Mostrando postagens com marcador candidatos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador candidatos. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

PARA NÃO PASSAR POR TROUXA, INFORME-SE. SEMPRE!


QUANDO VOCÊ ACHA QUE AS COISAS ESTÃO MELHORANDO, PODE TER CERTEZA DE QUE ALGO LHE PASSOU DESPERCEBIDO.

Já publiquei este texto numa postagem de política, mas o tema tem a ver também com tecnologia, e como as eleições se avizinham, achei por bem repeti-lo também aqui. 

horário eleitoral começará a nos aporrinhar dentro de alguns dias, quando então seremos bombardeados com os indefectíveis pronunciamentos hilários dos candidatos, e um sem número de promessas que eles sabem muito bem que não irão cumprir. Mas os eleitores nem sempre têm essa percepção — sobretudo aqueles que não têm acesso à internet e, portanto, estão à mercê da famigerada propaganda política obrigatória. Para o público informatizado, alguns artifícios ajudam a separar o joio do trigo. Confira:

Vigie Aqui é uma extensão para o Google Chrome que destaca na cor roxa os políticos ficha-suja mencionados nos sites pelos quais o internauta navega. Outra iniciativa digna de menção é a plataforma #MeRepresenta, através da qual você pode pesquisar a opinião dos políticos a respeito de temas relacionados com direitos humanos.

O site MeuCongressoNacional oferece informações sobre o mandato de deputados federais e senadores — tais como as comissões de que eles participam, os projetos de lei ou de emenda constitucional que cada um já apresentou e, principalmente, a maneira como utilizam o dinheiro das cotas parlamentares.

O aplicativo Pardal — Faça sua denúncia aqui permite enviar denúncias de práticas indevidas ou ilegais no âmbito da Justiça Eleitoral — note que elas devem conter informações e evidências que ajudem a Justiça Eleitoral no combate a crimes eleitorais.

O Newsletter Incancelável usa a inteligência de monitoramento do News Monitor, que indexa mensalmente mais de 5 milhões de notícias de 50 mil sites e veículos, visando auxiliar o eleitor a acompanhar os conteúdos mais relevantes sobre seus candidatos — antes das eleições e durante seus mandatos — de uma maneira prática e regular.

Por último, mas nem por isso menos importante, o Vote na Web objetiva aumentar a politização da sociedade, oferecendo uma maneira fácil de acompanhar, votar e debater sobre o trabalho dos políticos e criando um ambiente favorável ao diálogo entre parlamentares e cidadãos.

Era isso, pessoal. Espero que tenham gostado.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

domingo, 19 de agosto de 2018

ELEIÇÕES 2018 — NA DÚVIDA, PESQUISE



Muita gente nem se lembra em quem votou para deputado e senador nas últimas eleições. É compreensível: no mesmo pleito em que escolhe o próximo presidente da República, o eleitor precisa votar nos candidatos a governador, senador, deputado federal e estadual. 

O horário eleitoral obrigatório — que neste ano começa mais tarde e dura menos tempo — até ajuda quem não têm acesso à internet e às redes sociais, mas, como política e honestidade são coisas mutuamente excludentes, não se pode confiar cegamente nas promessas de campanha. Além disso, alguns candidatos têm mais tempo para mentir do que os outros, pois a exposição no rádio e na TV não é dividida irmãmente entre eles — daí o finado Enéas Carneiro, do PRONA, despejar meia dúzia de frases numa velocidade que dava inveja a locutores esportivos e concluir suas falas com o indefectível bordão “Meu nome é Enéas”. E como vivemos numa terra em que criminosos condenados — pasme! — continuam exercendo normalmente suas atividades parlamentares e — absurdo dos absurdos — um corrupto sentenciado a 12 anos e 1 mês de prisão, que cumpre pena em regime fechado, faz o diabo para posar de candidato à presidência da República, é imprescindível escarafunchar minuciosamente cuidadosamente a vida pregressa e a carreira política dos candidatos. 

