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terça-feira, 12 de setembro de 2017

CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS... (PARTE VII)

O DURO NÃO É LEVAR CHIFRE, É SUSTENTAR A VACA.

Como vimos ao longo desta sequência, os relógios de pulso modernos são, em sua maioria, resistentes a água, mas somente os modelos identificados com a inscrição WR (ou water resist) seguida de um valor igual ou superior a 50m podem acompanhá-lo num banho de piscina ou de mar sem maiores problemas. Ainda assim, quem é adepto de esportes aquáticos deve investir num modelo WR 100m, e para mergulhar com tanque de ar, um WR 200m ou superior ― lembrando que esses valores podem ser expressos em atm ou ft (atmosferas ou pés, respectivamente; veja mais detalhes nesta postagem).

Convém ter em mente que a estanqueidade do relógio pode ficar prejudicada quando ele é aberto por pessoas não qualificadas. Lojas de bairro ou de shoppings nem sempre contam com profissionais experientes, ferramental apropriado (como tanque de pressão para testar a estanqueidade da caixa) e peças de reposição chanceladas pelos fabricantes. Baterias genéricas custam barato, mas duram pouco e podem vazar, danificando o módulo do relógio, e a não substituição do o-ring (anel de borracha que funciona como retentor) pode resultar na sua ruptura ou acavalamento, comprometendo a impermeabilidade da caixa.

“Relógios de camelô” não demandam grandes cuidados, até porque comprar um novo sai mais barato do que trocar a bateria, mas modelos de grife não devem ser levados a bocas de porco, que não garantem a impermeabilidade do relógio quando procedem à troca da bateria. Isso sem mencionar que por preguiça, descaso ou incompetência, alguns “relojoeiros de araque” não sincronizam os ponteiros do cronógrafo, que costumam ficar desalinhados após a troca da bateria, e como o cliente nem sempre se atém a esse detalhe ― ou só se dá conta dias ou semanas depois ― acaba pagando outro relojoeiro para fazer um ajuste que ele mesmo poderia fazer se conhecesse o caminho das pedras.

Modelos com cronógrafo integram a função adicional de medir a passagem do tempo durante períodos curtos. Nos mais simples, o ponteiro que normalmente marca os segundos é encarregado dessa tarefa, mas os mais sofisticados costumam ter dois ou três pequenos mostradores que marcam os segundos e os minutos acumulados. Via de regra, o terceiro mostrador, comum em cronógrafos providos de calendário, indicam se a hora exibida pelos ponteiros principais refere-se ao período diurno ou noturno. Isso pode parecer desnecessário ― afinal, basta olhar para o céu para saber se é dia ou noite ― mas pode ser útil quando se está num submarino, por exemplo, ou simplesmente quando se ajusta o horário, já que uma volta a mais ou a menos dos ponteiros levará o calendário a mudar a data ao meio-dia, quando deveria fazê-lo à meia-noite.

ObservaçãoNos relógios digitais, é possível escolher a exibição das horas no formato 12h ou 24h; no primeiro caso, a AM (de Ante Meridiem, ou seja, antes do meio dia) indica o período que vai da meia-noite ao meio-dia, e PM (de Post Meridiem, isto é, depois do meio-dia), do meio-dia à meia-noite.

Alguns trocadores de bateria não atentam para esse detalhe, ou seja, entregam o relógio ao cliente com a hora certa, mas a data errada ou mudando no meio do dia. Felizmente, esse ajuste é simples de ser feito, como veremos na próxima postagem, quando também abordaremos (finalmente) a sincronização dos ponteiros do cronógrafo e encerraremos esta novela. Até lá. 

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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS... (PARTE III)

EDUCAR UMA PESSOA APENAS NO INTELECTO, MAS NÃO NA MORAL, É CRIAR UMA AMEAÇA À SOCIEDADE.

Escolher o relógio “ideal” nem sempre é uma tarefa fácil, até porque a pluralidade de opções dificulta a escolha do que quer que seja. No entanto, algumas barreiras naturais estreitam a gama de ofertas, a começar pelo preço, que vai de algumas dezenas e reais a milhões de dólares.

Os modelos mais baratos, daqueles comercializados por ambulantes e em lojinhas de quinquilharias, não merecem sequer menção, mas belezuras como o Patek-Philippe que eu mencionei no capítulo anterior são para uma seleta confraria, já que investir R$ 8 milhões em um relógio não é para qualquer um. A boa notícia é que a virtude raramente fica nos extremos, e, para a felicidade dos aficionados por relógios, não faltam opções interessantes com preços entre R$ 500 e R$ 2 mil.

