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terça-feira, 21 de novembro de 2017

AINDA SOBRE DRIVES SÓLIDOS ― SATA X PATA

AUJOURD’HUI ROI, DEMAIN RIEN.

Instalar um SSD SATA III numa placa-mãe que não suporta essa versão do barramento pode não justificar o investimento e o trabalho, conforme eu disse na postagem anterior. Para entender isso melhor, vejamos conceitos de informatiquês traduzidos para o português. Acompanhe.

Se compararmos o processador ao “cérebro” do PC, a placa-mãe (ou motherboard, ou ainda placa-de-sistema) será seu “coração”. É ele que integra o BIOS e o chipset, que provê funcionalidade ao computador e determina, dentre outras coisas, quais processadores podem ser utilizados, o tipo e a quantidade máxima de memória suportada, as frequências dos barramentos, a quantidade de slots de expansão, portas seriais, paralelas e USB (que definem quais e quantos dispositivos podem ser agregados ao sistema), além de oferecer soquetes para o processador e para os módulos de memória, controladoras para interfaces SATA e/ou IDE/ATA (drives de HD e ópticos), conectores para teclado e mouse, sem mencionar os indefectíveis reguladores de tensão, circuitos de apoio, bateria e outros que tais.

Para entender melhor os barramentos, podemos compará-los a linhas de metrô ― que, no computador, interligam o processador, as memórias e os demais dispositivos e pelas quais trafegam uma quantidade absurda de dados.

Observação: Não confunda barramentos com slots: ainda usando a analogia do metrô, um barramento seria um linha (física) e um slot, uma estação de desembarque ― na forma de soquetes e conectores onde são encaixadas as placas de expansão (vídeo, modem, som, rede, etc.) e conectados os cabos lógicos através dos quais os periféricos se comunicam com a placa.

Os primeiros PCs utilizavam um único barramento geral, já que a convivência entre componentes rápidos (como a CPU e a memória) e lentos (como os periféricos) não causava grandes prejuízos à performance do sistema. Mais adiante, conforme os dispositivos foram se tornando mais rápidos, surgiram novos barramentos (frontal, local, backside, de I/O, etc.). Note que cada slot está associado a um barramento, mas a placa-mãe pode manter barramentos sem associá-los a slots, como era o caso do ISA, no tempo em que o controlador de drive de disquetes, o alto-falante, as portas seriais, paralelas e OS/2 ainda dependiam dele.

O padrão SATA (de Serial AT Attachment) foi desenvolvido no final dos anos 1990 a partir de uma iniciativa da Intel, pois tecnologias futuras de armazenamento de dados exigiriam taxas de transferência não suportadas pelo PATA (de Parallel ATA, também conhecido como ATA ou IDE ATA). As principais diferenças entre essas tecnologias estão na maneira como os dados são transferidos e nos cabos de dados e de energia. No SATA, os bits trafegam em série, um de cada vez, ao passo que no PATA eles seguem em paralelo, com blocos de 16 bits cada. 

Em tese, mais bits sendo transferidos simultaneamente proporcionam maior velocidade, mas a perda de dados decorrente de interferências ― fenômeno conhecido como ruído ― e de outros fatores cuja discussão foge aos propósitos desta abordagem limitou a taxa de transferência do PATA 133 a 1 Gbps. Já no SATA ruído é praticamente inexistente, mesmo em frequências (clock) elevadas, de modo que sua taxa de transferência chega 6 Gbps. Além disso, os cabos que conectam os drives às interfaces SATA da placa-mãe têm dimensões reduzidas (são apenas 4 vias em vez das 40 ou 80 vias dos cabos flat usados no PATA, como você pode ver na imagem que ilustra esta postagem). E por ocuparem menos espaço, os cabos do SATA não atrapalham a circulação de ar no interior do gabinete, minimizando problemas de superaquecimento. Isso sem mencionar que é  praticamente impossível conectar um cabo SATA de maneira invertida, ao contrario dos cabos flat do PATA, que entravam na posição errada sem grande esforço do integrador ― e o mesmo se aplica aos conectores de alimentação elétrica.

É mais vantajoso usar o SATA também com HDDs convencionais (eletromecânicos), tanto pelas taxas de transferência mais elevadas quanto por esse padrão dispensar a configuração MASTER/SLAVE (cada dispositivo utiliza um único canal de transmissão) e oferecer suporte ao hot-swap ― que permite a troca do drive “a quente”, ou seja, com o computador ligado, o que é muito útil em servidores, embora essas máquinas costumam usar o SAS (Serial Attached SCSI), mas isso também foge aos propósitos desta abordagem. 

Por hoje chega, pessoal. Amanhã a gente retoma daqui.

