sábado, 16 de setembro de 2017

AINDA SOBRE LULA...


Dizia eu no post anterior que Lula responde a 6 processos, já foi sentenciado (a 9 anos e 6 meses de prisão em regime fechado) em um deles, está em via de ser condenado pela segunda vez (na ação em que depôs dias atrás, cuja sentença é esperada antes do final do ano), além de ser alvo de mais três denúncias e investigado em outros tantos inquéritos.

Segundo a edição de IstoÉ desta semana, sua insolência vem colecionando peças acusatórias em ritmo quase semanal ― só neste mês já foram três. Sua ficha corrida rivaliza com a de criminosos de alta estirpe, e, na falta de elementos consistentes para se defender das acusações, só lhe resta se fazer de vítima e posar de perseguido político. Mas se essa retórica algum dia pareceu se sustentar, agora ruiu de vez: Antônio Palocci ― velho amigo, articulador de sua campanha, ministro da Fazenda em seu governo e da Casa Civil na gestão de sua deplorável sucessora ― relatou com requintes de detalhes que o molusco teria recebido benesses imobiliárias, propinas travestidas de palestras e outros mimos, além de uma “reserva técnica” de R$ 300 milhões. E isso de apenas uma das empresas que lhe fizeram gentilezas.

De companheiro de longa data e parceiro de crimes, Palocci passou à condição de “homem frio, calculista e dissimulado, capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade”. Aliás, a reação de Lula contra os mais de 30 delatores que o acusam ― entre empreiteiros, correligionários, operadores e amigos do calibre de Bumlai, Delcídio e distinta companhia ― é sempre a mesma: todos mentem, só ele, Lula, fala a verdade.

Confrontado com evidências de pagamentos de propina a seu instituto, o santarrão do pau oco teve o desplante de afirmar que era apenas o “presidente de honra” e, portanto, não participava da direção executiva da organização. Suas andanças pelos currais do Nordeste reuniram apenas áulicos seguidores e protagonizaram situações anedóticas: ao tratar da devastadora paulada de Palocci, a senadora Gleisi Hoffmann ― ré no STF e presidente da agremiação criminosa petista ― alegou pateticamente que o ex-ministro estava a serviço da CIA.

Os petistas perderam o senso de ridículo. Apegam-se a qualquer lorota em busca da única tábua de salvação que enxergam: a candidatura de Lula como saída para livrá-lo da prisão. Todavia, mesmo nesta Banânia a situação de uma chapa a presidente encabeçada por alguém com a capivara do demiurgo de Garanhuns ― ou “comandante supremo da quadrilha”, segundo procuradores do MPF ― seria surreal. E ainda que isso fosse adiante e lograsse êxito nas urnas, a folha corrida do petralha o impediria de tomar posse, até porque a Constituição veta expressamente a possibilidade de alguém com pendências judiciais assumir a presidência da República.

Pela letra fria da Lei, Lula está cada dia mais distante de Brasília, a não ser que estejamos falando da Papuda. Se você ainda tem dúvidas, siga este link ou leia o resumo a seguir:
― No processo sobre o notório tríplex no Guarujá, Lula foi condenado pelo juiz Moro a 9 anos e 6 meses de prisão; foram interpostos recursos de apelação, que aguardam julgamento pela 8ª Turma do TRF-4).

― No processo sobre o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, o petista é acusado de ter recebido propina da OAS e da Odebrecht, representada pela reforma da propriedade (que, contrariando todas as evidências, o molusco insiste em afirmar que não é dele (leia a decisão que tornou Lula réu e a defesa do ex-presidente).

― Na ação que trata do terreno comprado pela Odebrecht para abrigar o “Memorial da Democracia” do Instituto Lula, a sentença deve ser prolatada em breve (leia a íntegra da denúncia e a defesa de Lula).

― No processo em que é acusado de obstrução de Justiça, o molusco eneadáctilo responde por supostamente conspirar com o ex-senador Delcídio do Amaral para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró (leia a decisão que tornou Lula réu, a defesa do ex-presidente e a íntegra da delação de Delcídio).

― Quanto a nomeação de Lula para a Casa Civil, no apagar das luzes do governo Dilma, com o claro propósito de lhe restabelecer o foro privilegiado, o MP apresentou a denúncia no último dia 6, também por obstrução da Justiça (leia a íntegra da denúncia e a defesa de Lula.

― Também neste mês, Lula, Dilma e mais 6 petralhas foram denunciados por organização criminosa para arrecadar propina em órgãos da administração pública (leia a íntegra da denúncia e a defesa de Lula).

Lula é investigado por ter usado o Instituto Lula e sua empresa de palestras LILS para receber propina de empreiteiras (leia a nota oficial do PT sobre o caso).

Lula foi denunciado na Operação Janus, em outubro do ano passado, por ter favorecido a Odebrecht na obtenção de empréstimos junto ao BNDES para tocar obras no exterior (leia a denúncia e a nota da defesa de Lula).

Lula foi denunciado em dezembro passado por tráfico de influência na edição de uma medida provisória e negociação de aviões de combate (leia a íntegra da denúncia e a nota da defesa de Lula).

― Dias atrás, o MPF acusou o ex-presidente de tráfico de influência na edição de uma medida provisória que teria beneficiado o setor automotivo em troca de propina ― paga por meio de intermediários a Lula e a seu ex-chefe de gabinete, Gilberto Carvalho (leia a íntegra da denúncia e a nota da defesa de Lula).

Boa leitura.

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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

LULA, DILMA, PT E A CALAMITOSA SITUAÇÃO DO BRASIL

Lula e Dilma governaram o Brasil de 2003 até maio do ano passado. Aí veio Temer ― outra calamidade nacional, mas que foge ao escopo desta postagem.

Lula é réu em 6 ações penais e alvo de três denúncias. No processo que trata do famoso tríplex no Guarujá ― ora em grau de recurso no TRF-4 ― o molusco foi sentenciado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Também foram condenados nessa ação o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci e seu ex-assessor Branislav Kontic, Roberto Teixeira, compadre e advogado do ex-presidente, e outras figuras menos notórias.

