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terça-feira, 4 de junho de 2019

O PICOLÉ DE CHUCHU FALA, O SUPREMO IMPLODE E BOLSONARO QUER UM MINISTRO EVANGÉLICO



Geraldo Alckmin afirmou recentemente que há no Brasil duas mentiras: o petismo e o bolsonarismo

Ex-governador de São Paulo e ex-candidato à presidente da República, o eterno picolé de chuchu pediu a seu partido que tenha a “coragem de criticar” o governo de Jair Bolsonaro, “pôr o dedo na ferida” e “não bajular os poderosos”, além de prestar solidariedade a Rodrigo Maia.

Na visão do tucano, o presidente da Câmara vem sendo alvo “desses oportunistas políticos por 30 anos, ele e a família inteira, que, numa deslealdade, vem atacar a vida dos homens públicos, jogando a sociedade contra suas instituições”. Disse ele: “Nós não temos duas verdades, a extrema-direita e a extrema-esquerda. Nós temos duas grandes mentiras: o petismo e o bolsonarismo. Duas mentiras que precisam ser enfrentadas.” E ainda acusou o atual governo de não ter projeto de reforma tributária nem agenda de competitividade, e criticou a possibilidade de volta de um tributo sobre transações financeiras, como foi a CPMF. Por fim, afirmou que “distribuir armas é uma irresponsabilidade” e que o governo deveria reforçar a polícia de fronteira para evitar a entrada delas.

Se tivesse sido tão enfático durante a campanha presidencial, Alckmin certamente teria granjeado mais do que os míseros 4,7% dos votos válidos em outubro passado. Aliás, se ele não fosse tão turrão, teria reconhecido sua insignificância como candidato à presidência e cedido a vez a João Doria, que pode não ser a panaceia para todos os males do Brasil, mas tinha bem mais chances reais de disputar (e até vencer) o segundo turno. Enfim, não adianta chorar o leite derramado.

Mudando de pato para ganso, dias atrás o presidente Jair Bolsonaro se desmanchou em elogios ao ministro Dias Toffoli — que, nunca é demais lembrar, foi reprovado por duas vezes consecutivas em concursos para juiz de Direito, mas acabou promovido a ministro supremo pelo presidiário de Curitiba quando este ainda estava solto e conspurcava com seu rabo sujo a poltrona do gabinete mais cobiçado do Palácio do Planalto. O caminho que Toffoli à mais alta Corte de Justiça desta Banânia foi entremeado por alertas vermelhos, a começar por sua pouca idade e total inexpressividade no meio jurídico. A rigor, as credenciais do indicado eram ter sido advogado do PT, assessor da Casa Civil de José Dirceu e advogado-geral da União no governo do comandante máximo da ORCRIM (clique aqui e aqui para mais detalhes), e sua nomeação, mais uma demonstração cabal da falta de noção do molusco abjeto sobre a dimensão do cargo de ministro. Mas sigamos adiante.

Ainda sobre o Supremo, disse Josias de Souza:

Com a supremacia já bastante combalida, o STF sofre um ataque inusitado. O ministro Dias Toffoli decidiu transformar sua autocombustão num processo de carbonização de toda a Corte. O cérebro de um magistrado começa a funcionar no instante em que ele nasce. E não para até que o dono da toga se mete em conchavos políticos. Toffoli virou arroz de festa nos salões do Poder Executivo. Na última quinta-feira, participou de café da manhã oferecido por Jair Bolsonaro à bancada feminina do Congresso. Ao discursar, o capitão sentiu-se à vontade para dizer o seguinte: "É muito bom nós termos aqui a Justiça ao nosso lado, ao lado do que é certo, ao lado do que é razoável e ao lado do que é bom para o nosso Brasil."

Mesmo quem não entende de política é capaz de compreender os lances da politicagem. No início da semana, noutro café da manhã, Toffoli comprometera-se com os termos de um pacto a ser celebrado entre os três Poderes. No embrulho do pacto, há temas que podem resultar em demandas judiciais com potencial para escalar a pauta do Supremo — reformas previdenciária e tributária, por exemplo.

Ao dizer que a Justiça está "ao nosso lado", Bolsonaro usa Toffoli (9% da composição do Supremo) para desmoralizar os outros dez ministros (91% da Corte). É como se o chefe do Executivo enxergasse no Pretório Excelso, do outro lado da Praça dos Três Poderes, um puxadinho do Palácio do Planalto. Uma instância da qual o governo espera ouvir apenas "amém", pois a Bic do capitão só assina "o que é bom para o nosso Brasil." Nesse enredo, não parece haver espaço para meio-termo. Ou o Supremo segura Toffoli, ou Toffoli transforma em carvão o que restou do Supremo.

Para encerrar: Bolsonaro, que já se comprometeu a oferecer a Sérgio Moro a próxima cadeira que vagar no Supremo, disse há alguns dias que “está na hora de termos um ministro evangélico. A meu ver, o Tribunal precisa de juízes competentes, e não de pastores ou de proselitistas religiosos. Indicar um evangélico que tenha reputação ilibada e notável saber jurídico é uma coisa; indicá-lo por ser evangélico é outra bem diferente. Ademais, somos um Estado laico. Por uma simples questão de isonomia, teríamos de vestir com a toga suprema representantes dos judeus, dos espíritas, dos, protestantes, dos budistas, dos umbandistas, de testemunhas de Jeová, e por aí segue esse bizarro circo de horrores. 

Das entrelinhas da fala do capitão é possível inferir que ele poderá indicar também o juiz federal Marcelo Bretas, de quem se tornou bastante próximo. O magistrado, que é responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio de Janeiro, membro da Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul e originário da Assembleia de Deus, foi convidado para o coquetel de Jair Bolsonaro e já se manifestou diversas vezes nas redes em apoio ao presidente.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

ELEIÇÕES 2018 - A HORA DO COMPROMISSO


Instalou-se no País um clima de aflição com o futuro imediato em razão da perspectiva de que o próximo presidente da República seja eleito como resultado de um embate entre forças populistas, com tendências autoritárias. É em momentos como esse, em que a confusão suplanta a razão, que urge compreender, longe do calor dos discursos, os aspectos fundamentais dos desafios que assombram o País, pois, do contrário, a crise tende a se perpetuar, numa dinâmica que pode inviabilizar a desejada estabilidade política, econômica e social.

O primeiro aspecto diz respeito à legitimidade do pleito, colocada em dúvida desde sempre pelas forças políticas que agora aparecem nos primeiros lugares das pesquisas de intenção de voto. Enquanto Jair Bolsonaro já disse, mais de uma vez, que qualquer resultado que não seja sua vitória será prova de que houve fraude nas urnas eletrônicas, os petistas vêm há bastante tempo sustentando que uma eleição sem a presença de seu demiurgo também seria ilegítima. É perda de tempo procurar argumentos para rebater tamanha afronta à razão e à democracia, nem se poderia esperar comportamento diferente daqueles que sempre pautaram sua vida política por ideologias autoritárias.

