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segunda-feira, 24 de julho de 2017

WHATSAPP ― BARBAS DE MOLHO (Continuação)

SÁBIO É O HOMEM QUE CHEGA A TER CONSCIÊNCIA DA SUA IGNORÂNCIA.

Ainda sobre a segurança no uso do WhatsApp (e aplicativos de troca de mensagens em geral), compartilhar arquivos com grupos de contatos pode envolver riscos, pois não é possível saber o que os destinatários farão com as fotos, clipes de vídeo e o que mais você lhes enviar. Se for realmente necessário enviar algo importante, recorra a canais que operam com criptografia reforçada ou a mensagens que se autodestroem (se você usa o Android, não deixe de conhecer o TELEGRAM).

Os arquivos recebidos podem conter vírus ou outras pragas digitais. Idealmente, você não deveria abrir arquivos enviados por desconhecidos, mas nada garante a confiabilidade daquilo que provem de um remetente conhecido, pois, como sabemos, os cibercriminosos utilizam estratégias as mais diversas para disseminar programinhas maliciosos e desfechar seus golpes. Precaver-se contra tudo e contra todos pode parecer paranoia, mas de nada adianta chorar sobre o leite derramado. Barbas de molho, portanto.

Links exigem cuidados redobrados, mesmo quando provêm de pessoas conhecidas (que podem compartilhar arquivos problemáticos por desconhecimento ou mesmo com a melhor das intenções). Sempre que cismar com uma mensagem recebida de um conhecido, confirme a procure saber detalhes sobre o conteúdo. Se a mensagem que lhe desperta desconfiança vier de alguém que você não conhece, NÃO ABRA.

Por mais práticas que sejam as trocas de mensagens, ligações por voz são mais seguras ― arquivos de dados podem ser facilmente falsificados, adulterados ou recheados de pragas que, por voz, é impossível disseminar, e o mesmo vale para o envio involuntário de arquivos comprometedoras (como quando você resolve compartilhar com a galera a foto de um pôr do sol fantástico e, por engano, envia o nude que tirou da namorada quando ambos estavam pra lá de Bagdá).

Resumo da ópera: Armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas. Guardadas as devidas proporções, o mesmo vale para apps de comunicação, que se tornam perigosos quando manipulados sem os devidos cuidados. Lembre-se: se a intenção do remetente for má, piores serão as consequências para o destinatário da mensagem.

Na falta de alternativa melhor, utilize o bom senso.

LULA, O GRANDE FILHO... DO BRASIL

Sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão na primeira das quatro ações em que é réu (e a fila deve andar em breve, já que a denúncia envolvendo o folclórico Sítio de Atibaia dormita desde maio na mesa do juiz Sérgio Moro), Lula criticou sua condenação “sem provas” que, segundo ele, é parte de uma “perseguição política” para impedi-lo de disputar a presidência em 2018.

Observação: Ao ser intimado da sentença, Lula escrevinhou, num garrancho de meter medo (veja na imagem que ilustra este post), que pretende recorrer.

Quando soube de sua condenação, Lula discursou para uma claque de 300 “apoiadores”. Dentre outras bobagens, disse que “não analisaria a decisão do ponto de vista jurídico, pois ela é política”, que estava “indignado, mas confiante na Justiça”, e que a sentença deveria dar origem a um processo no Conselho Nacional de Justiça ― ou seja, sua insolência quer processar a sentença (só para esclarecer: o Conselho não julga sentenças, mas atos administrativos de magistrados).

Na última quinta-feira, repetiu a dose de cima de um caminhão de som estacionado defronte ao MASP: 

"Como não conseguem me derrotar na política, eles querem me derrotar no processo. É todo dia processo, é todo dia depoimento, todo dia inquéritoDerrubaram a Dilma quando ela tinha 8% [de popularidade]. Temer tem 3%, é menos que a margem de erro da Folha de S.Paulo. Se o Temer tivesse o mínimo de compromisso com o país, ele renunciaria e mandaria uma emenda ao Congresso convocando eleição direta em caráter emergencial para escolher o homem ou a mulher que vai dirigir esse país. A única prova que existe nesse processo, de não sei quantas mil páginas, é a prova da minha inocência. É a única prova, é a prova da minha inocência. Eu queria fazer um apelo à imprensa, um apelo ao povo brasileiro: se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Mande para Justiça, mande para Suprema Corte, mande para imprensa, porque eu preciso. Eu ficaria mais feliz se eu fosse condenado com base numa prova, se eles me desmascararem: ‘está aqui ó, você realmente cometeu um ilícito, você cometeu um erro’. O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é você perceber que você está sendo vítima de um grupo de pessoas que contaram a primeira mentira, que vão passar a vida inteira mentindo para poder justificar a primeira mentira que contaram de que o Lula era dono de um triplex. Não sou dono de um triplex, não tenho triplex, e ainda fui multado em R$ 700 mil, porque agora o triplex é da União. Eles tomaram o triplex, e eu tenho que pagar R$ 700 mil para Petrobras. Eles poderiam me dar o triplex, eu vendia o triplex e pagava a multa".