Em agosto passado, Moro acolheu nova denúncia contra o petralha, desta feita por corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Outros três processos tramitam na Justiça Federal do Distrito Federal. No primeiro, aberto em julho de 2016, a alma viva mais honesta da galáxia responde por obstrução da Justiça ― pela compra do silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras; no segundo, fruto da Operação Janus, os crimes são de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência; no terceiro, originário da Operação Zelotes, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Dias atrás, a PGR ofereceu nova denúncia contra Lula e Dilma, no STF, por formação de organização criminosa, baseada em crimes praticados contra a Petrobras entre 2002 e 2016. Também foram denunciados o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Edinho Silva, Gleisi Hoffmann (hoje senadora pelo Paraná, ré no STF e presidente do PT) e seu marido, Paulo Bernardo.

Janot também denunciou Lula e Dilma por obstrução da Justiça ― com base na nomeação do petista para a Casa Civil, em março de 2016, com o propósito de lhe garantir foro privilegiado. As acusações foram apresentadas ao STF, mas o ministro Fachin decidiu enviá-las à primeira instância da Justiça Federal no Distrito Federal.

O MPF voltou a denunciar Lula na última segunda-feira. Foi a segunda acusação apresentada contra ele na Operação Zelotes. De acordo com os procuradores, o ex-presidente e o ex-ministro Gilberto Carvalho cometeram crime de corrupção passiva ao pedirem 6 milhões de reais em propinas para viabilizar a elaboração e a edição da MP 471/09, que prorrogou por cinco anos benefícios tributários às empresas do setor automobilístico.

Como se vê, um currículo de respeito. E ainda assim tem gente capaz de votar nesse sujeito ― caso ele realmente consiga disputar a presidência nas próximas eleições.

Com gente assim, não é de estranhar que o país esteja na merda que está.

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CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS ― FINAL

SE DESEJOS FOSSEM ASAS, MENDIGOS VOARIAM.

Depois do interminável preâmbulo de nove capítulos, finalmente veremos como realinhar os ponteiros de um cronógrafo ― ajuste que deveria ser procedido pelo relojoeiro, por ocasião da substituição da bateria, mas enfim...

O roteiro a seguir é genérico e se aplica a qualquer cronógrafo. Claro que pode haver pequenas variações, conforme a marca e/ou o modelo do relógio. Mas eu realizei esse ajuste dezenas de vezes e obtive êxito em todas elas, ainda que através da tentativa e erro em um ou dois casos.

O tutorial se baseia no relógio que ilustra esta postagem. Nele há três pequenos mostradores (A, B e C) e dois botões, um acima (1) e outro abaixo (2) da coroa. Note que alguns modelos trazem apenas dois pequenos mostradores, têm calendário duplo ou nenhum calendário, exibem as marcações de maneira diferente, enfim, daí eu ter falado em tentativa e erro, pois você terá de adaptar as instruções ao seu caso específico. Dito isso, vamos em frente:

mostrador A indica se a hora marcada pelos ponteiros principais remete ao período entre meia-noite e meio-dia (AM) ou entre meio-dia e meia-noite (PM). Como eu já mencionei, isso é útil quando acertamos a hora, pois o calendário deve mudar à meia-noitenão ao meio-dia. Então, se o seu cronógrafo dispõe de calendário e conta com esse mostrador, oriente-se pelo respectivo ponteirinho ao acertar a hora.

No relógio da foto, o ponteiro dos segundos do mostrador principal é independente do cronógrafo e dá uma volta completa enquanto o ponteiro grande (“dos minutos”) avança uma casa (aliás, sugiro sincronizá-los, conforme foi explicado no capítulo anterior). Nesse modelo, a contagem de tempo feita pelo cronógrafo é exibida pelos mostradores B e C, que marcam, respectivamente, os segundos cronometrados e os minutos acumulados (até o total de 30, mas alguns cronógrafos acumulam 60, 90 ou mais minutos).

Acionar o cronógrafo é muito simples. Na maioria dos casos, um toque no botão 1 dispara a contatem do tempo e um segundo toque a interrompe. O botão 2 “zera” os mostradores, ou seja, retorna os ponteiros de B e C à posição original (como eles estão na foto). E o mesmo se aplica ao ponteiro “dos segundos” ― se for ele o encarregado de cronometrar o tempo, será ele que deverá retornar à marca das 12 horas quando o botão 2 for pressionado.

Normalmente, a substituição da bateria faz com que tanto o ponteiro que cronometra os segundos quanto o do contador de minutos fiquem desalinhados, mas o mostrador A não é afetado, pois seu ponteiro se movimenta em conjunto com os ponteiros principais (que marcam as horas e os minutos). Então, para dar início à sincronização dos demais (do contador dos segundos e do acumulador de minutos), faça o seguinte:

1 ― Puxe a coroa até o segundo dente ― ou seja, até a posição em que ela movimenta os ponteiros principais.

ObservaçãoVolto a salientar que coroas “de rosca” devem ser desatarraxadas e então puxadas até o primeiro ou segundo estágio, conforme o caso (nos relógios providos de calendário, a coroa tem dois estágios; o primeiro ajusta a data e o segundo, o horário). Igualmente importante é tornar a rosquear a coroa após os ajustes, ou a estanqueidade da caixa poderá restar prejudica.

2 ― Com a coroa na posição de ajuste das horas, pressione simultaneamente os botõezinhos 1 e 2 e mantenha-os pressionados até que o ponteiro do cronógrafo dê uma volta completa (no nosso exemplo, é o ponteirinho do mostrador B, mas em outros modelos essa função compete ao ponteiro “dos segundos” do mostrador principal ― situação em que ele só se movimenta quando o cronógrafo é acionado.

ObservaçãoEm alguns relógios o ponteiro do cronógrafo (seja o grande, seja o do mostrador B) pode não responder a esse comando. Em sendo o caso do seu, ignore essa etapa e siga adiante.

