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domingo, 28 de julho de 2019

A CAMINHO DE BRASÍLIA...



Oi, pessoal...

Escrevo pra me despedir, pois estou de mudança para Brasília. Passei num concurso para assessor de deputado e vou assumir o cargo. Caso vocês tenham interesse em concorrer, encaminho a prova que fiz, para que possam se preparar (assim que marcarem novo concurso eu aviso a todos).

CONCURSO PÚBLICO INTERNO

Para concorrer a uma vaga de assessor de Deputado.

As questões foram elaboradas a pedido do digníssimo Presidente da Câmara para provar que não existe essa história de nepotismo e que é preciso estudar e ter seu cargo garantido.

QUESTÕES:

1) Um grande presidente brasileiro foi Castelo _________
( ) Roxo
( ) Preto
( ) Branco
( ) Rosa choque
( )Amarelo

2)Um líder chinês muito conhecido chamava-se Mao-Tse______
( ) Tang
( ) Teng
( ) Ting
( ) Tong
( ) Tung

3) A principal avenida de Belo Horizonte chama-se Afonso_______
( ) Pelo
( ) Pentelho
( ) Penugem
( ) Pena
( ) Cabelo

4) O maior rio do Brasil chama-se Ama_________
( ) boates
( ) zonas
( ) cabarés
( ) relinho
( ) puteiros

5) Quem descobriu a rota marítima para as Indias foi __________
( ) Volta Redonda
( ) Fluminense
( ) Flamengo
( ) Botafogo
( ) Vasco da Gama

6) A América foi descoberta por Cristóvão Co_______
( ) maminha
( ) picanha
( ) alcatra
( ) lombo
( ) carne de sol

l7) Grande Bandeirante foi Borba _______
( ) Lebre
( ) Zebra
( ) Gato
( ) Veado
( ) Vaca

8) Quem escreveu ao Rei de Portugal sobre o descobrimento do Brasil foi Pero Vaz de ______
( ) Anda
( ) Para
( ) Corre
( ) Dispara
( ) Caminha

9) Um famoso ministro de Portugal foi o Marques de ________
( ) Galinheiro
( ) Puteiro
( ) Curral
( ) Pombal
( ) Chiqueiro

10) D. Pedro I popularizou-se quando __________
( ) eliminou a concorrência
( ) decretou sua falência
( ) saturou a paciência
( ) proclamou a independência
( ) liberou a flatulência

11) Pedro Álvares Cabral _____________
( ) inventou o fuzil
( ) engoliu o cantil
( ) descobriu o Brasil
( ) foi pra puta que pariu
( ) tropeçou mas não caiu

12) Foi no dia 13 de maio que a Princesa Isabel____________
( ) aumentou a tanajura
( ) botou água na fervura
( ) engoliu a dentadura
( ) segurou a coisa dura
( ) aboliu a escravatura

13) Um grande ator brasileiro é Francisco Cu______
( ) sujo
( ) de ferro
( ) oco
( ) largo
( ) apertado

14) O autor de Menino do Engenho foi José Lins do ______
( ) Fiofó
( ) Cu
( ) Rego
( ) Furico
( ) Forevis

15) O mártir da independência foi Tira______
( ) gosto
( ) cabaço
( ) que está doendo
( ) dentes
( ) e põe de novo

16) D. Pedro I às margens do Rio Ipiranga, gritou______

( ) Hortência volte!
( ) Eu dou por esporte!
( ) Como dói, prefiro a morte!
( ) Independência ou morte!
( ) Maria, endureceu! Que sorte!

Estudem que a gente se vê em breve...


Para encerrar:

quinta-feira, 21 de março de 2019

O BRASIL E O MAL MENOR



Antes de reproduzir um texto lapidar de Merval Pereira, torno a relembrar que o presidente Jair Bolsonaro, como na fábula do Velho, do menino e do burro, foi, é e será criticado por tudo que disse, diz e venha a dizer, não importa o que tenha sido, seja ou venha a ser. Se a unha de alguém encravar, a culpa será dele; se chover e houver inundações, a culpa também será dele; se faltar água nos reservatórios, idem na mesma data. O pior é que ele próprio faz questão de contribuir para as críticas, mas isso já é outra conversa. 