Que falta faz o João Santana, né? No tempo do marqueteiro baiano, o besteirol petista era mais criativo.

Faltou povo no ato  em defesa do petista, tanto em São Paulo quanto em outras capitais. Apenas os militantes pagos ― e mesmo assim nem tantos, já que o dinheiro anda escasso no PT ― cumpriram o dever de gritar palavras de ordem contra o juiz Sérgio Moro, contra o presidente Michel Temer, contra a imprensa, enfim, contra “eles”, o pronome que representa, para a tigrada, todos os "inimigos do povo". À primeira vista, parece estranho que o "maior líder popular da história do Brasil", como Lula é classificado pelos petistas, não tenha conseguido mobilizar mais do que algumas centenas de simpatizantes na Avenida Paulista, além de outros gatos pingados em meia dúzia de cidades. Afinal, justamente no momento em que esse grande brasileiro se diz perseguido e injustiçado pelas "elites", as massas que alegadamente o apoiam deveriam tomar as ruas do País para demonstrar sua força e constranger seus algozes, especialmente no Judiciário.

A verdade é que o fiasco da manifestação resume os limites da empulhação lulopetista. A tentativa de vincular o destino de Lula ao da democracia no País, como se o chefão da ORCRIM fosse a encarnação da própria liberdade, não enganou senão os incautos de sempre ― e mesmo esses, aparentemente, preferiram trabalhar ou ficar em casa a emprestar solidariedade a seu líder. Fica cada vez mais claro ― e talvez até mesmo os eleitores de Lula já estejam desconfiados disso ― que o ex-presidente só está mesmo interessado em evitar a cadeia, posando de perseguido político. 

A sentença de Moro finalmente materializou ao menos uma parte da responsabilidade do ex-presidente no escândalo de corrupção protagonizado por seu governo e por seu partido. Já não são mais suspeitas genéricas, e sim crimes bem qualificados. Nas 238 páginas da sentença, abundam expressões como "corrupção", "propina", "fraude", "lavagem de dinheiro" e "esquema criminoso", tudo minuciosamente relatado pelo magistrado. Não surpreende, portanto, que o povo, a quem Lula julga encarnar, tenha se ausentado da presepada na Avenida Paulista.

O fracasso é ainda mais notável quando se observa que o próprio Lula, em pessoa, esteve na manifestação. Em outros tempos, a presença do demiurgo petista atrairia uma multidão de seguidores, enfeitiçados pelo seu palavrório. Mas Lula já não é o mesmo. Não que lhe falte a caradura que o notabilizou desde que venceu a eleição de 2002 e que o mantém em campanha permanente. Mas seu carisma parece já não ser suficiente para mobilizar apoiadores além do círculo de bajuladores. Resta-lhe, com a ajuda de seus sabujos, empenhar-se em manter a imagem de vítima.

Quando Moro determinou o bloqueio de R$ 600 mil e de outros bens para o pagamento da multa, a defesa de Lula alegou que a decisão ameaçava a subsistência de seu cliente e respectiva família. Houve até quem dissesse que a intenção do juiz era "matar Lula de fome", e alguns petistas iniciaram uma “vaquinha” para ajudá-lo a repor o dinheiro bloqueado. Para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, essa é "a diferença entre nós e a direita: nós temos uns aos outros". Um dia depois, contudo, o país ficou sabendo que sua insolência dispõe de cerca de R$ 9 milhões em aplicações, porque esses fundos foram igualmente bloqueados por ordem de Moro. A principal aplicação, de R$ 7,2 milhões, está em nome da empresa por meio da qual Lula recebe cachês por palestras, aquelas que ninguém sabe se ele efetivamente proferiu, mas que foram regiamente pagas por empreiteiras camaradas. Tais valores não condizem com a imagem franciscana que Lula cultiva com tanto zelo, em sua estratégia de se fazer de coitado. Felizmente, cada vez menos gente acredita nisso.

Só para relembrar: no discurso que fez quando se tornou réu pela primeira vez, em meados do ano passado, Lula desafiou: PROVEM UMA CORRUPÇÃO MINHA QUE IREI A PÉ PARA SER PRESO. Pois bem, parece que está na hora de providenciar um par de tênis confortáveis, pois a caminhada vai ser longa: são 433,8 km de São Bernardo do Campo, em São Paulo, a Curitiba, no Paraná.

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