quarta-feira, 19 de abril de 2017

AINDA SOBRE O HDD E O DESLIGAMENTO DO COMPUTADOR (CONTINUAÇÃO)

UMA CRIANÇA NÃO É UM ADULTO EM MINIATURA, MAS TEM MUITO ADULTO POR AÍ QUE MAIS PARECE UMA CRIANÇA GRANDE.

A resposta para a pergunta que eu deixei em aberto no post anterior é: Depende. Vai interromper o trabalho por alguns minutos ― para ir ao banheiro, por exemplo? Deixe o computador ligado. Vai almoçar? Coloque a máquina em standby (na lista do menu Iniciar, clique na opção Suspender). Encerrou por hoje e só vai usar o computador amanhã? Hibernar pode ser melhor do que Desligar ― lembrando sempre que o sistema tende a ficar mais “pesado” quando é usado por dias a fio sem uma “revigorante” reinicialização.

Observação: Embora não seja o escopo deste artigo, vale lembrar também que você pode configurar sua senha de logon no Windows para ser exigida quando o sistema volta do descanso de tela, do standby ou da hibernação, de maneira a inibir a ação dos bisbilhoteiros de plantão, conforme, aliás, a gente já viu em outras postagens.

Antes de prosseguir, vale relembrar alguns pontos importantes, começando pelo o número de inicializações que um HDD é capaz de suportar ― que não é infinito, mas vem aumentando ao longo dos anos. Hoje em dia, é mais comum o computador se tornar obsoleto bem antes que o drive dê sinais de exaustão. Claro que acidentes acontecem; um surto de energia (causado por um relâmpago que atinge a rede elétrica, por exemplo) pode causar danos irreversíveis, sem mencionar que reinicializações resultantes de “apagões” inesperados podem acarretar problemas em nível de software (perda de dados, corrupção de arquivos, etc.). Nos portáteis, existe também o risco de choques físicos ― quedas, impactos, etc. ―, daí os drives de estado sólido (SSD, baseados em memória flash e sem partes móveis) serem mais comuns nessa plataforma do que nos desktops, mas isso é uma outra história (que eu contei nesta postagem).

Para quem não tem o saudável hábito de seguir os links que eu incluo nos meus textos (uma evolução fantástica em relação à mídia impressa, onde era preciso recontar as mesmas histórias inúmeras vezes), ou não sabe que as palavras ou frases sublinhadas e grafadas em azul remetem a outras webpages ― e, portanto, não estão aí para enfeitar, mas para esclarecer pontos importantes ―, segue um breve resumo:

O HDD eletromecânico é composto por uma câmara selada (carcaça), em cujo interior um ou mais pratos (discos) giram em alta velocidade em torno de seu eixo, mediante a ação de um motor. A leitura/gravação dos dados é feita por minúsculas cabeças eletromagnéticas (heads) posicionadas na extremidade de braços (arms) controlados por um atuador. Essas cabeças alteram a polaridade das moléculas de óxido de ferro do revestimento metálico que recobre os partos, gerando sinais elétricos que a placa lógica interpreta como imensos conjuntos de bits zero e um, que são os arquivos digitais.

Durante o processo de fabricação, os drives dão formatados fisicamente, quando então as superfícies dos pratos são “divididas” em trilhas, setores e cilindros. As trilhas são faixas concêntricas numeradas da borda para o centro e divididas em (milhões de) setores de 512 bytes. Quando o drive conta com dois ou mais pratos, o cilindro corresponde ao conjunto de trilhas de mesmo número existente nos vários pratos (o cilindro 1 é formado pela trilha 1 de cada face de cada disco, o cilindro 2, pela trilha 2, e assim por diante). O primeiro setor – conhecido como setor de boot, setor zero, trilha zero ou MBR – abriga o gerenciador de boot, as tabelas de alocação de arquivos usadas na formatação lógica (feita pelo próprio usuário quando da instalação do sistema) das partições inicializáveis e outros dados inerentes à inicialização do computador. Note que setor e cluster são coisas diferentes: o primeiro é a menor unidade física do HDD, ao passo que o segundo, geralmente formado por um conjunto de setores, é a menor unidade lógica que o SO é capaz de acessar

Já os SSDs não têm motor, discos, nem quaisquer outras peças móveis. Seus componentes básicos são a memória flash ― onde os dados são armazenados como na RAM, o que torna o processo de leitura e gravação muito mais veloz ― e o controlador, que gerencia o cache de leitura e gravação de arquivos, criptografa informações, mapeia trechos defeituosos da memória, e por aí afora. Sua adoção vem sendo feita de forma gradativa, notadamente em máquinas mais caras, até porque o preço do gigabyte nesse tipo de memória é bem maior que nos HDDs convencionais.

Observação: Existem também os drives híbridos, que combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um HDD convencional e proporcionam desempenho melhor a preço menor. A memória flash funciona como cache, armazenando e garantindo acesso rápido aos arquivos utilizados com maior frequência (sistema e aplicativos), enquanto os discos magnéticos se encarregam dos demais dados (músicas, vídeos e arquivos pessoais). O processo é transparente e automático, e tanto o usuário quanto o SO "enxergam" o conjunto como se ele fosse um drive comum.

Continuamos na próxima, pessoal. Até lá.

MONTESQUIEU NÃO CHEGOU AO BRASIL 

O Brasil é um país estranho. Já completamos o primeiro trimestre e nada, de fato, ocorreu na política nacional — além, obviamente, das estarrecedoras revelações que vieram a público com a suspensão do sigilo da “Lista de Fachin”. Lula continua solto, posando de salvador da pátria, e Dilma, vomitando seus estapafúrdios discursos mundo afora, ora em portunhol capenga, ora num hilário arremedo de francês de galinheiro.  

Em suma, tudo passa pelo Judiciário. É como se os outros dois poderes — Executivo e Legislativo — fossem apenas meros apêndices da estrutura de poder. Nunca na história recente da democracia brasileira este desequilíbrio esteve tão evidente. Juízes, desembargadores e ministros ocupam o primeiro plano da cena política. São os atores principais. Abandonaram os autos dos processos. Ocupam os microfones com naturalidade. Discursam como políticos. Invadem competências de outros poderes, especialmente do Legislativo. No caso do Supremo Tribunal Federal, a situação é ainda mais grave. Aproveitando-se da inércia do Congresso Nacional, o STF legisla como se tivesse poder legal para tal, interpreta a Carta Magna de forma ampliada, chegando até a preencher supostas lacunas constitucionais. Assumiu informalmente poderes constituintes e sem precisar de nenhum voto popular. Simplesmente ocupou o espaço vazio.

O projeto criminoso de poder petista ao longo de 13 anos destruiu a institucionalidade produzida pela Constituição de 1988. Cabe registrar que até então não tínhamos um pleno funcionamento das instituições. Contudo, havia um relativo equilíbrio entre os poderes e um respeito aos limites de cada um. Mas este processo acabou sendo interrompido pelo PT.

O petrolão foi apenas uma das faces deste projeto que apresou a estrutura de Estado. E que lá permanece. Depois de quase um ano da autorização para a abertura do processo do impeachment, pouco ou nada foi feito para despetizar a máquina governamental. Pedro Parente, quando assumiu a presidência da Petrobras, afirmou que havia uma quadrilha na empresa. Porém, o tempo passou e nada foi apresentado. O que sabemos sobre a ação do PT e de partidos asseclas na empresa deveu-se à ação da Justiça. Foram efetuadas investigações internas? Funcionários foram punidos? Os esquemas de corrupção foram eliminados? A empresa buscou ressarcimento do assalto que sofreu? Como explicar que bilhões foram desviados da Petrobras e seus gestores não foram sequer processados?

Se a nova direção da Petrobras foi omissa, o mesmo se aplica a um dos pilares do projeto criminoso de poder petista, o BNDES. Foi um assalto. Empréstimos danosos ao interesse público foram concedidos sem qualquer critério técnico. Bilhões foram saqueados e entregues a grupos empresariais sócios do PT. Porém, até o momento, Maria Silvia Bastos Marques não veio a público expor, ainda que sucintamente, a situação que encontrou ao assumir a presidência do banco. E os empréstimos a Cuba? E às republicas bolivarianas? E para as ditaduras da África negra?

Não é possível entender o silêncio das presidências da Petrobras e do BNDES. Por que não divulgam a herança maldita que receberam? Desinteresse? Medo? Não é politicamente conveniente? Por que os brasileiros só tomaram — e continuam tomando — conhecimento das mazelas da Petrobras e do BNDES através dos inquéritos e processos judiciais? Por que os presidentes, ex-diretores e demais responsáveis não foram processados pelos novos gestores?