Quanto a sua alegada vassalagem a Trump, brilhantemente representada na imagem caricata que ilustra esta postagem, acho que há algum exagero por parte detratores de plantão. Até porque, ao longo dos 13 anos e fumaça do jugo lulopetista, essa caterva se manteve em silêncio reverencial enquanto o Brasil se alinhava a Cuba, à Venezuela e a outros países governados por tirantes de merda e bancasse suas obras faraônicas com rios de dinheiro público — cuja cor dificilmente voltaremos a ver. Agora, porém, como é Bolsonaro quem governa esta Banânia, a pancadaria come solta, a pretexto de o presidente, sob forte inspiração “trumpista”, incorrer num revanchismo precário ao não se dar conta de que a esquerda foi (supostamente) defenestrada do poder há mais de dois anos, além de cometer todo tipo de desatino, de postar vídeos escatológicos a defender a troca da embaixada em Israel.

Historicamente, o Brasil avança não pelo governo que tem, mas apesar dele. Todavia, a despeito de o país correr o risco de falir se a reforma da Previdência não sair, parlamentares fisiologistas querem saber primeiro o que vão ganhar se votarem a favor da PEC — o que é ainda mais grave num momento que requer o apoio de todos, pouco importando sua posição no espectro político partidário. Como se não bastasse, governadores dos estados do Nordeste (justamente onde o povo é mais miserável) se alinham contra a proposta da reforma como forma de se vingar da derrota da desprezível marionete do presidiário de merda... 

E como se esse show de horrores já não bastasse, o STF, diante de dois entendimentos juridicamente defensáveis, escolheu justamente o que favorece os políticos corruptos (registre-se que 5 dos 11 ministros foram votos vencidos). Mas não foi só: um desses “colossos togados”, do alto do Olimpo onde eles se encastelam para jogar migalhas à plebe ignara que paga seus régios salários, ainda teve o desplante de dizer que “o Judiciário Eleitoral fez um trabalho extraordinário na luta contra os crimes dos políticos”... Depois, quando um dos filhos do presidente diz que basta um soldado e um cabo para fechar o Supremo... Enfim, com a palavra o Merval:

O país vive há anos em busca do “salvador da pátria”, e só consegue encontrar o “mal menor”, o “erro novo”. Assim Jair Bolsonaro foi eleito em 2018, Collor em 1989. Apenas dois presidentes depois da redemocratização foram eleitos por projetos políticos: Fernando Henrique em 1994, com o Plano Real, e Lula em 2003, apresentando-se como alternativa ao que chamava de projeto neoliberal.

Os dois foram reeleitos em 1988 e 2006 esgotando as últimas reservas dos projetos vitoriosos. A reeleição, cada um a seu tempo, pareceu à maioria o “mal menor”. Fernando Henrique reeleito no primeiro turno, temendo ser derrotado se disputasse o segundo. Lula ficou deprimido ao não conseguir vencer no primeiro turno, quando o então governador tucano Geraldo Alckmin teve uma votação espantosa de 41% dos votos. Depois, graças a erros banais e à campanha medíocre, teve menos votos que no primeiro turno.

Lula chegou ao poder em 2003 depois de perder quatro eleições, porque se reinventou criando o personagem Lulinha Paz e Amor. E lançou a Carta aos Brasileiros. Mas também porque o segundo governo de Fernando Henrique, que teve méritos evidentes como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Rede de Proteção Social, origem do Bolsa-Família, dos genéricos e do combate à Aids, ficou marcado pela desvalorização do Real logo nos primeiros dias, o apagão de energia e a economia em situação difícil.

Paradoxalmente, para acalmar o mercado financeiro, Lula teve que escrever a Carta aos Brasileiros, onde se comprometia a manter o tripé da política econômica: câmbio flutuante, meta de inflação e equilíbrio fiscal. Foi isso que garantiu o bom desempenho econômico no primeiro governo Lula, e o tripé é a base da política econômica até hoje”

Em 2006, Lula, atingido em cheio pelas denúncias do mensalão, foi o “mal menor”. Sua reeleição pareceu à maioria a continuidade de um projeto político, solução menos traumática, apesar de tudo. Os demais presidentes foram escolhidos para derrotar alguém.

Com um crescimento de 7,5% no ano de 2010, Lula conseguiu eleger Dilma Rousseff, mas deu início à crise econômica que resultou na recessão mais grave já havida no país. A desastrada nova matriz econômica, comandada pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, e a absoluta incapacidade da presidente fizeram com que seu primeiro mandato terminasse em crise generalizada, inclusive com as primeiras denúncias de corrupção endêmica no petrolão, que dominou a campanha de reeleição.