3 ― Pressione o botão 1 e repare que o ponteiro do cronógrafo irá avançar pelas casas ― uma por vez se você der toques rápidos e consecutivos no botão, ou rapidamente se ele for mantido pressionado. Fique atento para interromper esse avanço quando o ponteiro alcançar a posição de repouso ― sobre o marcador 60, no nosso exemplo, ou na posição das 12 horas, caso a cronometragem seja feita pelo “ponteiro dos segundos” do mostrador principal.

4― Repita o procedimento com o botão 2 e atente para o mostrador do acumulador de minutos. O ponteiro pode saltar casa a casa ou se mover rapidamente (dependendo de como você pressionar o botão), mas o importante é você levá-lo até a posição de repouso ― que, no nosso exemplo, corresponde ao número 30 do mostrador C.

Concluídos os ajustes, pressione a coroa contra a caixa (e torne a rosqueá-la, se for o caso), dispare o cronógrafo, espere até o ponteirinho dar umas duas ou três voltas (para que o acumulador de minutos registre alguma coisa), torne a pressionar o botão 1 para interromper a cronometragem e acione o botão 2 para resetar os marcadores. Se os ponteirinhos não ficarem perfeitamente alinhados, repita os passos até obter o resultado desejado ― e mude de relojoeiro quando precisar substituir novamente a bateria.

Era isso pessoal. Espero ter ajudado.

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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O DONO DA VERDADE


O primeiro depoimento de Lula ao juiz Moro, em maio passado, durou quase 5 horas; o de ontem, pouco mais de duas horas. Da primeira vez, centenas de ônibus fretados pelo PT despejaram dezenas de milhares de “militantes” em Curitiba; ontem, havia mais policiais do que manifestantes no entorno da 13ª Vara Federal. Talvez por já ter sido condenado a 9 anos e 6 meses de prisão, Lula estava bem mais irritadiço na tarde de ontem, e Moro, com menos paciência para aturar o proselitismo arrogante do petista (para assistir ao vídeo, clique aqui). Questionado sobre sua sentença no processo que trata do tríplex no Guarujá, Moro interrompeu o discurso midiático do petralha e recomendo-lhe que levasse seus questionamentos ao TRF4, onde os recursos interpostos pelas partes aguardam julgamento.

Depois de deixar o prédio da Justiça Federal, o demiurgo de Garanhuns participou de um ato público na região central da capital paranaense, onde uma claque composta majoritariamente por integrantes do MTST estava a postos para aplaudir seu ramerrão. Num discurso de pouco mais de 15 minutos, repetiu a mesma retórica de sempre, alegando ser inocente e alvo de uma manobra das “elites” para não ser candidato em 2018 ― como se os seis processos, três denúncias e já-nem-sei-mais-quantos inquéritos não representassem absolutamente nada. Chegou mesmo a dizer que “prefere a morte a mentir para o povo brasileiro”, e foi ovacionado pelos pouco mais de 1000 “apoiadores” ― entre os quais se encontrava gente da melhor qualidade, como João Pedro Stédile, que chamou Sérgio Moro de “merdinha” e de “bundão”.

Lula depôs mais para as câmeras do que para o Juízo. Quando tentou desviar o foco para o comportamento da Lava-Jato, da imprensa, do MPF e de Rodrigo Janot, foi advertido de que nada daquilo tinha relação com o processo. Sem outra saída, procurou jogar a culpa na finada ex-primeira-dama e desacreditar o depoimento de seu ex-ministro e comparsa de crimes Antonio Palocci. Até porque sua narrativa de perseguido político já não convence mais ninguém (com a possível exceção da patuleia incorrigível, que um dia ainda vai pedir a canonização de seu amado líder).

Sobre “o melhor ministro da Fazenda que o Brasil já teve” ― e a quem teria escolhido para concorrer à sua sucessão se [Palocci] não tivesse sido forçado a deixar o governo pela porta dos fundos, assim se pronunciou o ex-presidente parlapatão: Eu ouvi atentamente o depoimento do Palocci. Uma coisa quase que cinematográfica, quase que feita por um roteirista da Globo. Você vai dizer tal coisa, os lides (sic) são esses. Prepararam alguns lides (sic) pra ele dizer e ele foi dizendo habitualmente, lendo alguma coisa. Eu conheço o Palocci bem. O Palocci se ele não fosse um ser humano ele seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. Palocci é médico, é calculista, é frio”.

Observação: Palocci assumiu a coordenação da campanha de Lula à presidência, em 2002, depois do (misterioso) assassinato de Celso Daniel. Foi Palocci quem teve a ideia de lançar um manifesto público assegurando o compromisso de Lula com a estabilidade econômica (que ficou conhecido como “Carta ao povo brasileiro”), quem coordenou a equipe de transição e angariou o respeito do empresariado ao longo da campanha. Em 2006, depois que veio a público o escândalo do Mensalão, Palocci deixou o governo e evitou durante anos as luzes da ribalta, mas foi convocado por Lula para ajudar a eleger Dilma sua sucessora. Como um dos coordenadores da campanha, Palocci operou para angariar fundos junto às empresas que se beneficiara do governo do petista.

Aqui cabe abrir um parêntese: a cúpula petista não se refere a Palocci como “mentiroso”, mas como como um “traidor” que deve ser expulso do partido. Tire o leitor suas próprias conclusões. Fecho o parêntese.

Durante o depoimento, Lula teve a pachorra de acusar os procuradores do MPF de inventar que ele é o dono do triplex no Guarujá, e de dizer que Moro “sabe bem disso” ― a despeito de a ocultação de patrimônio envolvendo esse imóvel tenha sido justamente um dos crimes pelos quais o magistrado o sentenciou a nove anos e meio de prisão. Em outro momento, Lula acusou Delcídio do Amaral de “mentiroso descarado”, embora tenha apoiado sua campanha ao governo de Mato Grosso ― e é bem provável que venha a dispensar igual tratamento a Dirceu, Vaccari e outros “cumpanhêros” e comparsas, se e quando eles resolverem “abrir o bico”.

Resumo da ópera: Todos mentem; só Lula fala a verdade. Tanto é que ele “prefere a morte a mentir para o povo brasileiro”. No que depender de mim, pode encomendar o seu caixão.