A lei eleitoral determina que postulantes a cargos públicos apresentem certidões de “nada consta criminal”, de maneira a comprovar que não devem nada à Justiça. Todavia, brechas na legislação — que é criada pelo Poder Legislativo, ou seja, por deputados e senadores — permitem a apresentação de declarações do tribunal local e da Justiça Federal do estado onde o candidato é residente e domiciliado.

Observação: O santarrão Cabo Daciolo responde a inquérito por suposto desvio de verba pública, mas entregou ao TSE uma certidão de “nada consta”, porque o órgão emissor só lista condenações. Outro exemplo é o tucano Geraldo Alckmin, que é investigado por suposto recebimento de doações de campanha via caixa 2 — ele não é réu nem muito menos foi condenado, mas, na atual conjuntura, uma simples investigação é prato cheio para os adversários.

Foi por isso que o PT registrou a candidatura de Lula mediante a apresentação de uma certidão de antecedentes criminais de São Bernardo do Campo, onde o demiurgo de Garanhuns realmente não tem condenação nem em primeira nem em segunda instâncias, embora esteja cumprindo pena em Curitiba após ter sido julgado e condenado pela 13ª Vara Federal do Paraná e pelo TRF-4, em Porto Alegre. Trata-se de mais uma chicana, naturalmente, até porque uma eleição presidencial tem caráter nacional e a própria defesa de Lula já apresentou dezenas de recursos ao TRF-4, ao STJ e ao STF, o que torna a condenação “pública e notória” — ou seja, que independe de prova (conforme dispõe o artigo 347 do CPC). Argumentar que Lula não é “ficha-suja” equivale a defender a tese absurda de que o Homem jamais pisou na Lua, mas, em se tratando da patuleia vermelha, tudo é possível.

Enfim, quem tem acesso à Web tem à disposição diversas soluções digitais que ajudam a separar o joio do trigo. Dentre elas:

Vigie Aqui é uma extensão para o Google Chrome que destaca na cor roxa os políticos ficha-suja mencionados nos websites. Outra iniciativa digna de menção é a plataforma #MeRepresenta, através da qual é possível pesquisar a opinião dos políticos acerca de temas relacionados com direitos humanos.

O site MeuCongressoNacional oferece informações sobre o mandato de deputados federais e senadores — tais como as comissões de que eles participam, os projetos de lei ou de emenda constitucional que cada um já apresentou e, principalmente, a maneira como utilizam o dinheiro das cotas parlamentares.

O aplicativo Pardal — Faça sua denúncia aqui permite enviar denúncias de práticas indevidas ou ilegais no âmbito da Justiça Eleitoral — note que elas devem conter informações e evidências que ajudem no combate a crimes eleitorais.

O Newsletter Incancelável usa a inteligência de monitoramento do News Monitor (que indexa mensalmente mais de 5 milhões de notícias de 50 mil sites e veículos) para auxiliar o eleitor a acompanhar os conteúdos mais relevantes sobre seus candidatos — antes das eleições e durante seus mandatos — de uma maneira prática e regular.

Por último, mas não menos importante, o Vote na Web objetiva aumentar a politização da sociedade, oferecendo uma maneira fácil de acompanhar, votar e debater o trabalho dos políticos e criando um ambiente favorável ao diálogo entre parlamentares e cidadãos.

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:
http://informatica.link.blog.br/
http://cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
http://acepipes-guloseimas-e-companhia.link.blog.br/

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

ELEIÇÕES — RETROSPECTO E PREVISÕES



Em 2 de outubro de 2016, exatos 32 dias depois que Dilma foi definitivamente penabundada do Planalto, o PT perdeu mais da metade das prefeituras que tinha em 2012. Nas capitais, só conseguiu emplacar um comparsa em Rio Branco (AC) e levar outro ao segundo turno no Recife; nos 645 municípios paulistas, elegeu apenas 8 prefeitos — contra 72 que havia emplacado em 2012.