É bastante simbólico do momento crítico que vive o País o fato de que seja imperativo rogar a todos os contendores da disputa presidencial que aceitem o resultado das urnas, seja lá qual for e por mais desagradável que pareça. A peleja cheia de rancor e ódio que ora se trava não autoriza otimismo a esse respeito, mas, a não ser que o objetivo de um e outro lado seja inviabilizar o próximo governo e prejudicar o País, o presidente eleito só terá condição de governar se contar com alguma forma de trégua política.

Ainda que esse armistício seja alcançado e a legitimidade do eleito, reconhecida por todos — como se espera e como deve ser —, a crise tenderá a se manter e até a se ampliar se o próximo presidente não puder realizar as urgentes reformas requeridas para debelar o profundo desequilíbrio fiscal do País.

São muitos os candidatos e as forças políticas que não se comprometem com a realização dessas reformas. Alguns dão a entender, ao contrário, que, no governo ou fora dele, pretendem adotar modelos perdulários de administração das contas públicas que, no passado recente, se provaram desastrosos e são em grande medida responsáveis pela atual crise. E entre os que defendem as reformas não há, até o momento, quem o faça sem apor ressalvas que, no mínimo, reduziriam o alcance das mudanças.

Mas a crise é de tal forma grave e intrincada que a omissão diante de seus efeitos fatalmente levará o governo — qualquer governo — à inviabilidade, tanto por falta de recursos para administrar como porque, com o correr de poucos meses, terá infringido as leis de controle e responsabilidade fiscal.

Assim, se não realizar imediatamente reformas que comecem a colocar as contas em ordem, o próximo governo correrá o sério risco de incidir em crime de responsabilidade logo em seu primeiro ano, o que poderia justificar mais um traumático processo de impeachment. E nada garante que seu vice, uma vez na Presidência, teria melhor destino caso insistisse em negar a necessidade das reformas. Pode-se dizer que qualquer um que ocupe a cadeira presidencial — salvo se recorrer a artifícios golpistas – terá escassas condições de governar o País e até de se manter no cargo se não se dispuser a desmontar a bomba fiscal.

Como se vê, a saúde da democracia brasileira depende radicalmente das reformas, razão pela qual é imperativo romper o atual círculo vicioso de populismo e irresponsabilidade fiscal, afrontando o risco permanente de crises institucionais e substituindo-o pelo círculo virtuoso do debate político, da construção democrática do consenso e da prosperidade econômica, com o qual todos ganham. O momento exige que, apuradas as urnas, todas as forças políticas assumam o firme compromisso de tornar o País administrável, não apenas em bases mínimas, mas garantindo a retomada do crescimento e da paz social.

(EDITORIAL DO ESTADÃO)

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“Boa tarde, pessoal! Nós tamos aqui hoje. Eu, o Fernando Pimentel e o Fernando Haddad. Dois Haddad. Aliás, dois Pimentel. Dois Haddad e um Fernando. (Dilma Rousseff, capturada pelo jornalista Celso Arnaldo neste sábado, em Minas Gerais, e internada com o seguinte recado aos enfermeiros: “quando se é incapaz de dizer ‘dois Fernandos’, já não é mais dilmês, é ‘dilmência'”.)



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domingo, 23 de setembro de 2018

ELEIÇÕES 2018 - O ABRAÇO DOS AFOGADOS




Para concluir o raciocínio que eu vinha desenvolvendo nas últimas postagens:

A exatos 14 dias do primeiro turno, o que se tem é uma “quase certeza” de que Jair Messias Bolsonaro está escalado para o segundo tempo, mas não se sabe se o jogo será contra Ciro, Haddad, Alckmin ou Marina.

Em tese, o tucano seria o adversário mais provável, mas na prática a teoria é outra. Tanto assim que FHC sugeriu uma união entre os partidos de centro em torno de Alckmin, para evitar uma vitória de Bolsonaro ou de Haddad. Mas foi em vão: ao contrário do que o grão-mestre do tucanato esperava (ou imaginava, ou achava que haveria uma chance, por menor que fosse), ninguém se mostrou minimamente interessado em abdicar da própria candidatura para apoiar a campanha moribunda de um candidato que foi derrotado por Lula em 2006 e a quem sobra vontade, mas faltam atitude, firmeza e competitividade.

No sábado 22, o ex-presidente usou o Twitter para dizer que sua carta foi direcionada “aos eleitores e eleitoras, não aos candidatos ou aos partidos”, e que há meses defende a criação do que chama de centro popular e progressista. “Anda há tempo para deter a marcha da insensatez; como nas Diretas-já, não é o partidarismo, nem muito menos o personalismo, que devolverá rumo ao desenvolvimento social e econômico”, ponderou o tucano dos tucanos — que, aos 87 anos, deveria vestir seu pijama de bolinhas e assistir às patacoadas de seu contemporâneo Sílvio Santos, que só continua à frente do programa homônimo porque é o dono da emissora.

Ciro, terceiro colocado nas pesquisas, disse ser mais fácil “boi voar de costas” do que o chamado centro se unir no primeiro turno. “O FHC não percebe que ele já passou. A minha sugestão para ele, que ele merece, é que troque aquele pijama de bolinhas que está meio estranho por um pijama de estrelinhas”. Marina afirmou que o PSDB passa pelos mesmos problemas do PT e que “fazer um discurso para que haja uma união e dizer que o figurino cabe no candidato do seu partido talvez não seja a melhor forma de falar em nome do Brasil”.

Devido à teimosia de Alckmin, os tucanos perderam a oportunidade de ter um candidato com postura mais combativa, como João Doria, ou mesmo Tasso Jereissati. Aécio, que teve mais de 51 milhões de votos em 2014 (quando perdeu para Dilma por uma diferença de míseros 3,28%), teria sido a escolha natural, mas se tornou personae non grata com a delação de Joesley Batista.

ObservaçãoÉ curioso que um heptarréu condenado e preso fosse campeão absoluto de intenções de voto até a farsa da sua candidatura ser desmontada pelo TSE, enquanto Aécio, que se tornou réu por corrupção passiva e obstrução da justiça em abril deste ano e sequer foi cassado (embora devesse tê-lo sido, mas isso já é outra conversa) se tornou personae no grata a tal ponto que resolveu desistir de disputar a reeleição para concorrer a uma vaga de deputado federal. Quando mais não seja, isso é a prova provada de como funciona a cabeça da militância petista (se é que petista tem cabeça).

Fato é que a famigerada propaganda eleitoral obrigatória vem sendo veiculada desde o início deste mês sem surtir o efeito esperado por Alckmin. Por ser o candidato com maior tempo de exposição no rádio e na TV, o tucano foi considerado o presidenciável mais vivo de 2018, mas revelou-se um vivo tão morto que o eleitorado cativo do PSDB lhe enviou coroas de flores, migrando maciçamente para Bolsonaro. E o grão-mestre do tucanato, com sua carta da última quinta-feira, como que jogou a derradeira pá de terra sobre o esquife do correligionário.

“Ante a dramaticidade do quadro atual”, ponderou FHC, “ou se busca a coesão política, com coragem para falar o que já se sabe e a sensatez para juntar os mais capazes para evitar que o barco naufrague, ou o remendo eleitoral da escolha de um salvador da Pátria ou de um demagogo, mesmo que bem intencionado, nos levará ao aprofundamento da crise econômica, social e política.” 