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CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS ― Parte IX

O VOTO DEVE SER RIGOROSAMENTE SECRETO. SÓ ASSIM, AFINAL, O ELEITOR NÃO TERÁ VERGONHA DE VOTAR NO SEU CANDIDATO.

Esta matéria ficou bem maior do que eu esperava, mas agora chegamos ao capítulo que precede o tutorial prometido desde o início, mediante o qual você poderá realinhar os ponteiros do seu cronógrafo se um relojoeiro relapso não o fizer quando substituir a bateria. Antes, porém, achei por bem fazer algumas considerações adicionais. Acompanhe.

Via de regra, o cronógrafo é comandado por dois pequenos botões posicionados acima e abaixo da coroa. Na maioria dos casos, o botão superior dispara a contagem de tempo e a interrompe ao ser pressionado uma segunda vez, e um toque no botão inferior “zera” os contadores (vermos mais detalhes no próximo e derradeiro capítulo).

Relógios analógicos sem cronógrafo podem ter dois ou três ponteiros: um, menor, que marca as horas; outro, maior, que marca os minutos; e um terceiro, que, se houver, costuma ser comprido como o dos minutos, só que bem mais fino, e tem por função dar uma volta completa no mostrador enquanto que o ponteiro dos minutos avança uma casa.

Observação: Talvez você nunca tenha reparado que o ponteiro dos minutos não avança de casa em casa a cada 60 segundos, mas dá um “pulinho” a cada 5 segundos (ou a cada 10 segundos, dependendo da configuração estabelecida pelo fabricante).

Em relógios assim, o único ajuste necessário após a troca da bateria é da hora ― e da data, caso o modelo tenha calendário ―, e isso o relojoeiro costuma fazer, embora pessoas detalhistas (como eu) prefiram sincronizar o relógio de pulso com o do computador (o relógio do Windows pode ser sincronizado automaticamente com um relógio atômico ― saiba mais sobre relógios atômicos no 5º capítulo desta sequência ―, o que lhe confere precisão quase absoluta). Demais disso, a maioria dos trocadores de bateria não se dão ao trabalho de sincronizar o ponteiro dos segundos com o dos minutos ― ajuste do qual eu não abro mão, até porque, para mim, quando é meio-dia ou meia-noite, os três ponteiros do relógio devem apontem precisamente para o centro do marcador das 12 horas.

Essa configuração é simples, mas exige alguma paciência, especialmente em mecanismos chinfrins, cujo ponteiro dos minutos costuma mudar de posição quando a coroa é pressionada de volta, depois que a hora é ajustada. Mecanismos de boa estirpe, como os da Omega, não apresentam esse inconveniente, até porque, na posição que ajusta o calendário, a cora move apenas o ponteiro das horas ― o que é útil nos meses com 30 dias e no início e término do horário de verão, por exemplo. Mas isso já é outra conversa.

Enfim, para sincronizar o ponteiro dos segundos com o dos minutos ― de modo que o primeiro complete a volta no exato instante em que o segundo aponta para o marcador do minuto correspondente:

― Puxe a coroa para a posição de ajuste do horário (lembrando que é preciso desatarraxá-la nos modelos providos de coroa de rosca e puxá-la até o “segundo dente” nos modelos com calendário), mas só fazê-lo no momento exato em que o ponteiro dos segundos estiver apontando para o marcador das 12 horas. Nesse estágio, o ponteiro dos segundos é imobilizado (na verdade, o mecanismo entra em “animação suspensa”).

― Acerte o horário de modo que o ponteiro dos minutos fique um minuto adiantado em relação à hora marcada no relógio que você está usando como referência (do smartphone ou do computador, por exemplo). Quando esse relógio marcar precisamente o horário ajustado ― por exemplo, 03h49min00s, como no Seamaster que ilustra esta postagem (os destaques salientam que o ponteiro dos segundos está na marca das 12 horas e o dos minutos, uma casa antes da marca das 10 horas) ― empurre gentilmente a coroa a posição de repouso, e o ponteiro dos segundos voltará a se mover. Se, ao cabo de um minuto, você notar que a sincronização não ficou perfeita, bem, aí é só refazer o procedimento.
 
Observação: Convém tomar muito cuidado ao pressionar a coroa de volta à posição de repouso, pois qualquer movimento indesejado do ponteiro dos minutos, por menor que ele seja, será suficiente para comprometer a exatidão do ajuste.

O resto fica para o capítulo final, pessoal. Até lá. 

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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

STF NEGA PEDIDO DE SUSPEIÇÃO CONTRA JANOT

A maioria dos ministros do STF decidiu pela rejeição do pedido feito pela defesa do presidente Michel Temer para seja declarada a suspeição de Rodrigo Janot nas investigações relacionadas ao presidente. Antes de chegar ao plenário, o pedido havia sido rejeitado monocraticamente pelo ministro Edson Fachin. Todos os ministros presentes ― Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Cármen Lúcia ― votaram contra o afastamento do procurador-geral (Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes não participam da sessão). 

Ao apresentar defesa no caso, Janot ―  que não compareceu à audiência, talvez por estar ultimando as providências para apresentar a segunda denúncia contra Temer ― disse que as acusações da defesa do presidente são “meras conjecturas” e que atua com imparcialidade no caso que envolve sua insolência.

A defesa de Temer parece ter se inspirado na de Lula, que chorou as pitangas até na ONU por conta da suposta “perseguição” do juiz Sérgio Moro. Mas isso não passa de pirotecnia, ou, como se diz no âmbito do Direito, de jus sperniandi. Quando não se tem como defender o indefensável, acusa-se o acusador para tentar desqualificar a acusação.

Falando em Lula, a informação mais recente é de que seu depoimento teve início às 14h15. É a segunda vez que ele fica frente à frente com o juiz Moro, e sua situação atual é ainda pior do que na vez anterior (no processo sobre o tríplex, em que o molusco acabou condenado a 9 anos e 6 meses de prisão). Em seu depoimento, na quarta-feira feira da semana passada, o “cumpanhêro” Antonio Palocci informou que havia “pacto de sangue” entre a Odebrecht e o PT, que incluía presentes pessoais, palestras de R$ 200 mil pagas a Lula e uma reserva de R$ 300 milhões que ficaram disponíveis para o petralha e para campanhas do partido.