Se o Executivo continua refém da velha ordem, o mesmo se aplica ao Legislativo. O Congresso Nacional se acostumou ao método petista de governar. Boa parte dos parlamentares foram sócios da corrupção. Receberam milhões de reais indiretamente do Estado. Venderam emendas constitucionais, medidas provisórias, leis e até relatórios conclusivos de comissões parlamentares de inquéritos. Tudo foi mercantilizado. E os congressistas participantes do bacanal da propina lá continuam. Desta forma, diversamente de outros momentos da nossa história (1961, 1964 e 1984-85), o Congresso não tem voz própria na maior crise que vivemos. Quais deputados e senadores poderão se transformar em atores à procura de uma solução política? Quem tem respeitabilidade? Quem fala em nome da nação?

Tanto no Executivo como no Legislativo a velha ordem se mantém com apenas pequenas alterações. Colaboradores ativos do petismo, sócios entusiasmados do maior saque estatal da nossa história, ocupam importantes postos nos dois poderes. Há casos, como o de Leonardo Picciani, que seriam incompreensíveis a algum analista estrangeiro que não conhecesse a hipocrisia da política brasileira. O deputado votou contra a abertura do processo do impeachment e, mesmo assim, foi premiado com o cargo de ministro do novo governo. Boa parte da base parlamentar que sustentou os governos criminosos do PT agora apoia Michel Temer, sem, em momento algum, ter efetuado alguma autocrítica.

É justamente devido às contradições dos outros dois poderes que o Judiciário acabou invadindo o espaço que constitucionalmente não é o seu. Isto não significa que opere sem divergências. Pelo contrário. Basta recordar os constantes atritos entre os responsáveis pela Lava-Jato e alguns ministros do STF, o que também não é recomendável.

O que é inquestionável é o desequilíbrio entre os poderes. Mais ainda, a supremacia do Judiciário. É um desserviço ao Estado democrático de Direito o enorme poder dos juízes, também porque, mas não apenas por isso, sequer receberam um voto popular. E continuam incólumes ao controle democrático. O que diria o Barão de Montesquieu de tudo isso?

Postagem criada com base em texto do historiador Marco Antonio Villa.

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terça-feira, 18 de abril de 2017

SOBRE O SUPOSTO DESGASTE PREMATURO DO COMPUTADOR EM DECORRÊNCIA DE FREQUENTES DESLIGAMENTOS E AS DEMAIS OPÇÕES DE DESLIGAMENTO DO WINDOWS

O MERCOSUL É A UNIÃO ENTRE O BOM GOSTO E A SOBRIEDADE DOS BRASILEIROS, A HONESTIDADE DOS PARAGUAIOS, A ALEGRIA DOS URUGUAIOS, A SIMPLICIDADE E HUMILDADE DOS ARGENTINOS E A SINCERIDADE DOS CHILENOS.

É incontestável que qualquer dispositivo elétrico ou eletroeletrônico “sofra mais” no momento em que é ligado ― por isso que é mais comum uma lâmpada queimar no instante em que a acendemos do que simplesmente se apagar “do nada”, minutos ou horas depois de acesa (embora isso também possa ocorrer, naturalmente). No caso do PC, todos os componentes são sensíveis, em menor ou maior grau, a variações e surtos de tensão, mas o HDD (sigla para disco rígido, que, no idioma do Tio Sam, é chamado de Hard Disk Drive) sempre foi o mais susceptível.

Por se tratar de um dispositivo eletromecânico, o disco rígido tem partes móveis, como os atuadores, que movem as minúsculas cabeças de leitura e gravação ao longo de toda a superfície dos pratos ― que por sua vez giram milhares de vezes por minuto em torno de um eixo acionado por um motor ―  para “ler e escrever” os bits que compõem os arquivos digitais mediante a inversão de polaridade das moléculas de uma camada de óxido de ferro que... bem, podemos economizar tempo e espaço se você acessar o resumo que eu apresentei a respeito nesta postagem.

Mesmo os PCs do final do século passado podiam ser ligados e desligados milhares e milhares de vezes antes de o HDD “pifar”. Claro que nada é eterno, muito menos a vida útil desse componente, mas era mais comum o computador se tornar obsoleto e ser substituído antes de o disco rígido apresentar problemas de funcionamento, a menos, naturalmente, que fosse fulminado por um pico de tensão ou danificado por um apagão inesperado na rede elétrica ― daí a importância de a gente usar um no-break ou, no mínimo, um estabilizador de tensão de boa qualidade, como você pode conferir nesta postagem.

Novas tecnologias tornaram os HDDs mais resistentes a impactos e solavancos (que castigam mais os computadores portáteis que os de mesa, mas enfim...), além de menos suscetíveis aos inevitáveis “distúrbios” da rede elétrica. Todavia, continua valendo a recomendação de jamais desligar o computador puxando o cabo energia da tomada, e sim abrir o menu Iniciar e clicar em Desligar. Dessa forma, o sistema encerrará adequadamente os aplicativos, processos e serviços, finaliza a sessão e só então cortará o fornecimento de energia, prevenindo a corrupção de arquivos e eventuais danos físicos no disco rígido.

Observação: De uns tempos a esta parte, passou a ser possível desligar o computador com segurança através do botão de power (tanto nos notebooks quanto nos desktops). Todavia, convém tomar cuidado para não o manter pressionado por mais tempo do que o necessário, pois, ao cabo de 5 segundos, o desligamento será feito “na marra”, como se o cabo de energia fosse desconectado da tomada. Essa opção deve ser reservada para ocasiões extremas, quando um travamento severo do sistema impede que ele seja desligado pelas vias convencionais.

Enfim, o que me levou a essas considerações preambulares foi a velha dúvida sobre o que é mais conveniente: desligar o computador durante intervalos curtos, como na hora do almoço ou do lanche da tarde, por exemplo, ou mesmo no final do dia, para não amargar os “intermináveis” minutos que a máquina levará para ficar pronta para uso na manhã seguinte. No entanto, como este texto já se alongou demais, o resto vai ter de ficar para o próximo post. Até lá.

PONDO OS PINGOS NOS IS

A “Delação do Fim do Mundo” deu origem à “Lista de Janot”, que resultou na “Lista de Fachin”, que caiu como uma bomba no Congresso. Menos pela divulgação dos nomes dos envolvidos ― que já eram conhecidos devido a diversos vazamentos ― e mais pela nova dimensão que o levantamento do sigilo dos depoimentos de Marcelo Odebrecht e de outros ex-diretores do Grupo vêm dando aos fatos, que são ainda mais estarrecedores quando ouvidos da boca dos delatores.

É certo que só teremos uma ideia do real tamanho desse imbróglio depois que cada inquérito for analisado, mas é igualmente certo que, pelo que veio a público até agora, nosso sistema político não tem como se sustentar por muito mais tempo. Isso é ponto pacífico. Por outro lado, convocar eleições “diretas já”, como defendem alguns, não é a solução.

Não que o atual governo seja grande coisa. O fato de vir produzindo resultados, notadamente no âmbito da Economia, chega a ser espantoso, considerando que Temer carece de respaldo popular, está cercado de ministros investigados por práticas pouco republicanas e é dependente de um Congresso que não passa de um covil de corruptos comandado por “Botafogo” e “Índio” ― apelidos pelos quais figuram conhecidos os presidentes da Câmara e do Senado nas planilhas espúrias do departamento de propina da Odebrecht. E são essas lamentáveis figuras, nessa mesma ordem, que responderão interinamente pela presidência da Banânia se a chapa Dilma-Temer for cassada antes do final do mandato de Michel Temer.

Alimentar esperanças de o país melhorar com a deposição do atual presidente seria o mesmo que escrever a Papai Noel e ficar esperando resposta. Rodrigo Maia e Eunício Oliveira são investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; Temer só escapou de um inquérito para chamar de seu porque seu cargo lhe confere imunidade provisória. Como dizem os americanos, BETTER THE DEVIL YE KEN THAN THE DEVIL YE DON'T (melhor ficar com o diabo que conhecemos do que o que não conhecemos, numa tradução livre).

E ainda que o povo tomasse vergonha e exigisse o afastamento imediato de todos os ministros, senadores, deputados e governadores sob suspeita ― não se trata de fazer pré-julgamento, mas de exigir um mínimo de moralidade, até porque todos os que investigados que, comprovadamente, não tivessem nada a ver com o peixe seriam prontamente reconduzidos a seus cargos, como acontece em democracias mais civilizadas ―, quem herdaria a coroa e o cetro seria a ministra Cármen Lúcia. Não se nega que ela vem fazendo um bom trabalho à frente do STF, mas daí a achar que se daria bem na presidência da República, num cenário como o atual, é o mesmo que acreditar na Fada do Dente.

