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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS ― Parte IX

O VOTO DEVE SER RIGOROSAMENTE SECRETO. SÓ ASSIM, AFINAL, O ELEITOR NÃO TERÁ VERGONHA DE VOTAR NO SEU CANDIDATO.

Esta matéria ficou bem maior do que eu esperava, mas agora chegamos ao capítulo que precede o tutorial prometido desde o início, mediante o qual você poderá realinhar os ponteiros do seu cronógrafo se um relojoeiro relapso não o fizer quando substituir a bateria. Antes, porém, achei por bem fazer algumas considerações adicionais. Acompanhe.

Via de regra, o cronógrafo é comandado por dois pequenos botões posicionados acima e abaixo da coroa. Na maioria dos casos, o botão superior dispara a contagem de tempo e a interrompe ao ser pressionado uma segunda vez, e um toque no botão inferior “zera” os contadores (vermos mais detalhes no próximo e derradeiro capítulo).

Relógios analógicos sem cronógrafo podem ter dois ou três ponteiros: um, menor, que marca as horas; outro, maior, que marca os minutos; e um terceiro, que, se houver, costuma ser comprido como o dos minutos, só que bem mais fino, e tem por função dar uma volta completa no mostrador enquanto que o ponteiro dos minutos avança uma casa.

Observação: Talvez você nunca tenha reparado que o ponteiro dos minutos não avança de casa em casa a cada 60 segundos, mas dá um “pulinho” a cada 5 segundos (ou a cada 10 segundos, dependendo da configuração estabelecida pelo fabricante).

Em relógios assim, o único ajuste necessário após a troca da bateria é da hora ― e da data, caso o modelo tenha calendário ―, e isso o relojoeiro costuma fazer, embora pessoas detalhistas (como eu) prefiram sincronizar o relógio de pulso com o do computador (o relógio do Windows pode ser sincronizado automaticamente com um relógio atômico ― saiba mais sobre relógios atômicos no 5º capítulo desta sequência ―, o que lhe confere precisão quase absoluta). Demais disso, a maioria dos trocadores de bateria não se dão ao trabalho de sincronizar o ponteiro dos segundos com o dos minutos ― ajuste do qual eu não abro mão, até porque, para mim, quando é meio-dia ou meia-noite, os três ponteiros do relógio devem apontem precisamente para o centro do marcador das 12 horas.

Essa configuração é simples, mas exige alguma paciência, especialmente em mecanismos chinfrins, cujo ponteiro dos minutos costuma mudar de posição quando a coroa é pressionada de volta, depois que a hora é ajustada. Mecanismos de boa estirpe, como os da Omega, não apresentam esse inconveniente, até porque, na posição que ajusta o calendário, a cora move apenas o ponteiro das horas ― o que é útil nos meses com 30 dias e no início e término do horário de verão, por exemplo. Mas isso já é outra conversa.

Enfim, para sincronizar o ponteiro dos segundos com o dos minutos ― de modo que o primeiro complete a volta no exato instante em que o segundo aponta para o marcador do minuto correspondente:

― Puxe a coroa para a posição de ajuste do horário (lembrando que é preciso desatarraxá-la nos modelos providos de coroa de rosca e puxá-la até o “segundo dente” nos modelos com calendário), mas só fazê-lo no momento exato em que o ponteiro dos segundos estiver apontando para o marcador das 12 horas. Nesse estágio, o ponteiro dos segundos é imobilizado (na verdade, o mecanismo entra em “animação suspensa”).

― Acerte o horário de modo que o ponteiro dos minutos fique um minuto adiantado em relação à hora marcada no relógio que você está usando como referência (do smartphone ou do computador, por exemplo). Quando esse relógio marcar precisamente o horário ajustado ― por exemplo, 03h49min00s, como no Seamaster que ilustra esta postagem (os destaques salientam que o ponteiro dos segundos está na marca das 12 horas e o dos minutos, uma casa antes da marca das 10 horas) ― empurre gentilmente a coroa a posição de repouso, e o ponteiro dos segundos voltará a se mover. Se, ao cabo de um minuto, você notar que a sincronização não ficou perfeita, bem, aí é só refazer o procedimento.
 
Observação: Convém tomar muito cuidado ao pressionar a coroa de volta à posição de repouso, pois qualquer movimento indesejado do ponteiro dos minutos, por menor que ele seja, será suficiente para comprometer a exatidão do ajuste.

O resto fica para o capítulo final, pessoal. Até lá. 

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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS... (PARTE V)

OS IDIOTAS NUNCA TÊM DÚVIDAS.