Amanhã a gente fala mais sobre essa audiência.

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CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS (PARTE VIII)

NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES, VOTE NAS PUTAS. ESTÁ VISTO QUE VOTAR NOS FILHOS NÃO ADIANTA.

Para concluir nosso bate-papo sobre relógios, falta explicar como ajustar os ponteirinhos do cronógrafo depois que algum porcino metido a relojoeiro troque a bateria e não se dê ao trabalho de fazer a devida sincronização. Antes, porém, não custa lembrar que cada disciplina tem seu jargão característico, e que, no âmbito da relojoaria, “coroa” é como se chama o botão serrilhado que fica na lateral da caixa do relógio e serve para dar corda e acertar a hora e a data nos modelos analógicos (“de ponteiros”), movimento designa a máquina ou mecanismo (sem o mostrador e a caixa), e reserva de marcha corresponde ao tempo que a máquina funciona até parar por falta de corda.
Falando em corda, é possível dar corda em um relógio “automático” da mesma forma que num relógio de corda manual, ou seja, girando a coroa no sentido horário. Em tese, os automáticos dispensam essa procedimento, pois armazenam energia através do movimento do pulso do usuário. A questão é que, se eles não forem movimentados durante algum tempo, sua reserva de marcha se esgota e o mecanismo para de trabalhar. Portanto, quando tirar seu relógio automático do pulso, gire a coroa algumas vezes, para que a hora e a data permaneçam sempre certas.
ObservaçãoNo caso de relógios à corda (manual), deve-se girar a coroa no sentido horário até que ela comece a oferecer resistência, pois forçar além desse ponto pode danificar o mecanismo. Esse risco não existe nos automáticos, mas uma dúzia de voltas costuma ser mais que suficiente para a máquina trabalhar fora do pulso por umas 12 horas.
Para acertar a hora num relógio mecânico ou a quartzo, puxar a coroa e a girá-la no sentido horário ou anti-horário adianta ou atrasa os ponteiros. Em alguns modelos, porém, a coroa é rosqueada ― para evitar que ela seja puxada acidentalmente e comprometa a impermeabilidade e/ou propicie desajustes acidentais. Nesses modelos, é preciso primeiro desrosquear a coroa (girando-a no sentido anti-horário) e depois girá-la no sentido horário (para dar corda) ou puxá-la para as posições de ajuste (tanto da hora quanto do calendário, se houver).
Relógios analógicos com calendário exibem a data através de uma “janelinha” no mostrador, que é chamada de fenda. Alguns modelos contam com calendário duplo, que marca também o dia da semana. Para ajustar o calendário, devemos puxar totalmente a coroa, como se fossemos acertar a hora, empurrá-la de volta para a posição intermediária e depois girá-la até que a data correta seja exibida. No caso de calendário duplo (dia do mês e da semana), girar a coroa no sentido inverso do que configura o dia do mês altera o dia da semana, mas note que, se for preciso acertar a data para um dia (do mês e ou da semana) anterior à exibida no visor, deve-se continuar girando a coroa no mesmo sentido, até que a configuração correta seja visível através da fenda. Ao final, deve-se pressionar a coroa contra a caixa até a posição de repouso ― e rosqueá-la, caso o relógio conte com esse recurso, mas sem apertar demais, sob pena de espanar a rosca.
Por hoje deu, pessoal. O resto fica para a próxima.
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SOBRE GEDDEL, TEMER E LULA


A honestidade e a lisura no trato da coisa pública ― virtudes esperadas de presidentes, ministros, parlamentares, governadores e políticos em geral ― há muito fizeram as malas e partiram do Brasil. Para onde? Ninguém sabe, ninguém viu. Prova disso é a sucessão de escândalos-nossos-de-cada-dia, de fazer corar santo de pedra, mas que a população transforma em anedota porque lágrimas não pagam dívidas e a vida precisa continuar. 

Um bom exemplo é o caso de Rodrigo Rocha Loures ― homem da mais estrita confiança do presidente segundo o próprio presidente. Flagrado arrastando uma mala com R$ 500 mil, ficou conhecido como o “homem da mala” de Temer, mas foi rebaixado a “homem do nécessaire” quando a PF encontrou oito malas e seis caixas de papelão com R$ 42.643.000 e US$ 2.688.000. Dinheiro pra dedéu ― ou pra Geddel, melhor dizendo, já que a bufunfa estava guardada num apartamento emprestado ao amigão do peito e ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo de Michel Temer, ex-ministro da Integração no governo de Lula, vice-presidente da CEF na gestão de Dilma, além de cinco vezes deputado federal pelo PMDB da Bahia.

Observação: Digitais de Geddel foram encontradas aos montes, tanto no apartamento quanto nas cédulas. A PF precisou de duas camionetes para transportar a dinheirama, que 11 funcionárias levaram 14 horas para contar, mesmo com a ajuda de 7 máquinas de contar dinheiro.
O cara-de-suíno foi reconduzido ao presídio da Papuda ― onde já havia sido hospedado durante alguns dias, em julho, até que alguém mexeu os pauzinhos e ele passou a cumprir prisão domiciliar no conforto de seu luxuoso apartamento ― e sem tornozeleira eletrônica, que esse dispositivo está em falta na Bahia. O leitor quer saber quem teria mexido os pauzinhos? Ora, quem tinha mais a temer diante da possibilidade de, se mantido preso, Geddel abrir o bico. Deu para entender ou quer que eu desenhe?

Observação: Para que o leitor tenha uma ideia do que representam R$ 51 milhões, um brasileiro que ganhasse salário mínimo precisaria trabalhar durante 35 anos por 129 vidas para acumular essa bufunfa, e isso se não gastasse um único centavo. Com essa quantia é possível comprar, por exemplo, 12.442 smartphones top de linha. Ou dois apartamentos no edifício L’Essence, no bairro paulistano dos Jardins. Ou 1.105 veículos Onix, da GM. Ou 22 helicópteros Robinson R44.