A despeito de Temer ter sido conivente com as patifarias praticadas pela anta vermelha ― e de ter flanado confortavelmente no vácuo da sacripanta quando era vice-presidente da Banânia, beneficiando-se dos recursos milionários que propiciaram a reeleição da chapa em 2014 ―, em vez de sairmos às ruas gritando “Fora Temer”, deveríamos, isso sim, apoiar seu governo e torcer para que ele realmente consiga aprovar as reformas impopulares, mas indispensáveis, que são o primeiro passo na longa e espinhosa caminhada rumo ao crescimento do qual o PT nos desviou na última década, por conta de seu ominoso projeto de poder.

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segunda-feira, 17 de abril de 2017

PARCERIA ENTRE A SSP SP E A ANATEL AGILIZA BLOQUEIO DE CELULARES ROUBADOS

TIRANDO A MULHER, O RESTO É PAISAGEM.

Visando reduzir furtos e roubos de celulares (estima-se que mais de 1.000.000 de aparelhos sejam subtraídos por ano, no Brasil, mas o número pode ser bem maior, já que muitas pessoas não registram queixa na polícia), o governador Geraldo Alckmin anunciou, no último dia 20, uma parceria entre a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e a Anatel, visando agilizar o bloqueio dos aparelhos subtraídos e, consequentemente, desestimular os receptadores, que substituem o SIM CARD e em seguida revendem o produto do ato ilícito a consumidores desavisados ou igualmente desonestos. 

Doravante, a Polícia Civil poderá bloquear os aparelhos no momento em que o respectivo boletim de ocorrência for registrado, sem precisar recorrer às operadoras ― até então, era preciso solicitar os bloqueios caso a caso. Isso não só propicia maior agilidade no cancelamento das estações móveis, mas também permite o redirecionamento dos agentes atualmente responsáveis pelo bloqueio de IMEIs para outras tarefas policiais.  

Observação: O IMEI está para o celular assim como o número da carteira de identidade está para os cidadãos. Todo aparelho é identificado por um código exclusivo, que deve ser informado à polícia no momento em que o usuário dá parte à polícia do furto ou roubo ― caso de perda, não ficou bem claro se o próprio usuário poderá solicitar o cancelamento à operadora ou se terá de registrar um boletim de ocorrência para que isso seja feito pela autoridade policial).

O IMEI vem impresso na carcaça do celular, sob a bateria, bem como na etiqueta colada na embalagem original, além de constar da nota fiscal. No entanto, você pode visualizá-lo na tela do próprio aparelho, bastando digitar no teclado o código *#06#. Faça isso o quanto antes, anote o número numa caderneta ou agenda e guarde em lugar seguro. Tomara que você não precise usar, mas, se precisar, é melhor ter.

A LISTA DE FACHIN E O PORCO ALADO

Congresso Nacional ficou às moscas, na tarde da última terça-feira, depois que a divulgação da Lista de Fachin o atingiu como uma bomba ― o que não deixa de ser curioso, pois a seleta confraria de delatados já sabia que sua batata estava assando. Aliás, o nome de boa parte do dos políticos envolvidos em maracutaias com a Odebrecht já era de conhecimento público, pois os vazamentos vinham ocorrendo desde a homologação da “Delação do Fim do Mundo” pela ministra Carmem Lucia.

Na verdade, o que a (tão esperada por uns e tão temida por outros, dependendo do lado do balcão em que se está) suspensão do sigilo sobre os inquéritos nos dá é a exata dimensão da participação de cada um dos 98 investigados ― ao todo, Janot havia encaminhado 320 pedidos ao Supremo, que resultaram em 83 aberturas de inquérito, 211 declínios de competência para outras instâncias da Justiça e 7 arquivamentos. Sem nomes inesperados, o que chama a atenção é a proporção de senadores: 24, quase 30% do total de 81, contra 39 deputados, menos de 10% dos 513. Somados, esses alvos são mais que suficientes para paralisar o Congresso, inclusive a votação da reforma da Previdência.

A lista atinge todo o mundo político, até os presidentes da Câmara e do Senado ― Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, respectivamente. Nem Michel Temer escapou, embora não deva ser alvo de um inquérito devido à “imunidade provisória” que o cargo lhe confere. Sobrou para todo mundo, de próceres petistas que já haviam sido condenados no mensalão e no petrolão ― como José Dirceu e José Genoino ― aos presidentes dos principais partidos políticos ― Aécio Neves, do PSDB, e Romero Jucá, do PMDB, que encabeçam o ranking com 5 inquéritos cada.

Impressiona a cantilena dos denunciados, que, invariavelmente, repudiam as acusações. Claro que não seria de se esperar que eles assumissem publicamente os malfeitos que lhes são imputados. Nessa hora, independente do partido a que pertencem, todos são discípulos aplicados do grão-mestre ― a autodeclarada alma viva mais honesta da galáxia, que, somados aos 5 processos em que já era réu, os novos pedidos de inquérito elevam o placar a 12. E, cá entre nós, a tese esposada pela esmagadora maioria dos investigados, de que os delatores mentem deslavadamente, não convenceria nem mesmo a finada Velhinha de Taubaté! De acordo com o procurador Deltan Dallagnol, desde o início da Lava-Jato, há 3 anos, nenhum delator mentiu. Alguns omitiram, mas mentir, ninguém mentiu. E nessa coisa imensa da Odebrecht, nem o maior ficcionista imaginaria uma história assim, com o esquema detalhado do jeito que foi. 

Há uma clara evidência de que este sistema, do jeito que está montado, acabou. Temos que começar tudo de novo, mas como fazê-lo com o Congresso que aí está? Ou com o próximo que será eleito? A saída aponta para uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por um time suprapartidário que não tenha mandato parlamentar e que seja impedido de se candidatar nas próximas eleições.

Outra solução, bem mais simples, seria os eleitores simplesmente não comparecerem às urnas em 2018. Em peso. Em peso. Mas isso está fora de cogitação. Seria mais fácil um porco criar asas.

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domingo, 16 de abril de 2017

QUOUSQUE TANDEM ABUTERE PATIENTIA NOSTRA?

A patuleia está criando uma nova narrativa vitimista sobre a possibilidade de Lula vir a ser preso como forma de inviabilizar sua candidatura à presidência da República em 2018.

Na versão revista e atualizada, em vez de protestar pela inocência do molusco (que a “Lista de Fachin” brindou com mais alguns inquéritos) e alardear a alegada obsessão do juiz Sergio Moro em persegui-lo ― coisa que ficou ainda mais difícil depois que vídeos das delações de Emílio e Marcelo Odebrecht e outros ex-executivos da empreiteira deixaram boquiabertos até quem tinha certeza da imprestabilidade desse pelego populista ― o que se quer agora é avaliar é o grau da democracia tupiniquim pela permissão, ou não, de Lula ser candidato.

Em sua coluna no Globo, o jornalista Merval Pereira comenta que o cientista político André Singer, ex-porta-voz de Lula entre 2003 e 2007, afirmou que “(...) caso Lula possa candidatar-se, a recomposição do tecido democrático esgarçado pelo golpe parlamentar ganha densidade. Na hipótese contrária, a instabilidade tende a se prolongar, abrindo caminho para saídas autoritárias”.

Essa instabilidade não se dará por uma convulsão social a favor de Lula, mas simplesmente por que “eleições presidenciais livres e justas” não teriam sido realizadas, e estaríamos caminhando para um governo autoritário. O que define a legalidade da próxima eleição, na opinião de Singer, é a aceitação pelo Tribunal Superior Eleitoral da candidatura de Lula. Diz ele: “(...) Não importa, portanto, que Lula ganhe, e sim que consiga concorrer em igualdade de condições. Estaria, assim, garantida a chance de alternância de poder, elemento indispensável do processo democrático”. Daí se depreende que, na visão de Singer, somente a presença de Lula na cédula em 2018 garantiria a alternância de poder.

Se o PT não tem condições de apresentar um candidato competitivo que não seja Lula, é por que não se estruturou em torno de lideranças, mas depende do líder carismático que não deixou grama nascer em seu entorno. Além de o mensalão e o petrolão terem barrado todos os potenciais sucessores na hierarquia partidária, inviabilizados pela prisão ou por sérias denúncias, Lula escolheu uma inexpressiva ministra para ser sua candidata ― e deu com os burros n’água, por incompetência de Dilma e pelas questões morais que estão sendo reveladas pelas investigações da Operação Lava-Jato. E se não puder concorrer, vai ter que convencer seu eleitorado de que uma nova indicação sua não será tão desastrosa quanto aquela.

Difícil acreditar no vaticínio do jurista Nelson Jobim, ex-ministro de Lula e Dilma (além de FHC) de que, preso, Lula elege qualquer um em seu lugar. Pelo menos Singer não acredita nisso. Reflexo da decadência do partido diante da opinião pública, o PT teve uma participação pífia nas eleições municipais, ficando em décimo lugar entre os que mais elegeram vereadores.