Apesar de Dilma, Lula ainda tinha força suficiente para reelegê-la, mas à custa de uma campanha milionária financiada pelo dinheiro da corrupção. Dilma derrotou Aécio Neves, o candidato tucano, por uma diferença de 3% dos votos. Mas, assim como em 1989 — quando Collor e Lula disputaram o primeiro turno — não havia escolha boa, também em 2014: soube-se depois que Aécio estava enredado na mesma teia de corrupção que denunciara durante a campanha.

Em 1989, qualquer resultado seria desastroso para o país, como foi a vitória de Collor, que acabou impichado. O próprio Lula, mais adiante, admitiu que sua vitória seria uma tragédia, pois ele não estava preparado para o cargo.

As crises econômica e moral levaram a um ambiente de rejeição ao governo Dilma, que acabou impichada, também porque o vice Michel Temer despontou como “o mal menor”. O governo substituto superou a inflação e deu início ao fim da recessão, mas também se enredou em denúncias de corrupção que o paralisaram, impedindo que aprovasse a reforma da Previdência. Foi o governo mais impopular que o país já teve.

A rejeição à volta do PT acabou levando ao poder Jair Bolsonaro, que pareceu à maioria dos eleitores o “mal menor”, o “erro novo”. Só uma parcela deles, a mais barulhenta e atuante, o considera uma alternativa programática.

Com o país dividido, o centro político sumiu do embate eleitoral. Após quase três meses de mandato, vivemos um ambiente político radicalizado incentivado pelo próprio presidente da República, onde crises se sucedem, com fatos novos diários a corroer a institucionalidade de Bolsonaro a tal ponto que já se fala abertamente na possibilidade de o vice assumir o governo caso a reforma da Previdência não seja aprovada e a economia continue em crise, com o país ladeira abaixo.

Mais uma vez, busca-se o “mal menor”. Até quando ?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

AINDA SOBRE A CERIMÔNIA DE POSSE



Como era previsto, a maioria das emissoras de rádio e televisão acompanharam pari passu a posse do novo presidente da República. Muitos jornalistas se queixaram do aparato de segurança montado em Brasília; alguns chegaram a falar em “restrições” que os impediram de reportar aos ouvintes e telespectadores a plenitude da efeméride — sobretudo porque seus crachás não lhes davam acesso amplo, geral e irrestrito, como havia sido nas cerimônias de posse anteriores. Prefiro não entrar no mérito.

A exemplo de muita gente, não tive paciência para acompanhar integralmente a novela e ouvir todos os discursos (talvez por efeito da síndrome do macaco). Dos trechos a que assisti, destaco a formidável cara-de-pau do (ainda) presidente do Senado e do Congresso, cujo nariz crescia a olhos vistos conforme ele proferia seu interminável discurso, para atingir o ápice no trecho em que afirmou que “aqui neste Congresso não houve pauta-bomba nem deixou-se herança maldita”. Caberia perguntar ao nobre parlamentar como ele classifica o aumento dos super salários do funcionalismo e o déficit da Previdência.

Eunício  um dos mais notáveis expoentes da velha e imprestável política tupiniquim — demonstrou para além de qualquer dúvida razoável que ele e seus pares nos tomam por um bando de idiotas, cuja única função é comparecer às urnas e votar neles a cada quatro anos. Felizmente, o senador cearense foi derrotado nas urnas por Cid Gomes — que se notabilizou por ensinar a um bando de petistas, dias antes do segundo turno, que “Lula está preso, babacas” — e pelo presidente do Fortaleza Futebol Clube, cujo nome ora me escapa, mas cujo partido era o PROS.

Mesmo excluído da próxima legislatura, o parlamentar parlapatão não se furtou a proferir um discurso mais longo que o do próprio presidente, cuja atuação nos 28 anos de vida parlamentar Eunício chegou a elogiar. Mais chato que seu interminável discurso, só os votos de alguns ministros do STF — que parecem se encantar com o som da própria voz. Mas valeu a pena assistir ao episódio pela expressão de Bolsonaro durante a lengalenga. 