Temer, fleumático como um lorde inglês, faz cara de paisagem, trombeteia as conquistas do seu governo e se diz empenhado na aprovação das urgentes reformas de que o país tanto precisa, enquanto seu advogado pede ao ministro Fachin a suspensão de “qualquer nova medida de Rodrigo Janot” ― o plenário do Supremo deve decidir nesta tarde sobre o pedido.

Também na tarde desta quarta-feira, 13, o molusco abjeto deverá depor pela segunda vez ao juiz Sergio Moro, desta feita nos autos do processo que envolve a compra de um terreno para abrigar o “Instituto Lula” e do apartamento vizinho àquele onde o petralha reside em São Bernardo do Campo, além de outros benefícios espúrios ― como uma série de “palestras” a R$ 200 mil cada ― tudo bancado pelo Grupo Odebrecht em troca benesses nas gestões petistas.

Nunca é demais lembrar que o Demiurgo de Garanhuns já foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão e regime fechado, responde a mais cinco processos, é alvo de pelo menos mais duas denúncias e de inúmeras outras investigações. Mesmo assim, o sacripanta tem viajado pelo Nordeste em campanha antecipada à presidência ― sem que o TSE mova uma palha para impedir.

Depois do depoimento bombástico do cumpanhêro Palocci ― coordenador da campanha de Lula em 2002, ministro de Estado em nos governos de Lula e de Dilma ― e do conteúdo de sua delação premiada (que ainda está em fase de negociação), falta pouco para as aspirações políticas do molusco eneadáctilo naufragarem no mar de corrupção criado pelo projeto de poder do próprio Lula e de seu espúrio partido. E quanto antes, melhor.

Volto com mais detalhes amanhã ou a qualquer momento, em edição extraordinária. Enquanto isso, assista ao clipe de vídeo abaixo:   



Um ótimo dia a todos.

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terça-feira, 12 de setembro de 2017

LULA, DILMA E COMPANHIA LIMITADA

Às vésperas de deixar o comando da PGR, Janot dispara as derradeiras flechas ― como disse que faria enquanto houvesse bambu. Desta feita, além de Temer e alguns rançosos caciques peemedebistas, os alvos são Lula e Dilma, denunciados por formação de quadrilha e prática de crimes contra a Petrobras entre 2002 e 2016.

Janot atirou também contra os ex-ministros PalocciMantegaEdinho Silva e Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffman ― ré no STF, mas cuja “capivara” não a impediu (acho que até ajudou) sua promoção à presidência do PT ― e o folclórico mochileiro petralha João Vaccari, já condenado na Lava-Jato em outros processos e hóspede do sistema penal tupiniquim desde meados de 2015. Apenas Gleisi tem direito a foro privilegiado, mas o PGR recomendou que as denúncias contra os demais tramitem no STF ― por estarem ligadas às irregularidades envolvendo a senadora vermelha, ou pelo menos essa é a justificativa oficial, pois comenta-se que a verdadeira intenção do procurador-geral do PT é facilitar as coisas para os petralhas. 

Quanto a tão esperada segunda denúncia contra Temer, há que se aguardar a decisão do STF, já que a defesa do presidente pediu a Edson Fachin “a suspensão de qualquer nova medida de Janot”, e o ministro preferiu submeter o recurso ao plenário da Corte. A decisão deve sair amanhã ― mesmo dia em que, paralelamente, Lula prestará depoimento ao juiz Moro pela segunda vez, desta feita na ação que apura a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao do deus pai da petelândia ― foi nesse processo que Palocci concedeu “uma prévia” da sua delação premiada (clique aqui para assistir aos trechos mais importantes do depoimento) que tirou o sono da petralhada; se realmente fechar o acordo, o ex-ministro deverá detalhar e comprovar a movimentação financeira de campanhas eleitorais petistas e indicar quando e onde valores foram entregues ao partido e quem foi o responsável pela operação.

A situação do Demiurgo de Garanhuns ― já condenado em primeira instância a 9 anos e 6 meses de reclusão, réu em mais cinco processos penais, alvo de mais duas denúncias e de outras tantas investigações ― deve se agravar ainda mais se Guida Mantega, que sucedeu Palocci no ministério da Fazenda e também negocia um acordo de colaboração, ratificar as declarações de seu antecessor. Nos bastidores petistas, já se fala em Fernando Haddad substituir Lula no pleito de 2018, mas não se sabe se o ex-prefeito de Sampa fechará os olhos para o envolvimento do PT no maior escândalo de corrupção da história deste país e defenderá o partido.

Quando questionado sobre o assunto, Haddad diz que “não existe essa história de plano B e que o foco do PT deve ser lutar pela revisão da sentença que o condenou Lula injustamente e descaracterizar o depoimento de Palocci”. Nesse entretempo, a caterva vermelha mantém sua estratégia de embalar a pré-campanha de Lula com a narrativa de que o bandido é vítima de “perseguição política”, e que, se ele for afastado da disputa, a eleição não terá legitimidade. Para essa corja, Palocci não teve a mesma “estatura moral” de DirceuDelúbio e Vaccari ― que não “entregaram” seus comparsas de crime ―, e construiu um discurso que agradasse ao Ministério Público e o juiz Moro para facilitar as negociações de seu acordo de delação.

Por ora, a estratégia da facção criminosa travestida de partido político é manter a mobilização de apoio a Lula nas ruas e mobilizar a militância na audiência de amanhã. A julgar pelo que se viu em maio, isso pode não ajudar muito.

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CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS... (PARTE VII)

O DURO NÃO É LEVAR CHIFRE, É SUSTENTAR A VACA.

Como vimos ao longo desta sequência, os relógios de pulso modernos são, em sua maioria, resistentes a água, mas somente os modelos identificados com a inscrição WR (ou water resist) seguida de um valor igual ou superior a 50m podem acompanhá-lo num banho de piscina ou de mar sem maiores problemas. Ainda assim, quem é adepto de esportes aquáticos deve investir num modelo WR 100m, e para mergulhar com tanque de ar, um WR 200m ou superior ― lembrando que esses valores podem ser expressos em atm ou ft (atmosferas ou pés, respectivamente; veja mais detalhes nesta postagem).