O cenário atual é bem diferente, mas ainda mais alarmante: a dois meses do primeiro turno, 35 partidos com pouca ou nenhuma representatividade popular fazem alianças baseadas na conveniência e no oportunismo, dê olho nos votos de um eleitorado apático, descrente da política e dos políticos. Para piorar, desde o ano passado que as pesquisas de intensão de voto apontam como “preferidos do eleitores” um esquerdista preso e um extremista de direita — e ambos, cada qual a sua maneira, regurgitam discursos que ameaçam nossa frágil democracia.

O PT desafia o Judiciário com a candidatura de um condenado que cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro. No outro extremo do espectro político, o dublê de deputado e capitão reformado do Exército diz sentir saudades da ditadura e exibe um despreparo desconcertante para lidar com questões vitais para o país, como economia, educação e saúde. Ambos contam com milhões de seguidores — cuja fidelidade canina chega às raias do fanatismo religioso.

Lula precisa permanecer “candidato” para continuar ditando os rumos do partido e não acabar relegado ao esquecimento na cela em que se encontra. Daí sua insistência de negar o plano B, ora consubstanciado na bizarra chapa tríplice onde Haddad subirá de posto quando o TSE finalmente negar a candidatura do molusco, e Manuela d’Ávila, que abriu mão de sua improvável candidatura pelo PCdoB, passará a vice da chapa petista. Os mais maldosos garantem que o PT só descartou uma coligação com o PCC porque Marcola, a exemplo de Lula, está na cadeia e Gegê do Mangue foi morto no início do ano.

Em suma: Para ser candidato, Lula precisa continuar preso, tanto que sua defesa abriu mão da possibilidade de o petista ganhar liberdade diante da chance de o STF declará-lo inelegível desde já.

O prazo para a Justiça Eleitoral se pronunciar acerca da inelegibilidade dos candidatos termina em 17 de setembro. Segundo o presidente do TSE, Lula não é um candidato sub judice, mas sim um candidato inelegível: “não pode concorrer um candidato que não pode ser eleito; aqueles que já tiveram sua situação definida pela Justiça não são candidatos sub judice, são candidatos inelegíveis”, afirmou o ministro Luiz Fux.

Como se não bastasse todo esse imbróglio, 60% dos eleitores estão em dúvida sobre anular o voto, votar em branco ou simplesmente não comparecer às urnas. Mas não é só: no Brasil, 29% de jovens e adultos de 15 a 64 são considerados analfabetos funcionais — 8% são analfabetos absolutos e 21% estão no nível considerado rudimentar (os dados são do Datafolha).

Sempre que o brasileiro buscou um salvador da pátria, a vaca foi para o brejo. Basta relembrar as eleições de 1989, quando Collor foi eleito, e de 2002, quando Lula finalmente conseguiu se eleger. Em ambas ocasiões — como agora — o eleitorado estava frustrado com as experiências anteriores e buscava soluções fáceis, que se revelaram apenas ilusões. Em sua coluna do último sábado, Merval Pereira relembra que, na primeira eleição direta pós redemocratização, o país, que havia amargado a morte de Tancredo — outro que parecia o salvador da pátria, mas não teve tempo de ser testado —, levou para o segundo turno ninguém menos que o caçador de marajás de araque e o demiurgo de Garanhuns.

Collor venceu, e Lula reconheceu mais tarde (em 2010) que não estava preparado para presidir o país: “Hoje eu agradeço a Deus por não ter ganhado em 1989, porque eu era muito novo, muito mais radical do que eu era em 2002 e, portanto, eu poderia ter feito bobagem, não porque eu quisesse fazer, mas pela impetuosidade, pela pressa de fazer as coisas”. Mas o caçador de marajás de araque também não era boa bisca, tanto que renunciou para evitar a cassação (mas perdeu os direitos políticos mesmo assim). O hoje candidato ao governo de Alagoas não faz autocrítica, mas já lamentou não ter sabido lidar com o Congresso — ao contrário de Lula, como atestam o Mensalão e o Petrolão, e de Temer, como ilustra a ultrajante compra de votos para barrar as denúncias da PGR. Mas isso já é outra história.