No mesmo sábado em que André Singer publicou seu artigo, Dilma repetiu a mesma asnice numa palestra em seminário organizado por alunos brasileiros da universidade Harvard, em Boston: impedir que Lula seja candidato seria “mudar as regras do jogo democrático” no Brasil. Disse ela: “Me preocupa muito que prendam o Lula. Me preocupa que tirem o Lula da parada”. E ainda acrescentou: “Não acho que o Lula tem de ganhar ou perder. Eu acho que ele tem de concorrer. (...) Deixa ele concorrer, para ver se ele não ganha”.

Além de dizer que as questões jurídicas envolvendo “a pessoa física” do ex-mandatário não entram nas suas análises, Singer chega ao cúmulo de comparar a situação de Lula à de Juscelino Kubitschek após o golpe de 1964, quando “os militares, por verem JK como a volta do populismo, cancelaram a eleição presidencial direta por um quarto de século”. Não leva em conta que estamos em uma democracia, e em 1964 entrávamos em uma ditadura militar. Mas seu raciocínio político é que só provaremos que estamos em uma democracia se Lula for absolvido na Justiça e puder disputar as eleições. Outra variável que ele despreza é que as “questões jurídicas” não envolvem apenas a pessoa física de Lula, mas todo um esquema de financiamento através de propina do PT e seus aliados naquele momento histórico. Se for absolvido, ou se o julgamento em segunda instância não acontecer dentro dos prazos legais, permitindo que seja candidato, Lula sairá em campanha buscando provar que continua sendo o líder mais popular do país.

Como qualquer cidadão, Lula terá de enfrentar uma bateria de acusações durante a campanha, e precisará ter boas respostas. Se for condenado em segunda instância, como qualquer cidadão brasileiro, estará inelegível, e irá para a cadeia, de onde poderá continuar recorrendo. É por esses parâmetros legais que deve ser avaliada nossa democracia.

BOA PÁSCOA A TODOS.

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sábado, 15 de abril de 2017

SOBRE A PATULEIA

O termo “patuleia” designava originalmente os simpatizantes e militantes da ala esquerdista do Partido Popular na revolução de 1836, mas também é sinônimo de “plebe”, “ralé”, daí eu utilizá-lo para definir a malta de anormais que ainda acreditam nas falácias da autodeclarada “alma viva mais honesta do Brasil”, nas teorias amalucadas de “golpe” e outras bobagens peroradas pela ex-grande-chefa-toura-sentada e no retorno de Lula ao poder como forma de... sei lá, acho que para acabar de destruir o pouco que restou do país depois de 13 anos, 4 meses e 12 dias de aziagas gestões lulopetistas.

O comunismo foi uma das experiências que mais deram errado na história da política, embora ainda seja cultuado por pseudo intelectuais e uma cáfila de seres “não pensantes”. Para o jornalista J.R. Guzzo, bem poucos por aí sabem o que foi a Revolução Soviética ou demonstram alguma vontade de investir uma meia horinha do seu tempo tentando aprender algo a respeito. Aprender para quê? O que interessa é acreditar ― o que, além disso, dá muito menos trabalho.

O fato é que no momento é mais fácil ser de “esquerda” do que não ser. Houve um tempo em que você podia acabar na cadeia por ser de esquerda; hoje, no entanto, o camarada pode ser ministro do governo de Michel Temer e ser de esquerda. Pode ser um Eike Batista e, ao mesmo tempo, “campeão nacional” dos ex-presidentes Lula e Dilma. Pode ser o ex-governador Sérgio Cabral, que viveu anos como um herói do PT; pode receber prêmio literário de 100 000 euros ― dos quais o governo brasileiro paga a metade ― e discursar contra o “golpe” na hora de pegar o dinheiro. Pode ser ministro do STF, após advogar para o maior partido da esquerda nacional ou para “movimentos sociais” que se dizem “revolucionários”. Pode, como militante, receber verbas do Banco do Brasil, cesta básica e lanche quando é chamado para se manifestar na rua, além de diária e ônibus fretado. Pode estar na cadeia por corrupção. Pode ter emprego no Itamaraty. Pode ser reitor, procurador público, arcebispo. Pode trabalhar na Rede Globo.

Não é preciso ler um único livro ― Marx, então, nem pensar ― nem, Deus o livre, exigir a extinção da propriedade privada, sobretudo a sua, nem tampouco entrar no PT e pagar contribuição mensal de 10% do que ganha. Precisa apenas ter “posição” sobre uns tantos assuntos ― mas quem já teve de tirar do bolso um único real para “ter posição” sobre alguma coisa? Não num país como o Brasil de hoje, onde, além do mais, o risco de aparecer como “progressista” etc. está muito abaixo de zero. E quais são as “posições” que o brasileiro interessado em tirar a sua certidão de “pessoa de esquerda” deve assumir? ­Alguns exemplos:

― Ser a favor das normas que permitem aos professores da rede estadual de ensino de São Paulo faltar até um dia sim, um dia não ao trabalho, sem desconto nenhum no salário, é claro – incluindo o vale-transporte e o auxílio-alimentação referentes aos dias em que o professor não foi à escola;

Ser contra o aumento da velocidade de tráfego, para um máximo de 90 quilômetros por hora, nas avenidas marginais de São Paulo. Se possível, noticiar em tom de denúncia que, logo no primeiro dia com os novos limites, ocorreu um acidente de carro numa das marginais. O motorista estava bêbado. Além disso, ninguém se machucou – nem ele;

Ser contra qualquer mudança na legislação trabalhista. Num momento em que 12 milhões de brasileiros estão desempregados, sustentar que as pessoas não precisam de emprego, e sim de proteção — mesmo que não tenham mais emprego nenhum para ser protegido;

Ser a favor da aposentadoria das mulheres aos 50 anos, e de todas as regras parecidas com essa — a começar pelas que permitem a aposentados do serviço público ganhar mais de 50 000 reais por mês, ou 100 000, ou seja lá quanto for. Considerar correto que a totalidade da população pague, no fim das contas, a aposentadoria dos funcionários públicos — hoje, na média, cerca de 7 500 reais por mês. É quase o equivalente ao valor médio da aposentadoria dos funcionários públicos franceses, de 2 500 euros mensais. O PIB per capita da França, pela última tabela do Banco Mundial, é de 40 000 dólares por ano, quatro vezes o do Brasil;

― Ser a favor de pichadores ou “grafiteiros” de paredes, muros, viadutos, em prédios particulares e públicos. Considerar que quem não concorda está adotando uma atitude “higienista” — ou seja, a favor da higiene, considerada um hábito de direita;

Ser contra o “agronegócio” e a favor da “agricultura familiar”. E quanto aos agricultores “familiares” que trabalham junto a grandes empresas agrícolas? Não há resposta para essa questão. Comentários demonstrando que o valor da terra, hoje, é dado pela sua capacidade de produzir, e não pelo seu tamanho nem por outros fatores, são tidos como argumentos a favor do “latifúndio”, do capitalismo na agricultura e do atraso. (A área rural vai pôr 240 bilhões de reais em circulação no interior do Brasil em 2017.)

― Ser contra os defensivos agrícolas de qualquer tipo, descritos como “agrotóxicos”, “venenos” ou “agentes químicos”. Considerar como ato de destruição da natureza a utilização de qualquer área de terra para produção em grande volume de alimentos. Denunciar como delito social o cultivo de pastagens e a criação de animais de corte;

Acreditar que a única maneira de reduzir a pobreza é tirar dos ricos; a ideia de alcançar esse objetivo por meio da criação de mais riquezas é considerada de direita. Só o Estado, com a arrecadação de impostos — que, idealmente, devem ser sempre maiores —, tem a capacidade de distribuir renda. Cobrar imposto, por esse entendimento, é criar riqueza. Pelo mesmo entendimento, os pobres só existem porque existem os ricos. Na verdade, acredita-se que o 1% mais rico da população mundial tirou a sua fortuna dos demais 99%;

Assinar manifestos de intelectuais, mesmo que você confunda Kant com Clark Kent.

É o que temos, hoje. Adeus, Lenin.

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sexta-feira, 14 de abril de 2017

PONTOS A PONDERAR

Quis o destino que Michel Temer fosse o vice-presidente da Banânia quando o Congresso, num dos raros serviços úteis que prestou à nação nas últimas décadas, defenestrou a anta petista do Palácio do Planalto. E assim, junto com a promoção, o peemedebista herdou um monumental abacaxi, que seus antecessores plantaram em solo arado pelas máquinas do proselitismo, regaram com as águas da mentira e fertilizaram com o esterco da corrupção. Descascá-lo seria uma tarefa hercúlea para qualquer político, mas demanda ainda mais esforço de um chefe de governo que carece de apoio popular, está cercado de amigos e assessores suspeitos ou indiciados no âmbito da Lava-Jato e vê seu “ministério de notáveis” ruir como um castelo de cartas e o apoio parlamentar se esvair mais a cada dia.