Na visão de Josias de Souza, tudo faria muito sentido não fosse um singelo detalhe: a raiva do eleitor. Em 2018, os caciques continuam fazendo política com os pés no mundo da Lua. Promovem os mesmos cambalachos de sempre. Em órbita, não se deram conta de que uma parcela considerável da população já não parece disposta a fazer o papel de gado. De repente, a grama da enfermaria do Einstein e da cadeia de Curitiba pareceram mais verdes.

Até o momento, as pesquisas apontam Bolsonaro como franco-favorito, mesmo sem ele ter participado de qualquer ato de campanha desde o dia 7 e de seu tempo na TV mal dar para um piscar de olhos. Paralelamente, o pau-mandado de Lula, que até recentemente não passava de um ilustre desconhecido, já domina as intenções de voto no nordeste. Mas aqui vale lembrar que as características culturais e socioeconômicas do povo nordestino dão mais peso à TV do que às redes sociais, sem falar que o dublê de pai dos pobres e criminoso condenado é tão cultuado por lá quanto o padim Ciço. Enfim, a cada minuto nasce um otário neste mundo, e os que nascem no Brasil vêm com título eleitoral e estrelinha do PT enfiada no rabo.  

Segundo O Globo, a campanha de ataques vai se acirrar na reta final, e a julgar pelo que se viu até aqui o capitão gancho pode sobreviver a novas críticas, embora os tucanos insistam em dizer que ele apenas está capitalizando o voto antipetista. A Alckmin resta concentrar seu poder de fogo contra Bolsonaro e Haddad e rezar para ganhar uns votos e roubar outros. 

Mas esse nunca foi o estilo do picolé de chuchu. E cães velhos não aprendem truques novos.

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sábado, 22 de setembro de 2018

FHC PEDE UNIÃO CONTRA EXTREMISTAS (ou: DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM)



Enquanto o circo eleitoral avança a pleno vapor, a crise política se agrava e o sistema político-jurídico edificado pela Constituição de 1988 agoniza. À corrupção, somam-se a desorganização da estrutura estatal, seu controle por inimigos da sociedade de bem e uma elite absolutamente descolada das necessidades nacionais. Por conta de uma irresponsabilidade nunca antes vista na história deste país, as instituições se esfacelam, e ao invés de se buscar o caminho da serenidade, do equilíbrio, da solução das contradições por meio do debate franco, aberto e democrático, aposta-se no quanto pior melhor. Assim, a duas semanas do primeiro turno das eleições, a impressão que se tem é a de estarmos diante do embate final entre o Bem e o Mal. Quem é quem nesse “nós contra eles”, no entanto, varia conforme as convicções e as preferências de cada um. 

Seguidores fanáticos desse ou daquele candidato, partido ou ideologia trocam acusações e impropérios (quando não socos e pontapés). O cidadão comum, que tem a vida por ganhar e mais com que se preocupar, é diuturnamente bombardeado com pesquisas que apontam algo diferente a cada instante, opiniões tendenciosas de analistas, jornalistas e outros palpiteiros de plantão e uma enxurrada de promessas eleitoreiras que os candidatos declamam em verso e prosa no horário eleitoral obrigatório, como se estivesse tratando com débeis mentais (às vezes estão, mesmo, mas isso já é outra conversa)  

Cansada da velha política, parte dos brasileiros passou a apoiar os extremistas extremados em detrimento dos candidatos “de centro”, como Amoedo, Meirelles e Álvaro Dias. O Capitão Caverna parece ter lugar garantido no segundo turno, mas ainda não se sabe quem irá enfrentá-lo — os oponentes mais prováveis são Ciro e Haddad, mas estamos no Brasil, onde até o passado é imprevisível.

O PSDB, tradicional arquirrival do PT, é tão imprestável na oposição quanto uma bicicleta para um perneta. Depois que o sucesso do Plano Real garantiu a vitória de Fernando Henrique sobre Lula, em 1994 (no primeiro turno, com 34 314 961 de votos contra 17 122 127 do petista), o partido “criou fama e deitou na cama”. Mas a mediocridade da segunda gestão de FHC favoreceu tanto a vitória Lula sobre José Serra, em 2002, e Geraldo Alckmin, em 2006, quanto a eleição de Dilma em 2010 e sua reeleição em 2014 (com a derrota de Serra Aécio, respectivamente, para uma fraude, uma gerentona de araque que faliu as duas lojinhas tipo 1,99 em 1995, quando o câmbio favorecia enormemente a revenda de badulaques importados).

Observação: Os tucanos ficaram ainda mais desmoralizados quando Joesley Batista desmascarou Temer e Aécio. Com o espaço de manobra reduzido, eles optaram por permanecer no barco, mas sem forças para assumir o leme, dividiram-se entre “cabeças pretas” e “cabeças brancas”, viraram as costas para a opinião pública e deixaram que se fechasse a janela de oportunidade que lhes permitiria resgatar a imagem de alternativa lógica para quem não aguenta mais a corrupção do PT e do PMDB.

Em 2016, o PSDB contribuiu para o impeachment da anta vermelha e apoiou a ideia de se ter um governo de transição que, mantendo de pé uma “pinguela” reformista, atravessasse a pior fase da crise e entregasse o país em melhores condições a quem assumisse o poder em 2018. Mas não moveu uma palha sequer para influenciar ou direcionar esse governo, que se deixou impregnar pelos interesses escusos do Congresso e pela preocupação em esvaziar a Lava-Jato e recompor oligarquias e práticas clientelistas, trocando a grande política pela pequena política. Um governo de perfil “parlamentar”, mas com uma base pouco confiável, sem grandeza e sem projeto, que se refletiu na composição ministerial, gerou turbulências e explodiu com as delações da JBS.

Ao longo do tempo, a incompetência do tucanato cresceu exponencialmente, como comprova a escolha (infeliz) de Geraldo Alckmin para disputar (novamente) a presidência. Na trilogia “O PODEROSO CHEFÃO”, Michel Corleone afastou Tom Hagen do cargo de consiglieri porque Hagen não era talhado para exercer tais funções em tempo de guerra. Mutatis mutandis, a analogia se aplica ao picolé de chuchu, que seria uma escolha até aceitável se o eleitorado não estivesse tão polarizado. E com a notória indecisão que os leva a mijar no corredor quando a casa tem mais de um banheiro, os tucanos perderam a oportunidade de substituir o azarão por Tasso Jereissati, João Doria ou alguém com mais chances de vitória. Agora é tarde, Inês é morta e não adianta chorar sobre o leite derramado.

Com uma campanha morna, um discurso pusilânime, e sem saber explorar sua galáxia de tempo no rádio e na TV, Alckmin não decolou — e dificilmente decolará, considerando que faltam duas para o primeiro turno. Para piorar, os caciques do “centrão” desconhecem o significado da palavra ideologia e farejam derrota a léguas. Muitos já se mostram mais preocupados com a eleição de governadores e congressistas em seus estados — de olho em sua própria sobrevivência política — do que em apoiar um presidenciável eleitoralmente moribundo (alguns já nem se dão ao trabalho de esconder a possibilidade de virar a casaca e apoiar o Capitão Gancho ou o pau-mandado do presidiário de Curitiba).