Dos vinte e tantos pré-candidatos ao Planalto, restaram no páreo Álvaro Dia (Podemos); Cabo Daciolo (Patriotas); Ciro Gomes (PDT); Geraldo Alckmin (PSDB); Guilherme Boulos, (PSOL); Henrique Meirelles (MDB); Jair Bolsonaro (PSL); João Amoedo (Novo); João Goulart Filho (PPL) José Maria Eymael (DC); Marina Silva (Rede) e Vera Lucia (PSTU). Manuela d’Ávila, que concorreria à presidência pelo PCdoB, agora é “trice” de Haddad, que é vice de Lula, mas só até o TSE botar ordem nesse galinheiro.

A propósito: por que os partidos nanicos lançam desconhecidos que não têm a menor chance de passar para o segundo turno?  Eis uma boa pergunta. A resposta fica para amanhã.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sábado, 17 de fevereiro de 2018

AINDA SOBRE O CIRCO DAS ELEIÇÕES 2018


A imagem acima é uma alusão à intervenção federal na Segurança do Estado do Rio de Janeiro (assunto que será abordado oportunamente). Dito isso, vamos ao que interessa.

Dentre os quase 20 postulantes à presidência da Banânia (num universo surreal de 35 partidos oficialmente registrados e outros 73 aguardando a vez), são bem poucos os que têm chances reais de chegar ao segundo turno. Por ironia do destino ― ou pela ignorância atávica do nosso povo ―, os que mais se destacam são justamente aqueles que mais preocupam.

Lula, ao que tudo indica, ficará fora do páreo. Claro que estamos no Brasil, onde interpretar as leis ao sabor de conveniências e especificidades não é incomum. Mas é consenso entre os juristas ― aí incluídos ministros do TSE e do STF ― que a Lei da Ficha-Limpa sepulta as pretensões eleitorais do criminoso condenado (se o PT chegar a pedir o registro de sua candidatura, o TSE deverá negá-lo). Quando, porém, é que são elas. E enquanto dura essa agonia, Bolsonaro continua colhendo frutos de sua alardeada postura anti-Lula e antipetista (que a mim parece ser seu único predicado).

Alckmin empacou nos 5%, mas pode cair se e quando forem comprovadas as denúncias de corrupção feitas por delatores contra ele. No final do ano passado, a PGR pediu ao STJ (instância em que tramitam processos contra governadores, que também têm direito a foro especial por prerrogativa de função) a abertura de um inquérito (que corre em segredo de justiça). Seja como for, pelo que se pode inferir da história pregressa do PSDB, a candidatura do “picolé de chuchu” será mais um voo de galinha ― isso se ele chegar politicamente vivo às eleições. Uma pena, porque, a julgar pelos concorrentes, Alckmin ― se realmente não estiver envolvido nas maracutaias ―, é uma das poucas alternativas dignas de consideração.   

Observação: O governador tucano afirma que “nunca nossa vida pública precisou tanto de transparência e verdade; confio que a apuração das informações pela Justiça encerrará todas as dúvidas”. Mas foi isso mesmo que Temer disse quando sua conversa pecaminosa com Joesley Batista veio a público  e depois vendeu a alma ao Diabo para impedir que as investigações avançassem no STF). E Lula, que jura inocência a despeito de responder a 7 ações criminais (por enquanto), ter sido condenado em uma delas (em duas instâncias do Judiciário) e está com um pé no Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba. Se alguma vez ― uma única vez ―, qualquer figurão da nossa política, investigado, indiciado ou processado, assumir publicamente sua culpa, vai chover merda no Ceará!