Citando Confúcio, Eunício ensinou que o discurso empolga (duvido que se referisse ao próprio, já que de burro ele não tem nada), e em outro trecho, numa paráfrase mal ajambrada de Otto von Bismarck, lembrou que a política é a arte do consenso. Na verdade, o Chanceler de Ferro disse que a política é a arte do possível, e se os políticos tupiniquins só chegam a algum consenso, é para favorecer a si próprios e ferrar a população. 

Para encerrar, um excerto da introdução da matéria de capa da Revista Veja desta semana:

Todo início de governo é um mar de novidades, com a revelação de novos nomes, novos gostos, novos estilos — e, quase sempre, velhos hábitos. Na recente história da democracia brasileira houve a República de Alagoas, de Fernando Collor. Depois do impeachment de 1992, o Brasil apressou-se para conhecer a República mineira do pão de queijo de Itamar Franco. Com Fernando Henrique Cardoso e Lula, o país primeiramente entrou no bairro paulistano de Higienópolis para depois flanar pelas ruas de São Bernardo do Campo, e em cada região teve de aprender a reconhecer gestos inéditos. Veio Dilma, deu-se um outro impeachment, veio Michel Temer — e a velocidade das mudanças impôs uma corrida para intuir o que se veria pela frente. É o que viveremos a partir da próxima terça-feira, com a posse de Jair Bolsonaro.

Que Deus esteja conosco.

sábado, 18 de novembro de 2017

MAIS SOBRE NOSSA FAUNA PARLAMENTAR...



Vivemos numa democracia representativa, onde todo poder emana do povo e em seu nome é exercido ― pausa para as gargalhadas...

... e onde a população interfere no funcionamento do governo por meio de eleições, ainda que, dada a qualidade do nosso eleitorado, melhores resultados são obtidos através das redes sociais e manifestações populares, como as que nos trouxeram eleições diretas e, mais adiante, o previsível e previsivelmente traumático impeachment da nefelibata da mandioca.

Os 3 poderes da República ―Executivo, Legislativo e Judiciário ― são instituições independentes, cada qual com suas funções específicas. A imprensa é tida como o quarto poder, mas isso é outra conversa. No Legislativo, que é o foco desta abordagem, a fauna parlamentar tupiniquim é composta por 513 deputados federais e 81 senadores ― boa parte dos quais é atualmente investigada na Lava-Jato, mas isso também é outra conversa.

Aos nobres integrantes da Câmara Federal cabe elaborar e revisar as leis, de acordo com as demandas populares e os ditames da Constituição ― podem rir de novo ―, bem como cobrar as contas do Executivo, autorizar a abertura de processo contra o presidente da República (impeachment) por crime de responsabilidade, e por aí vai. Aos conspícuos senadores compete aprovar a escolha de magistrados, ministros do TCU, presidentes e diretores do Banco Central, embaixadores e o Procurador Geral da República, bem como autorizar operações financeiras de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, fixar limites da dívida pública e avaliar periodicamente o funcionamento do Sistema Tributário Nacional. Adicionalmente, suas insolências podem elaborar projetos de lei ― que são debatidos e votados por seus pares e pelos membros da Câmara ―, bem como analisar, avaliar e aprovar ou rejeitar projetos de lei propostos pelos deputados federais ou pelo chefe do Executivo.

O Congresso Nacional (que é formado pela Câmara, Senado e TCU) tem como principais atribuições votar medidas provisórias, vetos presidenciais, leis de diretrizes orçamentárias e o orçamento geral da União, além de dar posse ao presidente da República e seu vice, autorizá-los a se ausentar do país por período superior a 15 dias, autorizar o presidente da República a declarar guerra, celebrar a paz, permitir que forças estrangeiras entrem ou saiam do país, aprovar o estado de defesa, a intervenção federal, o estado de sítio ― e suspender essas medidas ―, deliberar sobre tratados, fixar a remuneração dos parlamentares (a raposa tomando conta do galinheiro, como veremos mais adiante), apreciar os atos de concessão de rádio e televisão, autorizar referendos, convocar plebiscitos, aprovar iniciativas do Executivo no que tange a atividades de energia nuclear, e por aí afora.