Não há, entre as 35 agremiações política regularmente inscritas na Justiça Eleitoral, um partido mais covarde e vaidoso que o PSDB. Que o diga o PT. Ao longo do período em que a ORCRIM ficou encastelada no poder, saqueando os cofres públicos e aparelhando o sistema para perpetuar uma perversa dinastia, o país não pôde contar com os tucanos. Em seus melhores momentos, a oposição foi tímida; nos piores — e esses se repetiram durante a maior parte do tempo —, ela simplesmente inexistiu. 

Agora, quando faltam 15 dias para o apito final, FHC, em carta, pede união contra candidatos radicais para evitar agravamento da crise. Mas isso já é assunto para a próxima postagem.

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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

ELEIÇÕES — O DEUS NOS ACUDA DAS DERRADEIRAS SEMANAS



Quarta-feira, 19 de setembro. A 18 dias do primeiro turno das eleições mais conturbadas da nossa história, analistas, jornalistas e outros “istas”, baseados em recente pesquisa do Ibope, profetizam que o pleito terá dois turnos (palpite que qualquer cartomante de botequim daria sem pestanejar, mesmo num país onde até passado é imprevisível), que o Capitão Caverna enfrentará, no segundo tempo, o preposto do Criminoso de Garanhuns e que os demais postulantes podem ir fazendo as malas, pois logo voltarão para o buraco de onde jamais deveriam ter saído.

Quinta-feira, 20 de setembro. A 17 dias do primeiro turno das eleições mais conturbadas da nossa história, o Datafolha anuncia que Bolsonaro puxa a fila dos presidenciáveis, com confortáveis 28% das intenções de voto (mesmo hospitalizado e sem participar de nenhuma atividade de campanha desde o último dia 6, quando foi esfaqueado em Juiz de Fora). Em segundo vem Haddad, com 16%, mas o cangaceiro de festim (Ciro Gomes é paulista de Pindamonhangaba) é o único com cacife para derrotar todos os rivais no segundo turno, e vencerá Bolsonaro por 6 pontos percentuais (nos demais cenários, o Capitão Gancho empataria com Haddad, Alckmin e Marina).

Observação: O Datafolha entrevistou 8.601 eleitores de 323 municípios. O Brasil tem 147,3 milhões de eleitores espalhados por cerca de 5600 municípios, mas a margem de erro, segundo o instituto, é de míseros dois pontos.

Ainda segundo a pesquisa, 40 % do eleitores podem mudar o voto. Desses, 15% indicam Ciro como segunda opção, 13% apontam Marina, 12% optam por Haddad, 12% por Alckmin e 11% por Bolsonaro. Os eleitores de Ciro, Alckmin e Marina são os menos decididos — mais da metade admite escolher outro candidato e muitos têm trocado de camisa nas últimas semanas. Aliás, perguntados se sabem o número de seu candidato, 42% desses representantes do esclarecidíssmo eleitorado tupiniquim não souberam dizer o número certo.

O crescimento significativo do lambe-botas do criminoso de Garanhuns, cujas intenções de voto mais que dobraram depois de sua unção, leva-nos a antever (e temer) o pior dos cenários. Mas se o esbirro lulista representa a volta do presidiário ao Planalto, seu oposto também é uma aposta de risco, não só por seu inescondível despreparo (embora seja Paulo Guedes quem ditará as regras se Bolsonaro for eleito), mas também porque seu vice representa uma ameaça real à democracia.

Os números não mentem, mas podem estar errados ou ser manipulados — ou mesmo apontar um resultado baseado em respostas inverídicas. A esta altura do campeonato, tudo é possível, até mesmo a fatura ser quitada já no próximo dia 7, embora eu tenha cá minhas dúvidas. Bolsonaro sonha com essa benção, pois abreviaria uma campanha da qual sua saúde o impede de participar. Demais disso, o segundo turno é uma eleição à parte, e não se sabe até que ponto os acordos costurados entre os candidatos remanescentes e os defenestrados no primeiro escrutínio teriam serventia, pois entendimentos entre cúpulas partidárias não necessariamente influenciam eleitores indecisos ou propensos a votar em branco ou anular o voto.

O que há de claro em tudo isso é que nada está claro. O que se vê é o capacho vermelho posar de “candidato da civilidade” (embora preste contas a um criminoso condenado), visando se contrapor ao “barbarismo” de Bolsonaro, enquanto os partidos do centrão — integrados por políticos sem ideologia nem vergonha na cara, que se vendem como putas nas zonas do mais baixo meretrício, mas capazes de farejar derrota como tubarões farejam sangue a milhas de distância — se mostram mais preocupados com as eleições em seus próprios estados do que em apoiar o picolé de chuchu tucano.

O acordo com o centrão garantiu a Alckmin um latifúndio de tempo na propaganda eleitoral obrigatória, mas não lhe ensinou a explorar essa vantagem. O tucano acreditava que, como por milagre, sua insípida campanha decolaria a partir do último dia primeiro. Mas não decolou. Lamentavelmente, o PSDB é um cemitério de egos, e ainda que Alckmin seja a pior escolha, pelo menos neste momento, já não há tempo de substituí-lo por Doria, que certamente seria mais competitivo.

Alckmin aposta agora em uma “última onda” para voltar a crescer e chegar ao segundo turno. “Nós temos 30% de indecisos na pesquisa espontânea (quando os candidatos não são apresentados ao eleitor). A campanha está em aberta e está por onda. Já tivemos a onda Marina, a onda Ciro, a onda Haddad. Ela pode vir por ondas, mas é a última onda que vai valer”. Da sua ótica, Haddad, e não Bolsonaro, quem está garantido no segundo turno, já parte dos 28% de intenções de voto contabilizadas pelo extremista de direita não são de eleitores que querem vê-lo na Presidência, mas sim de votantes que querem impedir o retorno do PT. E é esse o eleitor que o tucano pretende reconquistar. Resta-lhe explicar como irá fazê-lo, já que tem pouco mais de duas semanas para realizar esse prodígio de magia.

Se nada mudar até amanhã, falaremos mais um pouco de Alckmin e seu imprestável partido.

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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

HADDAD NEGA QUE DARÁ INDULTO A LULA SE FOR ELEITO




Conforme eu comentei en passant no post anterior, o alter ego do deus pai da Petelândia afirmou pela primeira vez, durante uma entrevista concedida ao G1 na última terça-feira, que não dará indulto a Lula se for eleito presidente.

Questionado pelos jornalistas da bancada, que citaram uma declaração do petralha Fernando Pimentel (governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, que disse ter certeza que Haddad assinará o indulto no primeiro dia de mandato), o “laranjão” respondeu que “Lula está trabalhando para provar que é inocente e que não quer favor, quer que os tribunais brasileiros e os fóruns internacionais (?!) reconheçam que ele foi vítima de um erro judiciário”.