Convém ter em mente que a estanqueidade do relógio pode ficar prejudicada quando ele é aberto por pessoas não qualificadas. Lojas de bairro ou de shoppings nem sempre contam com profissionais experientes, ferramental apropriado (como tanque de pressão para testar a estanqueidade da caixa) e peças de reposição chanceladas pelos fabricantes. Baterias genéricas custam barato, mas duram pouco e podem vazar, danificando o módulo do relógio, e a não substituição do o-ring (anel de borracha que funciona como retentor) pode resultar na sua ruptura ou acavalamento, comprometendo a impermeabilidade da caixa.

“Relógios de camelô” não demandam grandes cuidados, até porque comprar um novo sai mais barato do que trocar a bateria, mas modelos de grife não devem ser levados a bocas de porco, que não garantem a impermeabilidade do relógio quando procedem à troca da bateria. Isso sem mencionar que por preguiça, descaso ou incompetência, alguns “relojoeiros de araque” não sincronizam os ponteiros do cronógrafo, que costumam ficar desalinhados após a troca da bateria, e como o cliente nem sempre se atém a esse detalhe ― ou só se dá conta dias ou semanas depois ― acaba pagando outro relojoeiro para fazer um ajuste que ele mesmo poderia fazer se conhecesse o caminho das pedras.

Modelos com cronógrafo integram a função adicional de medir a passagem do tempo durante períodos curtos. Nos mais simples, o ponteiro que normalmente marca os segundos é encarregado dessa tarefa, mas os mais sofisticados costumam ter dois ou três pequenos mostradores que marcam os segundos e os minutos acumulados. Via de regra, o terceiro mostrador, comum em cronógrafos providos de calendário, indicam se a hora exibida pelos ponteiros principais refere-se ao período diurno ou noturno. Isso pode parecer desnecessário ― afinal, basta olhar para o céu para saber se é dia ou noite ― mas pode ser útil quando se está num submarino, por exemplo, ou simplesmente quando se ajusta o horário, já que uma volta a mais ou a menos dos ponteiros levará o calendário a mudar a data ao meio-dia, quando deveria fazê-lo à meia-noite.

ObservaçãoNos relógios digitais, é possível escolher a exibição das horas no formato 12h ou 24h; no primeiro caso, a AM (de Ante Meridiem, ou seja, antes do meio dia) indica o período que vai da meia-noite ao meio-dia, e PM (de Post Meridiem, isto é, depois do meio-dia), do meio-dia à meia-noite.

Alguns trocadores de bateria não atentam para esse detalhe, ou seja, entregam o relógio ao cliente com a hora certa, mas a data errada ou mudando no meio do dia. Felizmente, esse ajuste é simples de ser feito, como veremos na próxima postagem, quando também abordaremos (finalmente) a sincronização dos ponteiros do cronógrafo e encerraremos esta novela. Até lá. 

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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

MAIS MOTIVOS PARA SE TER ORGULHO DESTA REPÚBLICA DE BANANAS


O mais recente imbróglio envolvendo a delação da JBS foi causado pela conversa nada edificante que Joesley Batista e seu assecla Ricardo Saud mantiveram e gravaram “inadvertidamente”, e que acabou indo parar “acidentalmente” nas mãos do MPF.

O bate-papo descontraído, regado a uísque e ao som de Axé Music, durou longas quatro horas e suscitou quatro ministros do Supremo, dois governadores de Estado, dois senadores e dois ex-ministros. Sobrou até para a ex-presidanta e seu esbirro, José Eduardo Cardozo, entre outros que, como de praxe, negam qualquer participação e juram de pés juntos que são honestos, probos e acima de qualquer suspeita, ontem, hoje, amanhã e até o fim dos dias.

Na primeira parte do áudio, Joesley e Saud falam sobre como se aproximar de Rodrigo Janot por meio do então procurador Marcelo Miller e sobre a condição de não serem presos após fecharem os acordos de delação. Mas o “x” da questão ― que pode levar à revisão dos benefícios concedidos por Janot e avalizados pelo ministro Fachin a essa dupla de escroques ― foram os momentos em que os interlocutores sugerem que Miller ― que deixou a assessoria de Janot para atuar em escritório de advocacia que defende a JBS ― favorecia o grupo quando ainda integrava o MPF.

Em nota, os delatores boquirrotos pediram “sinceras desculpas” aos ministros do STF e ao PGR pelas citações indevidas, mas só depois que Janot determinou a abertura de investigação para apurar a omissão de informações nas negociações do acordo de colaboração.

A suspensão do acordo para apurar os fatos era de se espera, mas é lamentável que oportunistas de plantão se aproveitem do episódio para tentar (mais uma vez) barrar a Lava-Jato em seu esforço de reprimir e punir os esquemas de corrupção que conspurcam a política brasileira.

A defesa de Temer, por exemplo, tem se valido do ocorrido para desqualificar as acusações da PGR contra o presidente. A anulação de provas consistentes, se ocorrer, será um desserviço ao combate à corrupção, até porque o próprio acordo de colaboração tem cláusulas específicas para o caso: as de números 26 e 27 enquadram o que houve entre os motivos para a rescisão do acordo pela PGR, mas com a manutenção de todas as provas e depoimentos, além do pagamento de multas.

O senador Romero Jucá, integrante do grupo palaciano e alvo de inquéritos e processos no STF, diz que o ocorrido “projeta dúvidas sobre várias delações” ― notadamente a de Sérgio Machado, da Transpetro, em que ele, Jucá, é um dos protagonistas. E a maracutaia assume proporções pluripartidárias, já que, no Congresso, se alguém gritar “pega ladrão”, não ficam nem os faxineiros.

