciado a 9 anos e meio de prisão numa delas. Resta saber como ficará sua pretensa candidatura depois que seu recurso for julgado pela 8ª Turma do TRF-4, mas isso já é outra conversa.

Num debate transmitido pela rádio Jovem Pan, Carlos Andreazza disse que a candidatura de Collor é matéria de piada. Marcelo Madureira concordou, relembrou o folclórico supositório de cocaína e emendou: com a candidatura de Collor, está formada a “Santíssima Trindade do Capeta: Lula, Bolsonaro e Collor”. Já Luciana Verdolin relembrou outras histórias e salientou o fato de Collor ser réu na Lava-Jato (parece que não sou só eu que me atenho a esse “detalhe”). Confiram no vídeo a seguir:


Vejam também o que disseram Augusto Nunes e Marco Antonio Villa sobre o estropício:


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