Questionado se isso, então, significava que ele não daria o indulto, Haddad afirmou que “isso não está em pauta”, que “Lula tem sido considerado, desde o primeiro julgamento, como condenado, mas que acredita na absolvição”. “E se não for?”, insistiram os jornalistas, lembrando que há apenas duas hipóteses, ser ou não inocentado. Haddad: “Eu, como cidadão, vou me manter na campanha pela liberdade do presidente. Porque, eu li o processo, eu considero...” Milton Jung, jornalista da CBN: “Isso o senhor disse claramente. A pergunta objetiva é o seguinte...” Haddad: “Não. Não. A resposta é não.” Jung: “Não ao quê?” Haddad: “Não ao indulto.”

Perguntado sobre o motivo de Dilma não aparecer na campanha, o capacho vermelho disse que “o Lula era o nosso candidato a presidente.” A jornalista Débora Freitas pergunta então por que o programa eleitoral passa direto da época do Lula para a do Temer. “Porque houve um golpe… Ninguém vai poder me acusar de esconder aliado, porque nunca fiz isso. Nunca escondi apoiador, por mais problemático que seja… Isso é prática de político tradicional. Eu faço tudo às claras. Quando vou a Minas, ando com a Dilma para cima e para baixo. Tenho um milhão de fotos e vídeos com a Dilma.”

Lula, sempre é bom lembrar, além da ação já julgada, sobre o tríplex no Guarujá, que originou sua condenação a 12 anos e 1 mês de prisão, é réu em mais 6 processos, dois dos quais sob a pena do juiz Sérgio Moro, que determinou, na última sexta-feira, a abertura de prazo para as manifestações finais no caso que trata do suposto esquema de corrupção envolvendo contratos entre a Odebrecht e a Petrobras. Tudo somado e subtraído, estima-se que sentença só será proferida em novembro — ou seja, após o segundo turno das eleições, até porque condenar Lula agora, em plena disputa eleitoral, acirraria ainda mais os ânimos e daria ainda mais munição para a petralhada vitimizar seu bandido favorito.

No processo do tríplex, Moro deu a sentença 22 dias após as alegações finais, mas não existe um prazo a ser respeitado, ficando a critério do juiz o julgamento e a publicação do decisum. Além dos processos do tríplex e do terreno comprado pela Odebrecht para instalar um uma nova sede do Instituto, há ainda a ação referente ao folclórico sítio em Atibaia (SP), que se encontra em fase de instrução (devido ao período eleitoral, o depoimento do molusco foi remarcado para 14 de novembro).

Sem a promessa do indulto (a não ser que Ciro Gomes se eleja, o que não é provável), as chances de Lula ser solto se concentram em Dias Toffoli. O PT acredita que o ministro-cumpanhêro conseguirá, sem grande alarde, construir uma “solução intermediária” para, finalmente, reverter a decisão da corte que autoriza a prisão de condenados em segunda instância. Toffoli, que já advogou para o PT e trabalhou no governo Lula, tem dito que pretende tratar do assunto apenas no ano que vem, mas defende que a prisão ocorra depois da confirmação da condenação pelo STJ.

Falando no STJ, ministro João Otávio de Noronha, que assumiu a presidência da Corte no final do mês passado, disse em entrevista ao Estado que vê com ressalvas uma eventual mudança de entendimento do STF sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. “A jurisprudência está pacificada, não pode o Supremo mudar isso todo mês”, afirmou o magistrado. 

Noronha disse ainda que: “o STJ não faz mera revisão das decisões”, que “não basta perder para recorrer, é preciso demonstrar violação da lei federal” e — mais importante — que “no recurso especial não há reexame da prova”. Destaco esse ponto porque o STJ deve julgar daqui a algumas semanas o recurso especial interposto pela defesa de Lula contra a decisão do TRF-4 no caso do tríplex. Em junho passado, a vice-presidente do TRF-4, desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, denegou seguimento ao recurso extraordinário de Lula (ao STF), mas liberou a subida do recurso especial (ao STJ). 

No último dia 14, a PGR pediu ao STJ que rejeite o apelo. Em seu parecer, a subprocuradora-geral da República Áurea Pierre contesta a argumentação da defesa e diz que o recurso não deveria sequer ser julgado, já que a decisão que manteve a condenação não contrariou lei federal nem deu interpretação diversa de qualquer outro tribunal sobre o tema, sendo descabida sua revisão.

Vamos esperar para ver que bicho dá.
  
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terça-feira, 18 de setembro de 2018

ELEIÇÕES 2018 — TEMPESTADE PERFEITA?



De acordo com o instituto MDA, Jair Bolsonaro lidara as pesquisas de intenção de voto com 28,2%, seguido pelo beleguim de Lula com 17,6%. Nos 5 cenários testados para um eventual segundo turno, o Capitão Caverna empataria com Ciro (na casa dos 37%) e derrotaria Haddad (por 39% a 35,7%), Meirelles (38,6% a 25,7%), Alckmin (38,2% a 27,7%) e Marina (39,4% a 28,2%). Pejo jeito o eleitor consciente ficará entre a cruz e a caldeirinha no próximo dia 7, o que é lamentável, sobretudo se consideramos quão desinformada é a grande maioria dos brasileiros votantes.

Corta para Haddad: Uma semana depois de ser confirmado como presidenciável, o pau-mandado vermelho foi (mais uma vez) exercer sua lulodependência em mais uma visita ao mentor — nos últimos 40 dias, foram nada menos que seis —, de quem recebe instruções para sua campanha. Parece que ninguém dá a mínima para o fato de o presidiário de Garanhuns traçar toda a estratégia da campanha de Haddad de dentro da cadeia, indicando homens de sua confiança para assessorá-lo e orientando-o sobre os lugares aonde ir, qual a postura nos debates a adotar e quem atacar para alavancar sua candidatura. Graças à complacência das autoridades judiciárias, o sumo pontífice da petralhada transformou sua cela em central de comando da campanha do PT, a exemplo do que fazem outros líderes notórios de facções criminosas nesta terra de ninguém.

Corta de novo para Bolsonaro: Enquanto seus adversários se engalfinham no pelotão intermediário das pesquisas, o extremista de direita aposta na polarização com o laranja de Lula e age como se tentasse desenvolver uma vacina capaz de imunizá-lo contra o veneno de Alckmin, que tem se referindo a ele como “um passaporte para a volta do PT” ao Planalto. Talvez o cenário fosse outro se a candidatura do picolé de chuchu decolasse, mas enfim...

Perguntado sobre seus altos índices de rejeição, Bolsonaro questiona as estatísticas que o classificam como o favorito a fazer do seu adversário no segundo round o próximo presidente da República. Sem mencionar expressamente o nome de Alckmin, ele associa a pregação do tucano à ideia de fraude: “A narrativa agora é que eu perderia para qualquer um no segundo turno. Não é perder no voto, é perder na fraude. Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez no primeiro, é concreta.” Parece que, do seu leito na unidade de tratamento semi-intensivo do Hospital Albert Einstein, o capitão não tem acesso aos resultados das pesquisas mais recentes.