Se você tenciona gastar R$ 1 mil, por exemplo, dificilmente desfilará com um modelo da Rolex, Omega ou Tissot. Mas poderá escolher entre centenas de opções de marcas como Bulova, Timex, Swatch, Casio, Magnum, Orient, Seiko, Technos, ou mesmo de grifes como Fossil, Adidas, Tommy Hilfiger, Calvin Klein, Michael Kors etc.

Depois de estabelecer o investimento, defina o estilo (casual, clássico ou esportivo). Se puder, fique com um modelo para cada ocasião ― aliás, se você pegar gosto pela coisa, seus relógios se multiplicarão feito coelhos. Na impossibilidade, procure um modelo versátil, que combine com sua beca de trabalho sem fazer feio na balada, na praia ou na piscina.

Relógios “esportivos” são de aço inoxidável ou titânio (*), e podem trazer pulseiras de nylon, borracha ou silicone (cuja durabilidade é menor que a do aço). Já nos modelos “sociais”, a pulseira é de couro e deve ser de boa qualidade (e prepare o bolso, pois pulseiras de couro duram bem menos que as de metal e boas peças de reposição não custam barato). A propósito: nos relógios clássicos banhados a ouro, o plaquê deve ter entre 10µ e 20µ (menos que 5µ é para bijuteria sem-vergonha).

Observação: O titânio é cinco vezes mais resistente e 60% mais leve que o aço, além de ser igualmente inoxidável, antialérgico. Devido à baixa condutividade térmica, ele não produz aquela sensação gelada em contato com a pele, mas sua cor é acinzentada e os riscos ficam bastante aparentes.

Continuamos na próxima, pessoal. Até lá.


SERÁ O FIM DA LAVA-JATO?

Muito se vem trombeteando o fim da Operação Lava-Jato, mas, como sabemos, nem tudo é o que parece ser. Notadamente no Brasil, onde até o passado costuma ser imprevisível.

A despeito de os dois principais protagonistas da Lava-Jato virem comentado o suposto fim da maior operação anticorrupção já realizada no país, é improvável que ela se encerre este ano, e muito menos em outubro.

Segundo Merval Pereira, mesmo que Moro tenha dito isso ― como registrou Sonia Racy em sua coluna do Estadão ―, o comentário reflete mais o cansaço do magistrado do que uma possibilidade real. A acusação de que seu amigo Carlos Zucolotto Jr., advogado e ex-sócio de sua mulher, ofereceu facilidades a um réu da Lava-Jato deixou-o revoltado com o que ele considerou uma tentativa de usar um amigo pessoal para atacá-lo e à Operação.

O ministro Luis Fux disse que há uma ação orquestrada no Legislativo para frear a Lava-Jato, e criticou a tentativa de reverter a decisão [do Supremo] de permitir a prisão de condenados na segunda instância da Justiça, que vem sendo capitaneada por sua alteza real o ministro boca-de-caçapa.

Essas ações seriam parte da ofensiva para travar ou inviabilizar a Lava-Jato. Por outro lado, boa parte dos trabalhos em Curitiba foi concluída e já está no STF ― no caso de os envolvidos terem foro privilegiado ― ou espalhada por outros foros ― quando os processos não têm relação com o Petrolão. Mas ainda há investigações relevantes sendo feitas na capital paranaense, onde centenas de pessoas estão sob investigação e novas linhas de trabalho não param de surgir.

ObservaçãoA 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba é especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro, e as primeiras investigações remetiam à lavagem de dinheiro praticada pelo doleiro Alberto Youssef em Londrina, no Paraná. Além disso, a atuação do doleiro era objeto de inquéritos e processos suspensos em razão de colaboração que ele vinha prestando em Curitiba, naquela Vara. Com o desdobramento das investigações, descobriram-se centenas de crimes praticados no Paraná, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Pernambuco, mas, de início, os mais graves haviam ocorrido no Paraná.

Mesmo admitindo que parte das investigações tenha sido transferida para outros juízos, especialmente no Rio, Brasília e São Paulo, só os desmembramentos da delação premiada da Odebrecht geraram cerca de 50 investigações em Curitiba. E Janot deixou bem claro que o “fim” da Lava-Jato não significa o fim do combate à corrupção.

Por outro lado, ainda que a Lava-Jato tenha sido renovada por mais um ano, os problemas financeiros vêm prejudicando as investigações, especialmente pela redução de quadros da Polícia Federal envolvidos na Operação em Curitiba. Mesmo assim, segundo a força-tarefa, as investigações em outros Estados ganharam corpo. Resta saber como atuará Raquel Dodge à frente da PGR ― ela assumirá o posto de Janot no próximo dia 18.

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