Luciano Huck nega ser candidato, mas vem se equilibrando nas pesquisas de opinião pública ― depois de Lula (que, como dito, deverá ser impedido de concorrer) e de Bolsonaro (cuja candidatura tende a se esvaziar sem Lula no páreo). O apresentador compartilha com outros pretendentes o honroso terceiro lugar, o que demonstra a vantagem do “novo” sobre os representantes da velha política tupiniquim. Aliás, quanto mais a candidatura de Alckmin patina, mais cresce entre os políticos de centro a vontade de lançar a candidatura de Huck, que já confirmou que desistiu de concorrer. Lembro que ele disse isso em novembro, mas pediu que seu nome não fosse retirado das pesquisas. Por essas e outras, podemos ter novidades até abril.

Joaquim Barbosa teria dado trabalho a Dilma e Aécio se tivesse concorrido em 2014, quando sua popularidade ― advinda do julgamento do mensalão ― estava nos píncaros, mas perdeu o bonde da história: mesmo empatado com Alckmin e Huck, o ex-ministro enfrenta resistência até mesmo dentro do PSB, onde velhas raposas como Aldo Rebelo e Beto Albuquerque também disputam o posto de candidato. Claro que Barbosa pode se filiar a outro partido até o dia 7 de abril, e já conversou com vários. Só acho estranho que seu “ponto forte” seja a suposta intolerância com a corrupção e, mesmo assim, ele não descarta uma aliança com o próprio PT, embora refute composições com PSDB, MDB e DEM.

Rodrigo Maia e Henrique Meirelles ora são e ora não são candidatos a candidato. Ambos gostariam de disputar, naturalmente, mas eu gostaria que chovesse champanhe francês, e até até hoje isso não aconteceu. Temer também sonha com a reeleição, mas isso é tão improvável que não merece sequer uma análise mais detalhada (até porque o medebista ocupa a "honrosa posição" de presidente mais impopular desde a redemocratização do Brasil).

Propostas excêntricas não faltam entre outros virtuais candidatos: repleto de menções a Deus, o deputado evangélico Cabo Daciolo, que pretende concorrer pelo Avante depois que foi expulso do PSOL, vê na intervenção militar a solução para o país. Ele já chegou a defender o fechamento do Congresso Nacional, onde “só tem corruptos”, e a anunciar que daria sete voltas no prédio da Câmara e do Senado paraexpulsar o demônio da corrupção”. De napoleões de hospício, já nos basta Collor, que se diz candidatíssimo (segundo as más-línguas, está de olho é no governo de Alagoas). Ou a ex-apresentadora Valéria Monteiro, que quer cativar o eleitorado prometendo ― dentre outras sandices ― licença-maternidade de três anos e isenção de Imposto de Renda para quem ganha menos de R$ 3.700.

Nessa bando de doidos destaca-se também cirurgião plástico Roberto Miguel Ray Júnior, mais conhecido como Dr. Hollywood, famoso por recauchutar estrelas de cinema e exibir seus prodígios pela TV. Dentre outras asnices, ele defende a execução do Hino Nacional todas as manhãs ― quando as pessoas deverão ficar em pé e colocar a mão direita no lado esquerdo do peito, como se faz nos EUA ―, diz que não precisa de coligações com outros partidos nem de tempo na TV, e que, se for eleito, reduzirá o número de ministérios a 15, dobrará o salário dos policiais e o efetivo da polícia, e por aí vai. Segundo o médico, “em 2018, o Brasil vai ter uma escolha: a mesma merda de sempre ou o Dr. Rey”.

Outra figura bizarra é Guilherme Boulos, líder do MTST, que estuda concorrer pelo PSOL. É certo que com Lula fora do páreo o chefe dos arruaceiros até pode dividir votos da patuleia com a deputada estadual gaúcha Manuela D’ávila, do PCdoB. Ou com Marina Silva, a eterna candidata, mas acho que não dá para o cheiro.