Antes de encerrar as preliminares e passar ao mote desta sequência, cumpre salientar que o grande “senão” dos relógios de movimento mecânico é a reserva de marcha se esgotar quando nos esquecemos de lhes dar corda. Demais disso, com a honrosa exceção de modelos da alta relojoaria suíça (Rolex, Omega, Panerai, Hublot, IWC, Breitling etc.), esses mecanismos costumam ser (bem) menos precisos que os movidos à quartzo ― embora estes últimos fiquem anos luz aquém dos relógios atômicos.

Observação: Um relógio atômico é basicamente um relógio a quartzo, só que ajustado com base em átomos de césio 133 (que “oscilam” mais de 9 trilhões de vezes por segundo). Sua precisão fica na casa do bilionésimo de segundo ― contra dez milésimos de segundo dos relógios a quartzo comerciais. Em outras palavras, enquanto seu adereço de grife atrasa ou adianta 3,5 segundos por ano, num relógio atômico a variação é de apenas 1 segundo a cada milhão de ano ― podendo chegar a inacreditável marca de 1 segundo a cada 15 bilhões de anos na engenhoca desenvolvida pelo NIST (National Institute of Standards and Technology).

O ajuste da frequência e a exatidão no corte do cristal de quartzo definem a precisão do relógio. Modelos de boa estirpe atrasam ou adiantam míseros segundos por ano, mas você não deve esperar o mesmo comportamento de modelos baratos, vendidos por camelôs e assemelhados. Mas a grande “desvantagem” desses relógios é a bateria que os alimenta, ou melhor, a necessidade de substituí-la a cada dois ou três anos. Isso porque esse procedimento envolve a abertura da caixa (mediante a remoção do fundo ou do vidro que protege o mostrador). 

Assim, se o relojoeiro não for cuidadoso, seu relógio de mergulho passará a não resistir sequer a um banho de chuveiro. Isso sem mencionar que baterias de reposição genéricas ― de baixo custo e péssima qualidade ― não só duram menos como podem vazar, danificando irreversivelmente o módulo do relógio.

Na próxima postagem veremos a diferença entre cronógrafos e cronômetros e, finalmente, como fazer para ajustar os ponteirinhos adicionais, caso eles fiquem desalinhados depois de uma troca de bateria feita por um relojoeiro chinfrim. Até lá.

QUANDO OS IGUAIS SE ATRAEM

Segundo as leis da Física, polos iguais se repelem, mas a Política tem razões que a própria razão desconhece. Cito o caso do senador Renan Calheiros, que é alvo de 17 inquéritos, réu por peculato em um processo no Supremo, e que agora está com Lula (que é réu em 6 processos, investigado em não sei quantos e condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro). Ele foi mudando aos poucos de natureza no noticiário político e hoje está a caminho de virar um dos grandes nomes da “resistência” contra o mal, a corrupção e a supressão dos direitos populares.

Como bem salientou o jornalista J.R. Guzzo em sua coluna na revista Veja do último dia 30, de Belzebu, o Cangaceiro das Alagoas foi promovido a Anjo ― talvez a Arcanjo ― e reconstruiu sua imagem na mídia gastar um tostão sequer com marqueteiros top de linha como João Santana, por exemplo ― que, por sinal, não está disponível no momento para esse tipo de trabalho. Como conseguiu essa proeza? Foi fácil: passou para o lado de Lula, com quem acabou de aparecer aos abraços em recente excursão do petista pelo nordeste, e já é um dos gigantes de sua campanha para voltar à presidência.

Segundo Antoine Lavoisier, na natureza nada se perde, tudo se transforma. Renan, o mau, transformou-se em Renan, o bom, depois de posar como aliado do eterno aspirante à presidência e notório candidato a hóspede do sistema prisional tupiniquim. É um fenômeno que está ao alcance de todos, pois o petista, até agora, aceitou de tudo ― desde que o postulante a aliado tenha uma folha corrida em estado de guerra aberta com o Código Penal, naturalmente.

Essa lista vai longe: um de seus nomes mais ilustres é o deputado Paulo Maluf, condenado à prisão tanto pela Justiça francesa quanto pelo STF, mas que, por alguma razão incerta e não sabida, continua deputado e com trânsito livre no Congresso Nacional. Ainda há pouco, Maluf declarou que Lula “é um exemplo para todos os brasileiros” e que sua condenação foi “uma injustiça”.

Outro nome espantoso é o ex-governador fluminense Sérgio Cabral, que está na cadeia há quase um ano e responde a uma dúzia de processos (se não me escapa nenhum) e é tido como uma espécie de “ladrão serial” (não há registro de nenhum governador brasileiro que tenha roubado tanto quanto ele nos 128 anos desta República. É outro dos grandes heróis do ex-presidente: “Votar em Sérgio Cabral é uma obrigação moral, ética e política” disse Lula num palanque eleitoral no Rio de Janeiro. Na ocasião, também informou aos eleitores que “estava provado que Cabral era um homem de bem”.

Dizer mais o quê? Tire o leitor suas próprias conclusões.

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