Omissões e manobras de Joesley podem ― e devem ― levar Janot a rever o acordo e estabelecer algum tipo de punição, mas contraria a sensatez e a própria lógica que os termos da delação ― que fazem dela um ato jurídico perfeito, assinado por meio de um rito sancionado pelo Supremo ― sejam descumpridos e que provas concretas desapareçam, como as cenas de Rodrigo Loures ― “homem da mala” de Temer e pessoa de sua mais estrita confiança, segundo o próprio Temer ― arrastando pela Rua Pamplona, em São Paulo, uma mala com R$ 500 mil de propina entregues pela JBS (mala essa que, depois da apreensão feita pela PF no “bunker” dos ex-ministro Geddel Vieira Lima, passou a ser considerada simples necessaire).

A conferir o resultado dessa merdeira toda.

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CRONÓGRAFO COM PONTEIROS DESSINCRONIZADOS... (PARTE VI)

O MUNDO É REDONDO, MAS ESTÁ FICANDO MUITO CHATO.

Prosseguindo de onde paramos na postagem anterior, relógios com cronógrafo estão na moda, mesmo que, na prática, pouca gente tire proveito dessa função. Aliás, muitos nem sabem que o cronógrafo é um instrumento usado para medir a passagem do tempo durante períodos curtos, ao passo que o cronômetro é um produto da alta relojoaria, com precisão certificada pelo Contrôle Officiel Suisse des Chronomètres (COSC) ou outro órgão análogo (Selo de Genebra, Certificado Chronofiable, Selo Fleurier Quality Foundation, etc.).

Para obter o certificado do COSC, o fabricante envia à entidade apenas o movimento (em outras palavras, a máquina) a ser testado. Os avaliadores atribuem a cada mecanismo um número de identificação e aplicam uma marcação genérica em pontos chaves, para facilitar a leitura de um sensor óptico. Após um período de descanso de 24 horas, o teste é iniciado, e sensor faz as leituras e compara os resultados com servidor controlado por dois relógios atômicos, que proporcionam uma cronometragem padrão. Durante os 10 dias seguintes, o mecanismo é testado em cinco posições diferentes, cada uma por 48 horas: coroa para a esquerda, coroa para cima, coroa para baixo, mostrador para cima e para baixo, sempre a uma temperatura de 23°C. Se a máquina inclui a função de cronógrafo, ela é ativada e avaliada no 10º dia, para ver os efeitos que produz sobre a marcação de tempo padrão. Nos três dias seguintes, o relógio é submetido a variações bruscas de temperatura (de 8°C para 23°C e daí para 38°C. Nos últimos dois dias do teste, a temperatura volta aos 23°C e o movimento é colocado em sua posição original, com a coroa inclinada para a esquerda.

Observação: Em 2012, a organização suíça emitiu 1,73 milhão de certificados sendo que 85% deste montante foram divididos entre a Rolex, Omega e Breitling.

A título de curiosidade, a resistência à água é aferida através de um teste que dura 2 horas ― com o relógio montado, naturalmente ―, e começa com a verificação da vedação da caixa e da impermeabilidade do cristal de safira (o “vidro” que recobre o mostrador). Finalmente, o relógio é imerso em água até uma profundidade de 10 cm, e sobre ele é aplicada uma pressão que vai sendo aumentada gradualmente, conforme a expectativa de estanqueidade declarada pelo fabricante.

Voltando ao que eu disse no parágrafo de abertura, o cronógrafo é um recurso que permite a um relógio convencional medir a passagem do tempo durante períodos curtos ― como o tempo que um carro faz de 0 a 100 km/h, por exemplo ― com uma precisão que chega ao milésimo de segundo. Essa função é acionada e resetada através de botões, e o resultado das medições, nos modelos mais simples, é exibido pelo ponteiro dos segundos. Já os mais sofisticados contam com pequenos mostradores independentes e incluem acumuladores destinados a marcar também quantos minutos e/ou horas transcorreram desde o momento em que o cronógrafo foi acionado. Em qualquer caso, um toque no botão respectivo, ao final da medição, deve levar os ponteirinhos de volta à estaca zero, mas isso nem sempre acontece depois que a bateria do relógio é substituída. Mas isso é assunto para o próximo capítulo. Bom feriadão a todos e até lá.

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domingo, 10 de setembro de 2017

FACHIN ATENDE PEDIDO DA PGR E MANDA PRENDER DELATORES DA JBS

Em aditamento ao que eu disse na tarde de sábado, o ministro Fachin atendeu ao pedido do procurador-geral Rodrigo Janot e mandou prender preventivamente o moedor da carne boquirroto Joesley Batista e seu comparsa, o diretor da JBS Ricardo Saud.

A prisão de Joesley e Saud  havia sido defendida publicamente pelo ministro Luiz Fux na última quarta-feira, durante sessão plenária do STF. Na próxima quarta, a Corte vai julgar o pedido de suspeição contra Janot, apresentado pela defesa de Temer, que também pede a suspensão prévia da segunda denúncia ― que está prestes a ser apresentada.

Na mesma ocasião, os ministros deverão discutir, em uma questão de ordem, a validade das provas obtidas no acordo de colaboração da J&F, que passou a ser questionada pela defesa de Temer após a publicação da polêmica.

Como se vê, a semana promete.

Bom domingo a todos e até mais ler.

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VEREADOR DE JARU É PICADO POR COBRA E MATA O ANIMAL A DENTADAS




Como eu disse no post da última sexta-feira, quando a gente acha que já viu de tudo, sempre surge uma notícia ainda mais estapafúrdia para mostrar que estamos redondamente enganados.

Para confirmar esta tese, ouvi no “BUEMBA, BUEMBA” do José Simão que um vereador da Paraíba, picado por uma cobra, teria matado o animal a dentadas. Resolvi conferir, é não é que a notícia é verdadeira?

Em meados de julho deste ano, o vereador Álvaro Teixeira, da cidade de Jaru, foi atacado por uma cascavel de cerca de um metro de cumprimento. Depois de ser picado pela cobra, ele revidou e matou o bicho a mordidas (literalmente). 

O ofídio morreu no ato, ao passo que o edil permaneceu internado por cinco dias, mas teve alta e passa bem. A lição que se tira dessa história estapafúrdia é que veneno de político é pior que veneno de cascavel.