Junta-se a esse séquito de desvairados o pseudo cearense Ciro Gomes, que concorreu e perdeu em 1998 e 2002; Cristovam Buarque, que disputou em 2006; Eymael ― do jingle chiclete “Ey-Ey-Eymael, um democrata cristão” ― e Levy Fidelix ― do “aero trem”. Se fosse de internar todos esses napoleões de hospício, faltariam vagas nos manicômios como faltam celas nas penitenciárias para trancafiar todos os criminosos engravatados deste país

As eleições presidenciais de 2018 se assemelham às de 1989 na quantidade estapafúrdia de candidatos, mas as similaridades não vão além disso, pois a conjuntura atual é muito diferente. No final dos anos 1980, havia esperança; hoje, o que existe é um pessimismo generalizado das pessoas com com o sistema político. Isso foi comprovado pelo número de abstenções, votos nulos e em branco nas eleições de 2016, e tudo indica que em outubro a coisa será ainda pior (voltarei a esse assunto oportunamente).

Para Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, terá chances de se eleger quem conseguir transmitir soluções para as principais aflições da população (segurança pública, saúde e estabilidade econômica) e que melhor fizer frente ao ambiente de rejeição aos políticos em geral, cujo plano de fundo é a corrupção.

Resta-nos votar com consciência e ver que bicho dá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:
http://informatica.link.blog.br/
http://cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
http://acepipes-guloseimas-e-companhia.link.blog.br/

domingo, 7 de janeiro de 2018

RODRIGO MAIA PRESIDENCIÁVEL?


Faltam 9 meses para nossos esclarecidíssmos eleitores escolherem quem irá pilotar a Nau dos Insensatos de 2019 a 2022 ― supondo que o dito-cujo fique no jogo até o apito final; como se sabe, o impeachment já serviu para penabundar 2 dos 4 presidentes eleitos pelo voto popular desde a redemocratização desta Banânia ―, mas o que se sabe até agora é que nada se sabe.

Tudo que vem sendo cantado em prosa e verso a respeito das próximas eleições não passa de especulação, do mais puro exercício de futurologia. Mesmo assim, se dermos por verdade os resultados das pesquisas de opinião pública, Lula e Bolsonaro são os pré-candidatos mais cotados e também os mais rejeitados ― até porque ambos representam, cada qual à sua maneira, o que há de pior na política.

Para o deputado Rodrigo Maia ― vulgo Botafogo ou Bolinha ―, existem chances reais de o Democratas construir uma base de apoio forte na maioria dos estados e lançar seu próprio candidato. No ano passado, ele havia descartado a possibilidade concorrer, dizendo que “não tinha tamanho” para participar do pleito, mas a recente ofensiva do seu partido para filiar quadros do PSB e a estagnação dos pré-candidatos de centro nas pesquisas eleitorais mudaram seus planos.

Agora, Maia defende uma candidatura própria e articula a votação de um pacote de projetos que, se aprovado, demonstraria que ele, Maia, tem condições de comandar as mudanças de que o país precisa. Não por acaso, na entrevista que concedeu à revista Veja, ele acenou aos donos do dinheiro, prometendo empenho em favor da reforma da previdência, e flertou com entusiastas da pré-candidatura de Jair Bolsonaro, pregando mudanças no Estatuto de Desarmamento (a fim de garantir ao cidadão comum o porte de armas).

Embora ainda não assuma a candidatura, Maia parece ter entrado de vez no páreo. “Lula não ganha a eleição. Lula não tem mais condições de atrair alianças para ter tempo de TV. Vai ter que fazer uma campanha mais radicalizada e não vai conseguir caminhar para o centro como fez em 2002. Lula é um ator importante, forte. Para a política, seria melhor que ele participasse da eleição. Mas essa questão não está nas mãos da política, está com o Judiciário. O Lula não ganha a eleição, não tem mais condições de atrair alianças para ter tempo de TV, vai ter que fazer uma campanha mais radicalizada e não vai conseguir caminhar para o centro como fez em 2002”.