Observação: As atribuições do Congresso estão especificadas nos artigos 48 e 49 da Constituição Federal, sendo que aquelas elencadas no primeiro exigem a participação do Executivo ― mediante sanção presidencial ―, enquanto que as do segundo tratam de competências exclusivas do Congresso, estabelecidas por meio de Decreto Legislativo. O presidente do Senado acumula a função de presidente do Congresso, o mandato é de 2 anos e, a despeito de os membros da mesa diretora do Senado não poderem ser reconduzidos aos mesmos cargos na eleição imediatamente subsequente ao mandato, prevalece o entendimento de que essa proibição não se aplica quando se tratar de uma nova legislatura, de modo que sua reeleição é, sim, possível.

Veremos no próximo capítulo quanto custa manter essa caterva ativa e operante. Até lá.

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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

HOMENAGEM À PRIMAVERA



A primavera começa oficialmente às 17h02min desta sexta-feira. Em homenagem à estação das flores, relembro o inesquecível Cartola e sua igualmente inesquecível “As rosas não falam” ― que você pode ouvir no clipe abaixo (ou seguindo este link).

Disse o poeta que “as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti”. No contexto atual, no entanto, se pensarmos no antro de ladrões em que se transformou a capital da República, existe o risco do cheiro da podridão ser insuportável.

Para não ficar só nisso, o STF autorizou a remessa da derradeira denúncia de Janot contra o presidente da Banânia. O rito a ser seguido será o mesmo da anterior, mas já começamos com adiamentos. Nesta manhã, dos 513 deputados que integram a Câmara Federal, havia apenas 2 marcaram presença, e como a leitura da denúncia ― ato essencial para que o processo tenha andamento na Casa ― exige quórum de pelo menos 51 parlamentares, o troço vai ficar para a próxima terça-feira, se tudo correr bem.

O resultado, imagina-se, será o mesmo da primeira denúncia. Resta saber isso vai nos custar, pois Temer vai precisar molhar a mão dos proxenetas e marafonas do Parlamento para obter os 172 votos de que precisa para barrar a abertura do inquérito no STF.

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sábado, 18 de março de 2017

DEPOIS DA LISTA ― Por Miriam Leitão

Os políticos ficaram esperando Janot. Na última terça-feira, às cinco em ponto da tarde, saiu a notícia de que a lista do procurador-geral havia chegado ao Supremo. E agora? Primeiro, o privilégio do foro tem que ser restringido. Só nesta leva são 83 pedidos de inquérito. Segundo, o que começou na Lava-Jato vai se espalhar pelo país. Terceiro, os políticos aumentarão a pressão por leis que os protejam desse apocalipse.

A divulgação da lista interessa a muita gente. Até aos próprios atingidos. Se estão juntos, eles se sentem de certa forma protegidos. Se todos são considerados corruptos, podem argumentar que ninguém é, que tudo é culpa do sistema e que basta aprovar uma reforma política. A companhia do grupo os fortalece e por isso estão pedindo publicidade. Por outro lado, para os procuradores, sempre acusados de serem os responsáveis pelos vazamentos, é melhor que tudo seja tratado à luz do dia. O ministro Edson Fachin é que terá que decidir, mas agora, além dos 116 procuradores que trabalharam para tomar os depoimentos, dos 77 executivos da Odebrecht e dos múltiplos advogados de cada investigado, há também os que trabalham diretamente com o ministro Fachin. Impossível segurar segredo tão compartilhado.

A chegada da lista torna concreto o que vinha sendo discutido. O STF já está abarrotado de outros processos contra políticos com foro privilegiado. Essa é a segunda lista da série. A restrição do privilégio de foro é o único caminho para o Supremo continuar sendo uma corte constitucional. Se não houvesse nome algum na lista, o tribunal já teria muito trabalho com o que está lá tramitando. Para cumprir seu papel de corte que dirime dúvidas sobre a Constituição, ela não poderá ficar tão dominada pelo seu papel de tribunal criminal de políticos com a prerrogativa de serem julgados pela corte suprema. Por que tantos querem o foro? Porque o STF é mais lento, tem menos capacidade de julgar rapidamente. Se não fosse assim, os investigados iriam preferir instâncias inferiores que permitem o uso dos sucessivos recursos.

A Lava-Jato tem passado bem pelos testes de ampliação. Era Curitiba apenas e agora há focos do combate à corrupção em outras partes do país. O ex-governador Sérgio Cabral tem apenas uma ação em Curitiba, no caso do Comperj, o resto está no desdobramento muito bem-sucedido da Lava-Jato que é a Calicut. Em São Paulo, não houve o mesmo sucesso e em Brasília há novos ramos como o da Operação Greenfield. Os 211 sem prerrogativa de foro vão ajudar a espalhar ainda mais as investigações contra a corrupção.