Bolsonaro voltou a criticar o Supremo por ter barrado o projeto sobre o voto impresso, de sua autoria, e reforçou a intenção de Haddad tirar Lula da cadeia: “O Haddad, eleito presidente — ele já falou isso, e, se não falou, vocês sabem —, assina no mesmo momento da posse o indulto de Lula. E, no segundo seguinte, o nomeia chefe da Casa Civil.” Também insinuou que Lula só não buscou refúgio numa embaixada companheira porque dispunha de alternativa melhor: “Se coloquem no lugar do presidiário que está lá em Curitiba, com toda a sua popularidade, toda a sua possível riqueza. Com todo seu tráfego junto às ditaduras do mundo inteiro, que se autoapoiam, especialmente em Cuba, você aceitaria passivamente, bovinamente ir para a cadeia? Você não tentaria uma fuga? Se você não tentou fugir, obviamente, é porque você tem um plano B.”

A internação parece ter feito bem a Bolsonaro. Há 11 dias, antes do atentado em Juiz de Fora, ele soava tão soberbo que passava a impressão de só ter virtudes generais. Agora, o sofrimento suavizou sua imagem — o que não deixa de ser problema para a campanha de Alckmin, que voltou a bater no rival com a mesma intensidade de antes da facada.

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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

LULA LÁ, EM CURITIBA. MAS ATÉ QUANDO?



Fala-se que as chances de Lula voltar às ruas com Dias Toffoli na presidência do STF crescem significativamente, e na hipótese de o pau-mandado Luiz Fernando Haddad Lula da Silva se eleger, o petralha voltaria a dar as cartas no Planalto.

O cangaceiro de araque Ciro Gomes também já acenou com a possibilidade de conceder indulto presidencial ao crápula de Garanhuns. Mas para isso ele precisaria primeiro se eleger, e depois conseguir o aval do Congresso. Mas não ponhamos a carroça na frente dos bois, pois muita coisa pode acontecer nas semanas que faltam para o segundo turno e nos três meses e meio que antecedem a posse do próximo presidente, seja ele quem for.

É notável que um heptarréu condenado, preso e a dois meses de conhecer sua segunda sentença no âmbito da Justiça Federal de Curitiba reúna tantos apoiadores. Claro que, com a possível exceção dos militontos desmiolados, ninguém o apoia sem esperar algo em troca — no caso de Ciro, os objetivos são eminentemente eleitoreiros, e as chances de ele cumprir a promessa são as mesmas de limpar o nome dos brasileiros negativados no SPC (41% da população economicamente ativa).

Ricardo Lewandowski, que também foi guindado ao STF pelas mãos dadivosas do criminoso de Garanhuns (clique aqui para mais detalhes) e articulou com o cangaceiro das Alagoas Renan Calheiros, então presidente do Congresso a vergonhosa maracutaia que preservou os direitos políticos de Dilmanta Rousseff, resolveu partir mais um vez em socorro de seu amado benfeitor: em vez de seguir a maioria ou simplesmente se alinhar ao colega Marco Aurélio, dono do único voto a favor de Lula no julgamento virtual do HC, ele pediu vistas do processo, e agora o julgamento terá de ser reiniciado do zero e realizado presencialmente (em data ainda a ser definida).

Como não faria sentido o ministro-cumpanhêro agir assim apenas para retardar o inevitável (a desculpa foi que, como Marco Aurélio abriu a divergência, Lewandowski precisaria de mais tempo para analisar o processo), imagina-se que seu real propósito seja forçar a rediscussão da famigerada prisão em segunda instância (detalhes na postagem deste domingo).

Segundo O ESTADÃO, o "ministro-cumpanhêro" pretende devolver o processo dentro do prazo regimental, que é de 10 dias, e a partir daí caberá a Toffoli, atual presidente da Corte, marcar a data do julgamento. Apesar de não ser propriamente a ação geral sobre a prisão em segunda instância, o processo de Lula orbita essa temática, já que se trata de um recurso contra a decisão do STF que, em abril, por 6 votos a 5, negou um pedido de liberdade do petista e reafirmou a possibilidade da execução antecipada da pena. Dentro da Corte, há uma pressão de colegas para que o tema da prisão antecipada volte a ser rediscutido no plenário, sendo essa moção capitaneada justamente por Lewandowski e Marco Aurélio.

No momento do pedido de vista, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Gilmar Mendes já haviam votado contra o pedido da defesa. Apenas Marco Aurélio divergiu, e aproveitou o ensejo para cobrar o julgamento das famigeradas ADCs (atualmente são três, todas sob sua relatoria) que tratam da execução antecipada da pena. Isso deu a deixa para Lewandowski suspender o julgamento e levá-lo para o plenário presencial, quando então todos os ministros votarão novamente. Vamos acompanhar para ver no que isso vai dar.

Nesse entretempo, a defesa de Lula sofreu mais uma derrota: o TSE negou permissão para o líder dos petralhas gravar, na cadeia, áudios e vídeos como apoiador da campanha de seu pau-mandado. Na petição, os advogados afirmam que é a figura política de Lula “possui força própria e descomunal, sendo plenamente eficaz para formar opinião, seja a seu favor ou em seu detrimento”. A decisão foi do relator, ministro substituto Sérgio Banhos.

Para encerrar, transcrevo a opinião do jornalista Paulo Germano, publicada originalmente no site GAUCHAZH, juntamente com a figura que eu usei para ilustrar esta postagem, e deixo um clipe de vídeo que vale a pena ser visto:

Lula é um irresponsável. Um imprudente metido a Deus que submete um país de 200 milhões de habitantes a seus joguinhos de poder. Primeiro, foi com Dilma: o impeachment, embora tenha sido um erro — o certo seria aguardar o fim do mandato —, interrompeu um dos governos mais pavorosos da nossa história, conduzido por uma gestora incompetente que Lula vendeu como competente. Agora, a desfaçatez se repete com outro embuste: Fernando Haddad.

Confirmado como laranja de Lula para concorrer à Presidência, o ex-prefeito de São Paulo teve sua estatura política (ainda mais) encolhida há dois anos, quando perdeu a reeleição no primeiro turno com ridículos 16%. Fez lá um governo criticado até por colegas do próprio PT – embora, igualzinho a Dilma, tenha sido eleito só porque Lula quis.

Mas suponhamos que a população de São Paulo tenha sido injusta e que Haddad tenha feito uma boa administração. Seria razoável mostrar isso agora, apresentar Haddad ao país, exibir suas façanhas, suas ideias, seus talentos, sua história. Só que a propaganda só mostra Lula, Lula, Lula e Lula. Por quê? Porque não faz a menor diferença se o candidato é Haddad, o Capitão América ou o Zé das Couves: o que importa é mostrar que a pessoa, no governo, não será essa pessoa, será Lula.

Agora, bem, imagine um presidente da República pedindo a bênção para um presidiário toda vez que precisar decidir. Parte da população, com razão, não vai gostar nem um pouco. Grande parte dos deputados também. Do Judiciário, idem. Qual é a chance de um governo desses unir minimamente um país em frangalhos?