Maia diz ainda que Bolsonaro "conseguiu atrair o sentimento de insatisfação de parte importante da sociedade usando as redes sociais como nenhum outro político no Brasil, mas falta-lhe a capacidade de organizar o apoio político de partidos. Ele faz tudo muito sozinho e acaba atrapalhando. É a polarização que faz dele um ator relevante. Ele precisa radicalizar para ser visto e chamar a atenção, mas isso não convence a maioria do país".

Tomara que esteja certo.


Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sábado, 1 de outubro de 2016

DE VOLTA AO CIRCO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS


Mesmo quem não se interessa por política ― ou não sabe diferenciar conversa de palanque do que realmente pode ser feito pela cidade ― desconfia do verborrágico blábláblá entoado pela seleta confraria de candidatos à prefeitura da maior metrópole latino-americana. A julgar pelas promessas vazias e eminentemente eleitoreiras que a gente ouve no lamentável horário obrigatório e nas demais inserções ao longo da programação das emissoras de rádio e TV, essa cáfila parece ter uma varinha de condão que lhe permitirá resolver tudo da noite para o dia, como num passe de mágica, mas, depois que consegue se eleger, sua carruagem vira abóbora, e o resultado é o de sempre: continuam as inundações, o trânsito caótico, as filas nas creches e postos de saúde, o desperdício de dinheiro público em obras inúteis ou faraônicas, e por aí vai.

Mas nem só do alcaide vive o município, e amanhã os 8.886.324 eleitores cadastrados em Sampa deverão escolher também os 55 vereadores que os representarão pelos próximos quatro anos. Seria uma excelente oportunidade de defenestrar os maus políticos e preencher as vagas com gente proba, competente e bem-intencionada, mas, lamentavelmente, o nível dos 1273 candidatos que disputam uma cadeira na Câmara parece ser ainda pior que o dos que postulam a prefeitura.

Num contexto onde 11 de cada 10 brasileiros minimamente esclarecidos repudiam a classe política como um todo e vêm demonstrando cada vez menos interesse em se filiar a partidos, a proporção entre o número de candidatos chegaria a surpreender, não fosse o fato de a mamata ser pra lá de boa: além do salário de 15 mil reais, cada vereador paulistano tem direito a mais 165 mil reais para bancar funcionários e demais custos do gabinete, além de carro oficial com motorista e combustível pago pelos contribuinte e outras mordomias.  

Observação: Uma desconexão generalizada entre políticos e cidadãos leva um número cada vez menor de pessoas a se filiar a partidos e a votar sem qualquer entusiasmo ― se vão às urnas, é apenas porque no Brasil ainda existe o anacronismo do voto obrigatório, do contrário, a maioria nem se daria a esse trabalho.

O fato é que os candidatos, salvo raríssimas exceções, estão mais focados na própria independência financeira do que em resolver os problemas da cidade ― que são muitos e de difícil solução. Para piorar, segundo matéria publicada na Vejinha da semana passada, mais da metade dos candidatos não tem nível superior, e entre os que têm, há apenas 7 economistas e 1 sociólogo. E para piorar ainda mais, 42% não concluíram nem mesmo o ensino médio, e 24 declararam só saber ler e escrever.    

Ainda segundo o levantamento feito pela reportagem, 3 dos 10 candidatos mais ricos (segundo dados do TRE) são vereadores que disputam a reeleição. Na outra ponta, 505 declararam não possuir bens ou revelaram quantias irrisórias, como a “Bia Taxista”, que sustenta ter juntado apenas 1 centavo em seus 31 anos de vida. Além dessas excrescências, há também a indefectível “bancada dos famosos”, como o ex-goleiro da Seleção Waldir Peres, o socialite Chiquinho Scarpa, o ex-craque Marcelinho Carioca, o ex-cantor da Jovem Guarda Ed Carlos e o filho da contara Gretchen (a rainha do bumbum) Thammy Miranda.  