Mas hoje o grande veio é o de Brasília, com a investigação dos políticos na PGR e no STF. Para quem acha que os 320 de ontem são um número grande demais, é bom lembrar que a “Operação Mãos Limpas”, em um par de anos, ampliou sua investigação sobre seis ex-primeiros-ministros, 500 parlamentares e milhares de administradores públicos locais. Ao crescer, caiu numa armadilha.

O professor Alberto Vanucci, da Universidade de Pisa, analisou a operação criticamente e concluiu que, pela reação dos políticos, exatamente no momento em que ela se ampliou, as punições que eram suaves passaram a ser inexistentes e abriu-se o caminho para tudo o que veio depois. Os conflitos entre os políticos e o Judiciário continuaram, e a nova força que surgiu, o ex-primeiro-ministro Berlusconi, manteve-se no poder por vários anos apesar das muitas ações por corrupção em que ele foi envolvido.

Este é, portanto, o momento de maior força e, contraditoriamente, de mais vulnerabilidade da Operação Lava-Jato. As informações entregues pela maior empreiteira do país permitiram  que a lista da PGR se ampliasse sobre 83 autoridades e políticos de diversos partidos e chegasse a 320 possíveis investigados. Os que se sentem ameaçados têm agora oficialmente um ponto em comum para se unirem, como demonstraram nos últimos dias. Tentarão, através da lei e de reação coordenada, reduzir o impacto da Lava-Jato. A Operação está tendo a coragem de expor a dimensão da corrupção, mas os atingidos pela avalanche se agarraram uns aos outros para tentar salvar o sistema do qual se beneficiaram.

(Com Álvaro Gribel)

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

sábado, 28 de maio de 2016

O GOVERNO TEMER (LEIA-SE DO PMDB) É O PIOR QUE PODERÍAMOS TER, COM EXCEÇÃO DE TODOS OS OUTROS DO PT

A compra de votos visando barrar o impeachment ― mais uma estratégia sórdida de Lula para evitar que a exoneração do ministério de Dilma frustrasse sua derradeira esperança de voltar a ter foro privilegiado) foi um atentado contra a democracia, da mesma forma que o são a irresignação do lobista-palestrante boquirroto e rufião com o afastamento de sua protegida e a intenção de ambos (e de seus esbirros) de infernizar cada segundo de cada minuto de cada hora de cada dia do governo interino de Michel Temer ― o que não chega a surpreender, vindo de gente dessa cepa, embora afronte os brasileiros de bem, para os quais é fundamental que o afastamento provisório de Dilma se transforme em deposição definitiva o quanto antes.

Para Temer, seria importante que essa novela terminasse antes das Olimpíadas, pois evitaria o constrangimento de receber os chefes de Estado e de governo na condição de presidente interino. Para a petralhada, no entanto, o governo quer acelerar o calendário porque o PMDB estaria com medo de outras gravações feitas por Sérgio Machado. Talvez esteja mesmo, e não é só o PMDB, mas, convenhamos: três meses desde o afastamento da presidanta, dado o que se tem, não é tempo mais que suficiente?
P
or quanto mais essa misto de circo e folhetim de cordel irá se arrastar, mantendo o país paralisado ― ou, na melhor das hipóteses, andando de lado? Já é consenso entre os analistas (com a possível exceção dos irresponsáveis que simpatizam com deplorável lulopetismo) que o funesto governo Dilma levou o Brasil ao fundo do poço. E como esse poço não tem mola, a saída depende em grande parte dos nossos parlamentares ― que são os mais caros e os piores do mundo; 3 de cada 5 têm problemas com a Justiça e a esmagadora maioria trata antes de seus interesses pessoais e só depois, e se calhar, dos interesses nacionais.

O fato é que o PT insiste em esticar a corda para aumentar ainda mais a instabilidade político-econômico-social e com isso facilitar a volta da imprestável ― que Deus nos livre e guarde desse desastre; afinal, com país numa situação ainda pior do que a que temos agora (e só nessas circunstâncias ela voltaria), a mulher sapiens pondo todo o seu talento a serviço da paz social…

Vade retro, Satanás!