“Ah, mas a maioria do povo escolheu.” A ideia, de novo, é fazer da República um laboratório no qual Lula é o cientista louco e o povo é o ratinho que sobrevive como dá. Atender aos requisitos para presidir a República não depende da maioria. Depende da lei — e ela diz que um homem preso não pode ser presidente. Você pode achar que a prisão de Lula injusta, assim como muita gente acha que é justíssima. Mas achar uma coisa ou outra não muda nada: só a Justiça pode resolver se alguém é culpado — ou se faz assim, ou ninguém será condenado nunca, porque os advogados vão passar a vida inteira dizendo que seus clientes não fizeram nada de errado. E Lula, aos olhos de quem decide, é culpado e acabou.

Sob qualquer perspectiva que se avalie, uma campanha construída de forma a conceder o poder supremo da nação a um presidiário é uma afronta ao processo eleitoral e um prenúncio de desestabilização. Mas o PT, como se sabe, prefere primeiro se eleger e depois ver no que dá. Com Dilma, soterrou o Brasil em uma crise sem precedentes. Com Haddad, comprova que o bem do país é o que menos interessa. Importante, mesmo, é fazer da República um laboratório no qual Lula é o cientista louco e o povo, o ratinho que sobrevive como pode.

Não interessa se você acha que Lula é culpado ou inocente: uma campanha construída de forma a conceder o poder supremo da nação a um presidiário é uma ameaça ao país.


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sábado, 15 de setembro de 2018

LULA, O PT E A MENTIRA


No começo da noite de ontem, quando o placar do julgamento virtual do recurso de Lula (HC 152752era de 7 votos contra e 1 a favor (o voto a favor foi dado pelo ministro Marco Aurélio), Ricardo Lewandowski pediu vista do processo, suspendendo, consequentemente, o julgamento — que agora deixará o plano virtual e será realizado presencialmente, em data a ser definida por Dias Toffoli, atual presidente da Corte.

O problema da mentira não é tanto o mentiroso, pois a ele cabe apenas sustentar a invencionice adicionando ponto sobre ponto ao próprio conto conforme a conveniência. Mais complicada é a situação de quem trata com condescendência a mentira na ingênua fé de que a verdade é submissa ao poder soberano dos fatos. Nem sempre.

Disso vem dando notícia o PT desde que assumiu a Presidência qualificando de “herança maldita” o legado da estabilidade econômica, enquanto se preparava para aderir ao festim diabólico da roubalheira patrocinado havia décadas por seus novos companheiros de uma jornada cuja meta seria a formação de um consórcio de poder perpétuo.

De memória fraca, a maioria ignorou um fato: o ambiente estável foi uma conquista coletiva, decorrente da adesão do país a um plano que o governo sozinho não teria dado conta de executar. Inexperiente no exercício do cotejo entre palavras e atos de seus governantes, ficou indiferente às incongruências factuais, preferindo ser feita de boba pelo falatório diário conversor de mentiras pela via da repetição.

Assim, sob consentimento quase geral, operou Lula durante anos, antes e depois do poder. Daí não é de surpreender a capacidade do PT de não apenas se adaptar às vicissitudes como tirar bom proveito delas. A mentira é obra que se constrói com muita facilidade. Difícil de destruir, entre outros motivos porque tem como alicerce a desonestidade. O trapaceiro não tem compromisso com a regra; já larga no lucro quando é aceito no jogo, e na dianteira fica em relação aos demais que atuam dentro de restrições legais, morais, educacionais, sociais e/ou institucionais.

Eis a razão pela qual Lula e o PT permanecem no centro da cena política apesar de todos os pesares: falta de escrúpulos. Contra o desrespeito deslavado às leis, a afronta a decisões judiciais e a ausência total de espírito público pouco há que fazer além de aguardar que o tempo dê seu jeito. São tão emaranhados e erráticos os caminhos do fingidor que uma hora termina prisioneiro do próprio labirinto.

Lula e o PT montaram esse tipo de armadilha e seguem na direção dela. Mas como, se fazem o maior sucesso? Digo como: apostando tudo na sobrevivência da fama de uma pessoa e confessando, assim, que o partido só tem um ativo; com isso deixando de investir nas eleições estaduais e parlamentares, o que equivale ao enfraquecimento da legenda e consequente perda de importância no jogo político.

O petismo já largou a ponta da toalha, pois só quem se dá por perdido admite correr tantos riscos. Quais sejam, os de perder espaço no horário eleitoral, ficar reduzido a representação irrisória no Congresso, transformar a preferência nas pesquisas numa montanha de votos nulos por insistência em candidatura nula de origem, passar à história como campeão de derrotas na Justiça e, o risco maior de todos, ganhar a eleição sem ter como cumprir a promessa de fazer “o Brasil feliz de novo”.

Essa canoa já virou, e foi a benevolência geral para com os caprichos autorreferidos do PT o que a fez virar.

Texto de Dora Kramer

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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O JULGAMENTO VIRTUAL DO RECURSO DE LULA


Dois dos inúmeros recursos apresentados pela defesa de Lula foram enviados pelo relator ao plenário virtual do STF, e o julgamento de um deles deve ser concluído até amanhã. A propósito, está marcada para esta tarde a cerimônia de posse de Dias Toffoli, que sucederá a Carmen Lucia no comando do circo supremo pelo próximo biênio, findo o qual ele será sucedido por Luiz Fux (caso até lá ainda existam um Supremo e um Brasil).

Voltando ao julgamento virtual, o que está sub examine é o insurgimento da defesa de criminoso de Garanhuns contra a não concessão do HC 152752, que visava impedir sua prisão, em abril passado. Trata-se de embargos declaratórios, que, como se sabe, não têm o condão de modificar o mérito da decisão embargada, mas neste caso específico a defesa pediu que fossem conferidos efeitos de embargos infringentes, o que em tese poderia permitir que Lula aguardasse em liberdade o trânsito em julgado da condenação. 

Até o momento, Edson Fachin, Carmen Lúcia e Alexandre de Moraes votaram pela rejeição dos embargos — acredita-se que Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes farão o mesmo, mas Rosa Weber, Marco Aurélio e Celso de Mello são menos previsíveis e Lewandowski e Toffoli, notórios simpatizantes da seita maldita, mais perigosos. De qualquer modo, o prazo final para os ministros votarem termina amanhã, e o resultado só será divulgado depois que todos se pronunciarem. 

De acordo com o que Márcio Falcão publicou no Jota, não há elementos que modifiquem o cenário é justifiquem a concessão do HC, até porque uma eventual soltura do paciente, em meio ao período eleitoral, seria vista como interferência da Corte nas eleições presidenciais. A defesa chegou a pedir a Fachin que o julgamento fosse presencial, mas o ministro negou. Segundo ele “depreende-se ausente razão para acolher o pedido tal como formulado”.

O outro recurso a ser julgado virtualmente (entre os dias 21 e 27 deste mês) questiona a decisão de Fachin que negou o pedido de efeito suspensivo ao acórdão do TRF-4 — aquele que resultou na prisão de Lula e o tornou inelegível à luz da Lei da Ficha-Limpa — por entender que a recomendação do Comitê Direitos Humanos da ONU não se aplica a situação criminal do ex-presidente, mas apenas à questão eleitoral.