Observação: Segundo recente pesquisa de opinião pública do CNI/Ibope, a um mês de completar um ano no governo, Temer amarga uma rejeição recorde (superior a 70%) e sua administração é considerada ruim ou péssima por por mais da metade dos entrevistados. Terá de se dar por feliz se conseguir realizar seu sonho de entrar para a história como “o cara que recolocou o país na trilha do crescimento”, e olhe lá. Nem mesmo os tímidos ― mas inequívocos ― sinais de melhora da economia conseguiram mudar essa tendência: inflação recuou, os juros caíram e o mercado de trabalho começou a se recuperar, mas a popularidade do presidente continua rolando ladeira abaixo.

Pela patuleia em geral ― e pelos petralhas em particular ―, Temer é tido como “ilegítimo” e tachado de “golpista”, mas isso é uma asneira monumental. Vamos esquecer por alguns minutos que a chapa Dilma-Temer está em via de ser cassada (ainda que, pelo andar da carruagem, a decisão ficará para as calendas gregas). Se considerarmos legítimos os resultados do pleito de 2014, tanto a anta vermelha quanto seu vice foram eleitos democraticamente pelo voto popular ― até porque nossa legislação não permite votar no candidato a presidente de uma chapa e no vice de outra coligação. Já no que concerne ao suposto “golpe”, só mesmo uma aberração como Dilma para insistir nessa versão bastarda do impeachment que lhe cassou o mandato ― o que ela não perde uma única oportunidade de fazer, no Brasil em dilmês castiço; no exterior, num portunhol estropiado ou num francês de galinheiro de bordel oitocentista de segunda classe.

Para os brasileiros de bem e minimamente esclarecidos, depõe contra Temer o fato de ele ter presidido o PMDB ― principal partido da base aliada que deu suporte aos governos petistas, e que se revelou tão corrupto quanto o próprio PT ―, compactuado por anos a fio com os desmandos da gerentona de araque e se beneficiado do monumental estelionato eleitoral que lhes garantiu a ambos a reeleição que, em última análise, quebrou o país. Temer sabe que as chances de reverter esse quadro nos 20 meses que lhe restam (isso se conseguir chegar ao final do mandato) são as mesmas de o proverbial camelo bíblico passar pelo buraco da agulha. Por outro lado, isso lhe permite levar adiante as reformas impopulares sem ter de se preocupar demais em “jogar para a torcida”.

Mas o tempo urge e a coisa fica mais difícil a cada dia: assombrados pelo fantasma da Delação do Fim do Mundo, parlamentares de todos os partidos buscam limitar a ação da Lava-Jato, impor o voto em lista fechada, anistiar o caixa dois eleitoral e manter sua prerrogativa para adiar ad kalendas græcas o inevitável acerto de contas com a Justiça Penal ― e isso significa se reeleger no ano que vem, quando o eleitorado terá a oportunidade de penabundar os 513 deputados federais e 2/3 dos 81 senadores (mas, como não tem consciência do poder que o voto lhe garante, boa parte dessa sele confraria certamente deixará passar in albis mais essa chance pôr ordem no galinheiro). Assim, é natural que a aproximação das eleições torne mais arredios os rufiões da pátria e proxenetas do parlamento. E como se não bastasse a oposição atávica e irresponsável dos incorrigíveis defensores dos petralhas, Temer vem sendo alvo do “fogo amigo” do próprio PMDB.

Do alto de sua imprestabilidade, colegas de partido do presidente preferem abandonar o governo a votar as reformas impopulares, a pretexto de não serem vocacionados a cometer “suicídio político”. A título de ilustração, um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo dá conta de que 60% dos 251 deputados contrários à proposta da reforma da Previdência integram a base aliada do presidente (os partidos da oposição compõem cerca de 40% dos votos contrários). No PMDB, partido de Temer, 16 dos 64 deputados afirmaram que votarão “não” ao projeto. Dentre os tucanos, 18 de 47 se manifestaram contra. A intenção de melar as reformas com objetivos eminentemente eleitoreiros se sobrepõe, mais uma vez, aos interesses do país. Até porque, do jeito que a coisa está, mais alguns anos e a Previdência não terá recursos para pagar as aposentadorias, pouco importando se os beneficiários já são inativos ou se tornarão nesse entretempo, seja aos 65, 70 ou 90 anos idade, após 25, 35 ou 100 anos de contribuição. E o mesmo se aplica às igualmente necessárias reformas da Legislação Trabalhista, Eleitoral, e assim por diante.

Então, meus caros, antes de crucificar o governo e sair às ruas berrando “Fora Temer”, informem-se melhor sobre os fatos, sob pena de engrossar as fileiras dos imbecis, digo, dos inocentes úteis manipulados pela “esquerda baba-ovo” do Comandante Máximo da ORCRIM e outros de sua laia. 

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

SOBRE O PRÓXIMO "BUG DO MILÊNIO"

NUNCA DESISTA DO SEU SONHO. SE ACABOU NUMA PADARIA, PROCURE EM OUTRA!

Em sua edição “original”, o Bug do Milênio decorreu do formato da data (DD/MM/AA) que os programadores vinham usando desde sempre, embora o latido tenha sido bem pior do que a mordida (detalhes nesta postagem). Já na edição revista e atualizada, prevista para janeiro de 2038, o problema é outro (aliás, a questão da data poderá trazer novos aborrecimentos na virada do ano de 9999 para 10000, mas não faz sentido nos preocuparmos com isso, pois nenhum de nós estará por aqui na data aprazada.

Voltando a 2038 ― se é que “voltar” se aplica ao caso em tela ―, o tal “bug” se deve à maneira como os processadores dos computadores contam o tempo. Para entender isso melhor, primeiro é recomendável relembrar alguns conceitos sobre a base binária ― que você pode conferir nesta postagem ―, até porque, sabendo o que são bits, bytes e seus múltiplos, fica mais fácil compreender o que será visto a seguir.

No alvorecer da computação pessoal, os processadores eram de 16-bit ― grandeza que remete ao tamanho de seus registradores. Colocando a coisa de forma bem simples, o “registro” do chip é o “local onde ele armazena os ‘endereços’ dos dados que precisa acessar para processar os dados”. Na arquitetura de 16-bit, a capacidade dos chips é limitada a 65.539 “endereços diferentes”, ao passo que na de 32-bit, que se tornou padrão no final do século passado, essa capacidade aumentou para respeitáveis 232, que corresponde a 4.294.967.295 “endereços”. Uma evolução e tanto, mas insuficiente: metade desses “endereços” é usada pelo chip na contagem do tempo ― que teve início em 1º de janeiro de 1970 ―, e 2.147.483.647 segundos nos levam até 1º de janeiro de 2038 (mais exatamente às 03h14min08s desse dia).

Não se sabe exatamente como os sistemas computacionais irão se comportar quando atingirem esse limite; é possível que alguns continuar a funcionar com a data incorreta (se a contagem for zerada e reiniciada), mas os que dependem da data precisa para executar suas tarefas certamente entrarão em colapso. Aliás, essa limitação da arquitetura de 32-bit é responsável também pelo fato de esses processadores não “enxergarem” mais de 4 GB de RAM, inobstante a capacidade dos pentes instalados ― atualmente, computadores de configuração mediana integram 8 GB ou mais de memória física, mas essa “fartura” só faz diferença caso eles disponham de chips de 64-bit, capazes de gerenciar nada menos que 264 endereços, que correspondem, na base decimal, a mais de 18 quintilhões (ou 18.446.744.073.709.551.616, para ser exato). Em tese, essa arquitetura permite gerenciar mais de 17 bilhões de gigabytes de RAM, embora a maioria dos PCs de grife que a gente encontra no mercado raramente suportam mais que 64 GB.

Há tempos que os processadores, sistemas operacionais e uma quantidade significativa de aplicativos são “de 64-bit”. O Windows é disponibilizado em versões de 64-bit desde 2005, e o Mac OS X, desde 2011, mas diversos sistemas usados na operação de servidores (como o Unix) ainda são baseados na anacrônica arquitetura de 32-bit ― espera-se que eles sejam modernizados nos próximos 21 anos, até porque é bem provável que, nesse entretempo, chips de 32-bit se tornem peças de museu.

MONTESQUIEU NÃO CHEGOU AO BRASIL ― Por Marco Antonio Villa.