Na atual campanha, da qual participam nada menos que 39 partidos, dos 55 vereadores que atualmente compõem a Câmara, apenas 6 não tentam a reeleição (2 por disputar a prefeitura, 1 por ter optado pelo cargo de secretário estadual do Turismo e 3 que simplesmente pularam fora, sem dar maiores explicações). Os outros 49 estão novamente nas ruas distribuindo santinhos e pedindo voto para emplacar mais quatro anos de mamata.

As funções de um vereador consistem em criar, discutir e votar projetos de lei, fiscalizar o executivo, acompanhar as atividades das secretarias, propor a convocação de audiências públicas para discutir projetos de grande relevância e analisar as contas do município para aprová-las (ou reprová-las), mas, entre 2013 e 2016, os edis paulistanos dedicaram seu valioso tempo (e desperdiçaram o ainda mais valioso dinheiro público) em projetos prosaicos, como alterar o nome de ruas e incluir no calendário datas como o “Dia do Farmacêutico”. Dos 10 821 projetos apresentados nos últimos 4 anos, 3 939 foram de votos de júbilo, 513 de pesar, 255 de outorga de títulos a cidadãos, 243 de inclusão de datas no calendário oficial, 159 de alteração de nomes de ruas, 115 de concessão de salva de prata e 105 de medalha Anchieta.

Enquanto isso, a cidade definha em abandono, com ruas esburacadas e mal iluminadas, bandos de drogados, sem-teto e outros indigentes acampados sob viadutos e achacando transeuntes, carência de leitos e médicos nos postos de saúde e hospitais públicos e de vagas em creches e escolas de primeiro grau (onde grassam professores mal remunerados, desestimulados e indiferentes ao aproveitamento dos alunos). Vez por outra, surge uma denúncia como a que envolve o vereador Marquito ― aquele do programa do Ratinho ―, que é acusado de embolsar parte do salário dos funcionários do seu gabinete. Ou um escândalo como o da compra de 22 aparelhos de TV por R$50 mil, às vésperas da Copa de 2015, ou o da criação de 660 novos cargos para os gabinetes oficiais. Isso sem mencionar tumultos como o promovido pelo MTST durante a discussão do Plano Diretor do município, ou o dos taxistas em protesto contra a concorrência do UBER.

Para encerrar, deixo no ar uma pergunta que não quer calar: dá gosto sair de casa, enfrentar trânsito, chafurdar em santinhos e ser obrigado a estacionar a quadras de distância do local de votação para votar nesse tipo de gente? Tô fora!

Voltando rapidamente à disputa pela prefeitura de Sampa: no debate realizado nos estúdios da TV Globo na noite da última quinta-feira, Marta, de olho em uma vaga no segundo-turno, evitou bater de frente com Doria, líder em intenções de voto. 
Segundo o IBOPE, o candidato tucano tem 28%;  Russomanno aparece em segundo lugar, com 22%, e a ex-petista e ora peemedebista disputa com Haddad a terceira colocação (ela com 16% e ele com 13%, o que o instituto de pesquisa entende como empate técnico). 
Por não ter estômago para suportar aquele deplorável folhetim que a Globo exibe depois do Jornal Nacional ― e que deve terminar hoje ―, eu mudei de canal para ver um filme, acabei cochilando e só acordei quando o troço já havia acabado. No entanto, a julgar pelas sinopses que vi na Web, acho que não perdi grande coisa. Só lamento que não existam perspectivas de tudo se resolver amanhã, o que nos obrigará a aturar mais uma dose de propaganda eleitoral na segunda quinzena do mês. 
A propósito: nas simulações de segundo turno, Doria venceria Russomanno por 42% a 37%, e ganharia de Marta por 45% a 36%. A conferir.