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terça-feira, 11 de setembro de 2018

HADDAD É LULA, LULA É HADDAD E EU SOU O COELHO DA PÁSCOA




A falácia esquerdista d’ “O Povo Feliz de Novo”, cantada em prosa e verso pelo coral de militontos que veem Lula como preso político e acreditam na alegoria da “alma viva mais honesta do Brasil” não torna menos difícil a missão da seita do inferno de convencer o segmento menos ideologizado de seus seguidores de que Andrade, ops, Haddad é uma edição revista e sem barba do Pai dos Pobres, Exterminador do Plural, Parteiro do Brasil Maravilha, Redentor dos Miseráveis e Picareta dos Picaretas.

Lula é Haddad e Haddad é Lula. Essa é a mensagem que o PT tenta passar no horário político obrigatório, não raro descumprindo a decisão do TSE, tanto assim que vários ministros já suspenderam as inserções em que Lula aparece como candidato. No último domingo, o vice-presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, determinou que a coligação “O Povo Feliz de Novo” deixe de divulgar a candidatura de Lulaem qualquer meio ou peça de propaganda eleitoral, sob pena de suspensão da propaganda eleitoral do PT/PCdoB/Pros, além de proibir Haddad de se apresentar como vice do Lula, Lula-Haddad, estamos com Lula, vamos com Lula ou qualquer outro jogo de palavras publicitariamente voltados a alimentar a ideia de continuidade da candidatura.

Lula é Lula e Haddad é Haddad. O fato de o primeiro ser semianalfabeto e o segundo, bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia é uma das inúmeras diferenças entre criador e criatura. Mas a maior de todas talvez seja o carisma: a despeito do mensalão, Lula se reelegeu e deixou o Planalto nos píncaros da popularidade. Haddad, depois de uma gestão medíocre, foi fragorosamente derrotado pelo novato João Doria logo no primeiro turno — algo inédito desde a redemocratização, quando as eleições majoritárias municipais passaram a ter dois turnos. Outra diferença digna de nota é capacidade de comunicação: Lula fala a língua do povão — tanto pela origem humilde quanto pela inescondível falta de instrução de que ele tanto se orgulha. Já Haddad abre comícios dizendo para a militância que sua campanha “representa a antítese do status quo”.

Não surpreende, portanto, que Haddad seja considerado pelo próprio PT como o mais tucano dos petistas, tanto por sua pouca afinidade com movimentos sociais quanto pela declarada admiração por FHC. Mas isso está mudando, diz uma matéria publicada recentemente em Veja.com. Desde que abraçou a ideia de substituir Lula na disputa presidencial, o ex-prefeito vem passando por uma metamorfose — o que também não chega a surpreender, na medida em que, se eleito, precisará do apoio da bancada petista para governar, e a mensagem do partido é clara: na condição de segunda opção de Lula (a primeira era Jaques Wagner, que sabiamente declinou da oferta), o “poste” precisa ter a humildade de se deixar instruir — em outras palavras, qualquer sinal de empenho em um projeto pessoal será visto como traição.

Observação: Por se ter referido a Michel Temer como “golpista” em seus discursos de campanha “a vice” — aliás, eu nunca entendi por que a Justiça Eleitoral permitiu essa estapafúrdia chapa tríplex —, o Haddad levou uma carraspana do presidente: “Quero recomendar a você, quando você e seus companheiros me chamam de golpista e de alguém que fez uma reforma trabalhista que recupera a modernidade do nosso país, eu quero que você leia a Constituição, Haddad. Primeiro, para verificar que na Constituição está escrito que quando um presidente é impedido, o vice constitucionalmente assume”. O emedebista também rebateu as críticas sobre a reforma política — Haddad disse que “Temer destrói o país, corta direitos e conquistas históricas do nosso povo, vende nossas riquezas e entrega nossa soberania” e o presidente, que “não adianta você [Haddad] dizer que nós tiramos direitos dos trabalhadores, porque está na lei maior, ele está na Constituição, ninguém pode tirar direitos dos trabalhadores, como não tirei ao fazer a reforma trabalhista”. Gostemos ou não de Temer, nesse ponto temos de concordar com ele.

Desde o mês passado que Haddad deixou a cargo do PT a elaboração do seu plano de governo, e assim engoliu calado a regulamentação da mídia e do sistema judiciário (com a revisão da lei anticorrupção e da delação premiada) e a revogação da reforma trabalhista aprovada por Temer. Outra mudança visível na postura do quase candidato é a dicção acadêmica, que está sumindo aos poucos. Frases que eram recorrentes no início da eleição começam a vir traduzidas — aquela em que prometia ser a “antítese” do “status quo” virou que ele é “contra o projeto de Temer, que ameaça o Bolsa Família e afeta os mais pobres”). No começo do mês, em visita à Garanhuns, Haddad vestiu chapéu de cangaceiro e andou a cavalo (ou de jegue, não tenho bem certeza); na semana passada, madrugou na porta de montadoras em São Bernardo do Campo, rememorando o roteiro da campanha salarial liderada por Lula em 1978, e de lá seguiu para Diadema (também no ABC paulista), onde discorreu sobre seus feitos como ministro da Educação no governo Lula.

Enquanto Haddad se dedica a esse processo de metamorfose, a defesa de Lula joga as últimas cartadas na tentativa de reverter a inelegibilidade do egun mal despachado. Até porque, antes de ser declarado inelegível, Lula aparecia nas pesquisas com quase 40% das intenções de voto, ao passo que Haddad mal chegava aos 4%. Na primeira pesquisa sem Lula, feita pelo Ibope nos três primeiros dias do horário eleitoral na TV, o “vice” mal chegou a 6%, sinalizando que falta muito para ele herdar o legado do molusco, embora não lhe falte disposição.

Haddad comemorou a fato de Alckmin não ter conseguido angariar votos do PT, mesmo dispondo de mais tempo na propaganda política obrigatória e de uma estratégia direcionada a desconstruir Bolsonaro, que é o maior antagonista do partido. Ainda que o tucano esteja em quarto lugar nas intenções de voto, os petralhas querem minar suas chances de crescimento, pois preferem enfrentar o PSL no segundo turno — Bolsonaro é campeão em rejeição, com 44% na pesquisa Ibope divulgada no último dia 5; em seguida vem Marina (26%), Haddad (23%), Alckmin (22%) e Ciro Gomes (20%).

O fato é que a resistência do PT ao ex-prefeito de São Paulo ainda é considerável. Prova disso é a defesa de Lula ter pedido ao STF que conceda para a troca do candidato e que analise a recomendação do comitê da ONU, dando sinais de que o presidiário quer ir até o final. 

Ontem, dizia-se que Lula havia escrito uma carta para ser lida a militantes petistas, na qual diz que não anunciaria, naquele momento, nenhuma decisão sobre a candidatura do PT ao Planalto. Isso depois de a ministra Rosa Weber ter negado o pedido de efeito suspensivo à decisão do TSE. Segundo O Globo, o núcleo da campanha do PT à Presidência não espera sucesso nos recursos, mesmo com uma nova recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU dizendo que o Brasil tem o dever de garantir os direitos políticos do ex-presidente. Mas parece que o sevandija de Garanhuns pensou melhor e, a poucos minutos do apito final, acabou autorizando a oficialização da candidatura de Haddad. Mais detalhes amanhã — ou a qualquer momento, em edição extraordinária.

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