Nunca na história recente da democracia brasileira o desequilíbrio os Poderes esteve tão evidente. Juízes, desembargadores e ministros ocupam o primeiro plano da cena política. São os atores principais. Abandonaram os autos dos processos. Ocupam os microfones com naturalidade. Discursam como  políticos. Invadem competências de outros poderes, especialmente do Legislativo. No caso do Supremo Tribunal Federal, a situação é ainda mais grave. Aproveitando-se da inércia do Congresso Nacional, o STF legisla como se tivesse poder legal para tal, interpreta a Carta Magna de forma ampliada, chegando até a preencher supostas lacunas constitucionais. Assumiu informalmente poderes constituintes e sem precisar de nenhum voto popular. Simplesmente ocupou o espaço vazio.

O projeto criminoso de poder petista ao longo de 13 anos destruiu a institucionalidade produzida pela Constituição de 1988. Cabe registrar que até então não tínhamos um pleno funcionamento das instituições. Contudo, havia um relativo equilíbrio entre os poderes e um respeito aos limites de cada um. Mas este processo acabou sendo interrompido pelo PT.

O petrolão foi apenas uma das faces deste projeto que apresou a estrutura de Estado. E que lá permanece. Depois de quase um ano da autorização para a abertura do processo do impeachment, pouco ou nada foi feito para despetizar a máquina governamental. Pedro Parente, quando assumiu a presidência da Petrobras, afirmou que havia uma quadrilha na empresa. Porém, o tempo passou e nada foi apresentado. O que sabemos sobre a ação do PT e de partidos asseclas na empresa deveu-se à ação da Justiça. Foram efetuadas investigações internas? Funcionários foram punidos? Os esquemas de corrupção foram eliminados? A empresa buscou ressarcimento do assalto que sofreu? Como explicar que bilhões foram desviados da Petrobras e seus gestores não foram sequer processados?

Se a nova direção da Petrobras foi omissa, o mesmo se aplica a um dos pilares do projeto criminoso de poder petista, o BNDES. Foi um assalto. Empréstimos danosos ao interesse público foram concedidos sem qualquer critério técnico. Bilhões foram saqueados e entregues a grupos empresariais sócios do PT. Porém, até o momento, Maria Silvia Bastos Marques não veio a público expor, ainda que sucintamente, a situação que encontrou ao assumir a presidência do banco. E os empréstimos a Cuba? E às republicas bolivarianas? E para as ditaduras da África negra?

Não é possível entender o silêncio das presidências da Petrobras e do BNDES. Por que não divulgam a herança maldita que receberam? Desinteresse? Medo? Não é politicamente conveniente? Por que os brasileiros só tomaram — e continuam tomando — conhecimento das mazelas da Petrobras e do BNDES através dos inquéritos e processos judiciais? Por que os presidentes, ex-diretores e demais responsáveis não foram processados pelos novos gestores?

Se o Executivo continua refém da velha ordem, o mesmo se aplica ao Legislativo. O Congresso Nacional se acostumou ao método petista de governar. Boa parte dos parlamentares foram sócios da corrupção. Receberam milhões de reais indiretamente do Estado. Venderam emendas constitucionais, medidas provisórias, leis e até relatórios conclusivos de comissões parlamentares de inquéritos. Tudo foi mercantilizado. E os congressistas participantes do bacanal da propina lá continuam. Desta forma, diversamente de outros momentos da nossa história (1961, 1964 e 1984-85), o Congresso não tem voz própria na maior crise que vivemos. Quais deputados e senadores poderão se transformar em atores à procura de uma solução política? Quem tem respeitabilidade? Quem fala em nome da nação?

Tanto no Executivo como no Legislativo a velha ordem se mantém com apenas pequenas alterações. Colaboradores ativos do petismo, sócios entusiasmados do maior saque estatal da nossa história, ocupam importantes postos nos dois poderes. Há casos, como o de Leonardo Picciani, que seriam incompreensíveis a algum analista estrangeiro que não conhecesse a hipocrisia da política brasileira. O deputado votou contra a abertura do processo do impeachment e, mesmo assim, foi premiado com o cargo de ministro do novo governo. Boa parte da base parlamentar que sustentou os governos criminosos do PT agora apoia Michel Temer, sem, em momento algum, ter efetuado alguma autocrítica.

É justamente devido às contradições dos outros dois poderes que o Judiciário acabou invadindo o espaço que constitucionalmente não é o seu. Isto não significa que opere sem divergências. Pelo contrário. Basta recordar os constantes atritos entre os responsáveis pela Lava-Jato e alguns ministros do STF, o que também não é recomendável.

O que é inquestionável é o desequilíbrio entre os poderes. Mais ainda, a supremacia do Judiciário. É um desserviço ao Estado democrático de Direito o enorme poder dos juízes, também porque, mas não apenas por isso, sequer receberam um voto popular. E continuam incólumes ao controle democrático. O que diria o Barão de Montesquieu de tudo isso?

Marco Antonio Villa é historiador

Bom feriadão a todos.

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quarta-feira, 12 de abril de 2017

VOCÊ SE LEMBRA DO BUG DO MILÊNIO? POIS EXISTE OUTRO A CAMINHO!

VIVA CADA DIA COMO SE FOSSE O ÚLTIMO. UMA HORA VOCÊ ACERTA…

Conforme o ano 2000 se aproximava e os réquiens dos arautos do apocalipse subiam de tom, fanáticos e teóricos da conspiração enchiam os bolsos, aproveitando-se dos desinformados que realmente acreditavam que a humanidade não veria o alvorecer do novo século ― ou milênio, conforme a versão, embora tanto um como o outro só começariam um ano depois, em 1º de janeiro de 2001.

Mas o mundo não acabou em 2000, nem em 2001, nem em 2012 (a despeito do apregoaram os adeptos da “Profecia Maia” durante todo aquele ano). O Brasil é que quase foi para o buraco neste começo de século ― graças a certo nordestino pobre e analfabeto, que conquistou a presidência, institucionalizou a corrupção e se fez suceder por uma rematada incompetente, mas isso também é outra história.

Passando ao mote desta postagem, os “veteranos” da computação pessoal devem estar lembrados do proverbial Bug do Milênio, que, à zero hora de 1º de janeiro de 2000, destamparia a versão digital da mitológica Caixa de Pandora. Para melhor entender essa história, é preciso ter em mente que, à luz das soluções de hardware atuais, os computadores daquela época eram “movidos a manivela” e os programas que eles rodavam, compatíveis com seus padrões. 

Apenas para que os leitores mais novos tenham uma ideia, o PC que eu usava na virada do século era um “poderoso” 80286 de 40 MHz com 2 MB de RAM e 40 de HD). Como os componentes de hardware eram caríssimos ― 1KB de memória custava cerca de US$ 100 ―, os programadores se viam obrigados a espremer seus códigos no menor espaço possível. Cada byte contava, e se armazenar datas no formato DD/MM/AA  2 bytes, não havia porque registrar o ano com 4 algarismos ― o ganho pode parecer pífio, mas num banco de dados de 1.000.000 de pessoas, por exemplo, a diferença é considerável). A questão é que, com a virada de 1999 para 2000, os sistemas associariam 00 a 1900.

O problema era conhecido desde meados da década de 50, mas foi solenemente ignorado até 1985, quando o livro Computers in Crisis, de Jerome e Marilyn Murray, alertou a todos do que estava por vir. Em 1996, com a reedição do livro, a merda bateu no ventilador: ainda que os sistemas mais modernos já fossem escritos de modo a não ser afetados pelo “bug”, a maioria das empresas, por economia ou comodidade, não se havia adaptado à nova realidade. Assim, temia-se que a passagem do ano estabelecesse o caos absoluto no mercado financeiro ― onde valores positivos se tornariam negativos e boletos seriam emitidos com um século de atraso, por exemplo ― na navegação aérea, nas usinas nucleares, nos sistemas de transmissão de energia e fornecimento de água, enfim, em toda sorte de atividades controladas por sistemas computacionais. 

A perspectiva aziaga levou falsos profetas e fanáticos religiosos a ganhar fortunas com a venda de kits de sobrevivência e forçou governos a montar comitês especiais de contingência e grupos internacionais de cooperação ― como o que foi criado pelo Banco mundial. Mas as consequências ficaram bem aquém das expectativas; além de alguns problemas pontuais ― como máquinas de cartão de crédito que pararam de processar pedidos, um reator nuclear japonês que teve o monitoramento de radiação comprometido e máquinas de tickets de ônibus que pararam de validar as transações na Austrália, por exemplo ―, nada muito mais preocupante foi observado.

Resumo da opera: Para alguns, o Bug do Milênio foi uma ameaça real; para outros, não passou de mera tempestade em copo d’água, até porque países como Itália e Coreia do Sul, que, ao contrário de dos EUA, não investiram quase nada em prevenção de danos, não registraram maiores problemas. Aliás, o serviço de apoio americano a pequenos comércios esperava receber milhares de pedidos de ajuda, mas contabilizou apenas 40 telefonemas na primeira semana de 2000, e nenhum deles relatou qualquer problema crítico.