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Upgrade de Disco

O upgrade de HD também pode trazer grandes benefícios, tanto em termos de espaço quanto no que diz respeito ao desempenho do computador, pois quanto maior for a sua taxa de transferência e mais rápido o acesso às informações, melhor será a performance do sistema como um todo.
Atualmente, é possível encontrar modelos de até 3 TB, de modo que, em situações normais, um único drive já dá conta do recado, notadamente devido à popularização dos pendrives de grandes capacidades e ao barateamento dos HDs externos. No entanto, toda essa fartura de espaço cobra seu tributo, pois somente PCs de fabricação recente estão preparados para lidar com eles . Demais disso, com o preço de um drive de 3 TB (cerca de R$ 700), você pode comprar dois HDs de 2 TB cada, e ainda se livrar dos problemas de compatibilidade.
Para que o HD possa ser acessado pelo processador, é preciso que haja uma interface de comunicação. Até algum tempo atrás (e desde o lançamento dos PCs 386), o padrão IDE ATA reinava absoluto e as placas-mãe traziam nativamente duas controladoras, cada qual capaz de controlar até dois dispositivos (devidamente configurados como MASTER e SLAVE).
Devido à crescente demanda por desempenho, o padrão SATA passou a ser utilizado com vantagens, dentre as quais a compatibilidade com a tecnologia anterior, a fácil instalação (que dispensa a configuração MASTER/SLAVE) e o suporte ao Plug and Play real. Isso sem mencionar seus cabos e conectores de apenas 7 vias – mais finos e maleáveis que os cabos flat de 80 vias dos IDE ATA – ocupam menos espaço e permitem melhor circulação de ar dentro do gabinete.
Na hora de escolher um HD, prefira modelos de marcas tradicionais e que ofereçam espaço adequado às suas necessidades. Atente para a densidade da mídia e rotação dos discos (quanto maiores esses valores, melhores serão as taxas de transferência e o desempenho do dispositivo); já o tempo médio de acesso, quanto menor, melhor.
Do ponto de vista do hardware, adicionar um HD ou substituir o original é um procedimento é bastante simples; a maior dificuldade geralmente consiste em remover e recolocar todos os parafusos de fixação – pode ser necessário abrir o gabinete de ambos os lados e, eventualmente, desinstalar algum componente que dificulte a introdução da chave Philips. No entanto, é fundamental fixar o drive com todos os parafusos (vibração excessiva não só resulta em barulho como também abrevia a vida útil do componente).
Cada interface IDE é composta por dois canais, identificados como IDE 0 e IDE 1 ou IDE 1 e IDE 2, conforme a placa. Os cabos flat geralmente têm três conectores; se você for ligar um único dispositivo, use os plugues das extremidades (o intermediário deve ser reservado para um segundo dispositivo que compartilhe a mesma interface IDE). Nunca ligue o conector central a um dispositivo quando não houver outro drive usando o conector da extremidade do cabo. Nos cabos de 80 vias, o plugue preto é ligado no drive, e o azul, na placa-mãe.
Na prática, o mais comum é encontrar PCs com um HD e um drive de CD/DVD (em controladoras separadas, para evitar degradação do desempenho). No caso de dois HDs, o melhor é manter o principal sozinho, na controladora primária, e o adicional na controladora secundária, junto com o drive de mídia óptica (devidamente configurados como MASTER e SLAVE através dos jumpers existentes em suas faces posteriores). Alguns modelos apresentam a opção DRIVE IS MASTER, SLAVE PRESENT (use-a sempre que existir uma unidade Slave compartilhando a mesma interface), enquanto que outros oferecem suporte ao CABLE SELECT (a configuração é feita automaticamente, de acordo com a posição do cabo flat). Os cabos de energia que alimentam esses dispositivos têm plugues idênticos e intercambiáveis (com quatro furos e formato hexagonal), intercambiáveis e que só encaixam na posição correta.
Já os discos SATA dispensam configuração MASTER/SLAVE, mas requerem interfaces e cabos apropriados – diferentes dos utilizados no padrão IDE/ATA, tanto para dados quanto para energia. Cada interface permite controlar apenas um disco, embora as placas-mãe costumem oferecer entre duas e quatro delas (note que, embora seja tecnicamente possível “adaptar” um modelo SATA numa placa-mãe antiga, que ofereça suporte nativo exclusivo ao IDE ATA, esse procedimento é lá muito recomendável).
Tome muito cuidado ao escolher os parafusos para fixação dos HDs: modelos 6-32 (ligeiramente mais grossos e de maior espaçamento que os M3) podem danificar as roscas e, em situações extremas, perfurar a carcaça dos drives. Temperatura máxima de operação, nível de ruído e consumo de energia também são detalhes que devem ser analisados à luz da capacidade da sua fonte de alimentação (na dúvida, utilize a calculadora da  ASUS). Vale lembrar ainda que adição de componentes ou sua substituição por modelos mais “poderosos” resulta em mais calor, o que por vezes exige a instalação de ventoinhas adicionais. Paralelamente, não deixe de juntar os cabos, atá-los com braçadeiras plásticas e orientá-los de maneira a não comprometer o fluxo de ar no interior do gabinete.
Amanhã a gente continua, focando então o upgrade de processador.
Abraços e até lá.