Mas não há nada como o tempo para passar, e um novo bug ameaça os computadores com uma volta no tempo para 13 de dezembro de 1901, a ocorrer pontualmente às 03h14min08s de 19 de janeiro de 2038. Mas isso é assunto para uma próxima postagem.

Com Oficina da Net.

DE LISTA DE JANOT À LISTA DE FACHIN - E LULA LÁ

Era uma terça-feira como qualquer outra. Ou pelo menos era o que parecia até o final da tarde, quando se veio a saber que “Lista de Janot”, promovida a “Lista de Fachin”, elencava 9 ministros de Temer, 29 senadores, 42 deputados federais (entre eles, os presidentes da Câmara e do Senado), três governadores e um ministro do TCU, além de 29 outros políticos e autoridades que, a partir de agora, são oficialmente investigados pelo STF. E uma segunda lista, enviada a outros tribunais, exibe orgulhosamente os nomes dos ex-presidentes Lula, Dilma e FHC (o impichado Fernando Collor também é investigado, mas no STF, pois, embora se inclua na seleta confraria de ex-presidentes da Banânia, ele é senador por Alagoas e, portanto, tem direito a foro privilegiado).

Volto ao assunto quanto tiver acesso aos desdobramentos, até porque a “nova lista” apenas “oficializou o que já se sabia extraoficialmente”. Resta aguardar a suspensão do sigilo para, aí sim, saber quem é quem no Piauí e que parte da caca toca a cada um dos investigados ― que insistem em se esconder atrás de meias verdades, tipo "ser investigado não quer dizer que se é culpado" e juram de mãos postas e pés juntos que são inocentes, que todas as doações que receberam foram legais, que suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e toda essa merda ― quase tão enojante quanto a história do “golpe”, que anta vermelha às vezes reconta num projeto de portunhol risível, noutras, num arremedo de francês de galinheiro de dar dó. Pior que isso, só mesmo ouvir o chefe da gangue se comparar a Cristo, dizer-se a alma viva mais honesta da galáxia e, fazendo qualquer coisa de palanque ― de caixote de fruta ao esquife da finada esposa ― berrar aos quatro ventos que ele e só ele é a salvação para o Brasil, embora esteja mais sujo que pau de galinheiro e não passe de um monte de lixo que há muito deveria ter sido enterrado em algum aterro sanitário.

A propósito: O molusco é citado por Edson Fachin em onze pedidos de inquérito. Onze! O primeiro e mais importante, relatado por 6 delatores, trata dos pagamentos de propina à ORCRIM comandada por ele ― Marcelo Odebrecht fala sobre Lula e seus gerentes, Antonio Palocci e Guido Mantega, em 15 termos de depoimento. O segundo trata dos pagamentos de propina por meio de palestras fraudulentas, da reforma do sítio em Atibaia e da compra do prédio do Instituto Lula. O terceiro trata dos 4 milhões de reais repassados ao Instituto Lula pelo departamento de propinas da Odebrecht. O quarto é aquele que envolve os pagamentos de propina para seu irmão, Frei Chico. O quinto trata de seu trabalho como lobista da Odebrecht junto a Dilma Rousseff ― no caso, ele tentou beneficiar a empreiteira na hidrelétrica de Jirau, mas fracassou porque a anta já havia favorecido uma concorrente. O sexto trata do pagamento de propina para a campanha de Fernando Haddad, em 2008 ― e não é um caso de caixa 2; a empreiteira repassou dinheiro a João Santana em troca de "medidas legislativas favoráveis aos interesses da companhia". O sétimo apura o assalto à Sete Brasil ― de acordo com Marcelo Odebrecht, Lula decidiu ratear a propina de 1% sobre o valor dos contratos entre os funcionários da estatal e o PT. O oitavo revela sua tentativa de obstruir a Lava-Jato aprovando a MP 703. O nono é uma beleza: os 3 milhões de reais pagos pelo departamento de propinas da Odebrecht à Carta Capital. O décimo trata do dinheiro que o departamento de propinas da Odebrecht repassou para seu filho caçula. Por último, mas não menos importante, o décimo-primeiro investiga se o molusco eneadáctilo traficou influência para favorecer a Odebrecht em Angola.

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terça-feira, 11 de abril de 2017

BITDEFENDER ANTI-RANSOMWARE

COM A CONECTIVIDADE E UM COMPUTADOR EM MÃOS, TEM-SE DISPONÍVEL O CONHECIMENTO DA HUMANIDADE.

Por razões amplamente discutidas em outras postagens (dentre as quais eu destaco esta aqui), o ransomware é visto como uma das maiores ameaças contemporâneas à segurança digital.

Considerando que é sempre melhor prevenir do que remediar, é bom saber que a renomada empresa de segurança Bitdefender oferece gratuitamente aos usuários do Windows uma ferramenta que oferece proteção em tempo real contra esse tipo de praga ― que o antivírus convencional nem sempre é capaz de identificar e/ou neutralizar.

Observação: Não custa lembrar que, somente em 2016, a Avast identificou mais de 150 novas famílias de ransomwares para Windows, e seu Laboratório de Ameaças detectou mais de 28 milhões de ataques em todo o mundo.

O aplicativo é leve (ou seja, demanda poucos recursos do computador para ser executado) e, uma vez aberto, permanece rodando em segundo plano, minimizado na área de notificação (a porção à direita da barra de tarefas, onde fica o relógio do sistema). Note que, embora você possa configurá-lo para ser iniciado junto com o Windows, não poderá alterar sua posição ― quando o programa está aberto, sua janelinha fica sempre no canto inferior direito da tela ― e nem tampouco o idioma da interface, que é o inglês. Mas isso é uma questão de somenos, considerando a proteção que ele agrega a seu computador.

Tenha em mente, porém, que o Bitdefender Anti-Ransomware não substitui seu antivírus residente (nem o aplicativo de firewall), apenas aprimora a proteção do seu arsenal de segurança.

Mais informações e download em https://www.bitdefender.com/solutions/anti-ransomware-tool.html.

MALUF, SARNEY E O RIO AMAZONAS

A idade do rio Amazonas sempre despertou a curiosidade de pesquisadores em todo o mundo.
Até a semana passada, estimava-se a existência do rio-mar em 1,5 milhão de anos, mas sabe-se agora que ele é bem mais velho: depois de analisarem sedimentos seculares, a maioria deles derivados da formação dos Andes, cientistas brasileiros e europeus fixaram sua idade entre 9 milhões e 9,4 milhões de anos ― contados a partir dos movimentos de expansão para o oceano Atlântico.

Consultados a respeito, três dos mais tradicionais caciques da política tupiniquim não chegaram a um consenso.

FHC, como bom tucano, diz que não tem certeza, que não se lembra, que o “nascimento” do rio não foi registrado em seus DIÁRIOS DA PRESIDÊNCIAMaluf aposta em 9 milhões de anos, lembrando que já batia carteira na vizinhança por ocasião da efeméride. Mas Sarney é taxativo: 9,4 milhões de anos. Ele diz que se lembra perfeitamente, pois, na ocasião, já estava em seu segundo mandato.

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segunda-feira, 10 de abril de 2017

COMO CORRIGIR FALHAS NO WINDOWS (Continuação)

NEGOCIATA É UM BOM NEGÓCIO PARA O QUAL NÃO FOMOS CONVIDADOS.

Vimos no post anterior as primeiras providências que você deve adotar caso seu PC passe a apresentar um comportamento, digamos, estranho. Se nenhuma delas resolver o problema (reinicialização, reversão de atualizações potencialmente problemáticas restauração do sistema, etc.), abra a caixa de buscas do Windows 10 (que convoca a Cortana, se você atualizou seu sistema para a versão mais recente), digite PowerShell, dê um clique direito no item Windows PowerShell e selecione a opção Executar como administrador.

Na janela que será exibida, autorize a execução clicando em Sim (ou forneça as credenciais de administrador, dependendo do que lhe for solicitado). Posicione o cursor logo à direita do prompt (barrinha piscante), digite sfc /scannow e tecle Enter para dar início à verificação e correção de possíveis arquivos corrompidos do sistema (não se esqueça de dar um espaço entre sfc e scannow). Aguarde a conclusão do processo.

Se tudo sair como esperado, será exibida uma mensagem dando conta de que arquivos corrompidos foram encontrados e reparados com êxito. Caso a mensagem informe que a correção não foi possível, recorra à ferramenta DISM, que é convocada através do comando Dism /Online /Cleanup-Image /RestoreHealth. Note que o processo pode demorar bastante ― aliás, não é incomum a barrinha de progressão empacar em 20%, mas tenha um pouco de paciência, que ela chegará até o final.

Se nem assim o problema for resolvido, torne a executar o DISM, desta feita usando o comando Dism /Online /Cleanup-Image /RestoreHealth /Source:wim:X:\sources\install.wim:1 (substitua o X pela letra da partição em que se encontram instalados os arquivos de instalação do Windows). Ao final, execute novamente o comando sfc /scannow e torça para que desta vez a mensagem informe que está tudo OK.

Reze. Se não ajudar, atrapalhar é que não vai. Se nada disso solucionar seu problema, compadre (ou comadre), considere carinhosamente a possibilidade de reinstalar o sistema operacional. Mas vamos torcer para que isso não seja necessário.

MICHELZINHO SERÁ MINISTRO DO TSE QUANDO A CHAPA DILMA-TEMER FOR JULGADA 

O filho do presidente Michel Temer se animou e já decidiu que vai cursar a faculdade de direito para participar do julgamento do pai no TSE

A previsão é que o plenário conclua a tarefa quando a pequena Mel Maia já ocupar o lugar de Fernanda Montenegro como maior atriz brasileira. Analistas temem, porém, que Michelzinho não tenha tempo para isso. É possível que o garoto se aposente antes de a chapa ser julgada. Mesmo que a reforma da Previdência seja aprovada.

O adiamento do julgamento da chapa Dilma-Temer por tempo indeterminado provocou uma reação. Afastado também por tempo indeterminado, o ator José Mayer quer que seu caso de assédio seja julgado pelo TSE.

Com Sensacionalista.

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domingo, 9 de abril de 2017

INEXISTE SAÍDA FORA DA POLÍTICA: AQUILO QUE COMEÇOU NUMA ELEIÇÃO SÓ TERMINARÁ EM OUTRA.

A patuleia atávica tem investido pesado na divulgação dos “excelentes resultados” obtidos por Lula nas pesquisas de opinião pública, mas não menciona o fato de seu amado líder ser o candidato a candidato com maior índice de rejeição entre os eleitores.

Como eu já comentei em diversas oportunidades, a esquerda incorrigível parece se esquecer de que o petralha prestará depoimento na 13ª Vara Federal de Curitiba no início do mês que vem, e que as delações da Odebrecht, combinadas com uma caudalosa coleção de evidências, apontam para uma provável condenação ― sentença que, se ratificada em tempo hábil na segunda instância, fulminará essa pré-campanha quimérica que visa constranger o judiciário e evitar que o petralha goze longas férias compulsórias na agradável companhia de “cumpanhêros” como Dirceu, Vaccari, Cunha e tantos outros apenados no âmbito da Lava-Jato.

Há quem defenda que a candidatura de Lula ― lançada em março por meio de um manifesto encomendado aos “intelectuais de esquerda de sempre” ―, por motivos que vão de assegurar a soberania do Brasil sobre o pré-sal a “devolver ao país um papel de protagonista no cenário internacional”. Todavia, em sua visão míope, deturpada, ou ambas as coisas, os defensores incondicionais do molusco abjeto não levam em conta que a proverbial “inclusão social” promovida pelo governo petista não passou de mero estímulo ao consumo privado, calcado no aumento do salário mínimo e das aposentadorias em percentuais acima dos da inflação, transferências estatais de renda e expansão irresponsável do crédito.

Em O GLOBO, o sociólogo Demétrio Magnoli pondera que a esquerda entrincheirada nessas políticas sociais desistiu de suas utopias desastrosas (socialismo), mas não aderiu à utopia possível da inclusão por meio do desenvolvimento econômico (produtividade) e da qualificação dos direitos sociais (educação, transportes, reforma urbana). Lembra ainda que a “idade de ouro” do lulopetismo apoiou-se numa singular conjuntura internacional que não se repetirá, e argumenta que o Brasil precisa da candidatura de Lula para derrotar, pelo voto, a fé anacrônica no paternalismo estatal, no capitalismo de compadrio.

Sob Lula e Dilma, prossegue o colunista, a “soberania sobre o pré-sal, suas terras, sua água, suas riquezas” significou a montagem de um capitalismo de Estado organizado como aliança das empresas estatais com conglomerados privados de “amigos do rei”, que resultou no maior escândalo de corrupção registrado na história brasileira. Nos governos lulistas, o “papel ativo” do Brasil no cenário internacional materializou-se, principalmente, na fracassada obsessão por uma cadeira de membro permanente no Conselho de Segurança da ONU e na aliança com o castrismo, o chavismo e o kirchnerismo. A esquerda que clama pela volta do ex-presidente abdicou do sistema econômico socialista, mas continua seduzida pelo monopólio do poder por um “partido dirigente”. A catástrofe venezuelana não merece uma linha de protesto dos fabricantes de manifestos.

Lula é um pragmático, não um ideólogo. A utopia política de Lula resume-se ao poder de Lula — como sabem perfeitamente os quadros petistas e até mesmo os signatários do manifesto pela sua candidatura. Contudo, as circunstâncias e os acidentes históricos preencheram o seu pragmatismo com uma série de marcadores ideológicos. Lula converteu-se em representação de um Brasil que se recusa a romper com o passado e de uma esquerda hipnotizada por utopias regressivas de segunda mão. O ciclo lulista começou com um maiúsculo triunfo eleitoral que parecia, aos olhos da maioria, inaugurar uma era redentora. A curva de declínio, nos mandatos de Dilma, consubstanciada no impeachment, atestou uma falência política de fundo, uma depressão econômica de proporções inéditas e total desmoralização das instituições públicas, envenenadas pela corrupção. Contudo, como revelam as sondagens eleitorais, a queda drenou apenas parcialmente o pântano das ilusões. O Brasil, reafirma Magnoli, não se livrará delas enquanto não tiver a oportunidade de confrontá-las na arena do voto.

Ninguém tem o privilégio de pairar acima da lei. Lula não deve ter prerrogativas negadas a Marcelo Odebrecht, Sérgio Cabral ou Eduardo Cunha. O papel desempenhado por ele nas teias de corrupção do “Estado-Odebrecht” precisa ser examinado pelos tribunais. Os juízes, espera-se, terão a coragem de ignorar a programada intimidação de hordas de militantes, julgando o ex-presidente segundo os códigos legais. Mas apressar os ritos processuais e fazer de Lula um “ficha-suja” ofereceria ao lulopetismo um santuário inexpugnável. O Brasil precisa, enfim, mirar-se no espelho. Inexiste saída fora da política: aquilo que começou numa eleição só terminará em outra.

EM TEMPO: O molusco abominável e seu malfadado lulopetismo assombram a nação brasileira como um egun mal despachado, e precisam ser exorcizados o quanto antes. É como na história do sujeito que, ao saber do falecimento da sogra e ser consultado sobre o que seria melhor fazer ― sepultá-la ou cremá-la ―, respondeu prontamente: “vamos cremar e depois enterrar as cinzas; afinal, com essa velha não se brinca”. Torçamos, pois, pela tão esperada sentença condenatória e consequente prisão dessa calamidade o quanto antes. Considerando a “qualidade” do eleitorado tupiniquim, seria temerário arriscar!

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sábado, 8 de abril de 2017

CURTAS

Segundo o Globo, a PGR retomou o acordo de delação premiada com a OAS de Leo Pinheiro. Para quem não se lembra ― afinal, são tantos fatos novos todos os dias ―, esperava-se que as revelações bombásticas do empresário acrescentassem mais um prego no caixão de Lula, mas Janot deu um piti quando Veja publicou uma matéria dando conta de que o depoimento do empreiteiro fazia referências ao ministro Dias Toffoli, do STF. Agora, pelo visto, reacendem-se as esperanças no coração dos brasileiros que desejam ver o sacripanta eneadáctilo em seu devido lugar. Aliás, falta menos de um mês para ele ser “entrevistado” pelo juiz Sergio Moro.

Falando em Moro, o magistrado enviou um documento sigiloso ao ministro Herman Benjamin ― relator no TSE do processo que visa à cassação da chapa Dilma-Temer ―, segundo o qual de outubro de 2014 a maio de 2015, o departamento de propinas da Odebrecht repassou 22,5 milhões de reais a João Santana:


A Lava-Jato vai anexar os depoimentos de João Santana e sua mulher a esse inquérito e mandar Janete para o banco dos réus.


Falando em Janete, os marqueteiros-delatores João Santana e Mônica Moura, de acordo com Lauro Jardim, “deixam claro que Dilma Rousseff sabia que suas campanhas eram financiadas com dinheiro ilegal da Odebrecht”. Aliás, foi exatamente isso que Marcelo Odebrecht disse em pelo menos oito passagens de seu depoimento ao TSE.

Bom domingo a todos.

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