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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

INTERVENÇÃO FEDERAL ― NÃO ADIANTA CHAMAR O EXÉRCITO E DEIXAR A LEI DO LADO DOS CRIMINOSOS (PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG “FATOS” POR J.R. GUZZO)



As Forças Armadas, com o Exército à frente, são a organização mais respeitada do Brasil. Dão de 10 a 0 no Supremo Tribunal Federal, no Ministério Público, nos juízes que ganham o “auxílio-moradia”, na mídia e no Congresso Nacional. Ganham de longe de qualquer organização civil sindicatos, empresas estatais ou privadas, confederações disso ou daquilo, clubes de futebol, OABs e similares. É melhor nem falar, então, da Igreja Católica e das CNBBs da vida ― e muito menos desses lúgubres movimentos sociais, entidades de minorias e outros parasitas que vivem às custas do Tesouro Nacional.

Enfim, as Forças Armadas têm mais prestigio que qualquer outra coisa organizada que exista neste país. Militar não rouba. Militar não falta ao serviço. Militar não é nomeado por político. É exatamente por essas razões por ter nome limpo na praça e valer mais aos olhos do público do que todos os três poderes juntos que o Exército foi chamado para defender um Rio de Janeiro invadido, tomado e governado na prática por um exército de ocupação de criminosos.

Mas é só por isso, e por nada mais: o governo chamou os militares porque esta é a única maneira de tentar mostrar à população que está “fazendo alguma coisa” contra a derrota humilhante que lhe foi imposta pelos bandidos. O Exército não pode derrotar o crime no Rio de Janeiro. Nenhum exército foi feito para isso, em nenhum lugar do mundo. Pode haver algum alívio durante certo tempo, mas depois a tropa tem de sair e aí o crime volta a mandar, porque é o crime, e não o governo e sua polícia, quem manda no Rio de Janeiro.

O governo Michel Temer, no caso, é culpado por empulhação mas só por empulhação. Pela situação do crime no Brasil, com seus 60.000 assassinatos por ano, recordes de roubos, estupros e violência em massa, e a entrega da segunda maior cidade do país à bandidagem, as responsabilidades vão muito além. A culpa pelo desastre, na verdade, é conjunta o que não quer dizer, de jeito nenhum, que ela é dos cidadãos. Ela é de todos os que têm algum meio concreto de influir na questão e não fazem o seu dever.

Como é possível enfrentar a sério o crime se temos leis, um sistema Judiciário e agentes do Estado que protegem ativamente os criminosos? Afinal, do jeito em que está a ordem pública no Brasil, eles têm praticamente o direito de cometer crimes. A maior parte da mídia mantém uma postura de hostilidade aberta à polícia nada parece excitar tanto o fervor do noticiário do que as denúncias contra a “violência policial”. Obedece, ao mesmo tempo, a mandamentos de simpatia e compreensão perante os criminosos, sempre tratados apenas como “suspeitos”, vítimas da situação “social” e portadores prioritários de direitos. A maior parte dos 800.000 advogados do país é contra qualquer alteração que torne menos escandalosa a proteção e garantias fornecidas ao crime pelas leis atualmente em vigor. Policiais são assassinados em meio à mais completa indiferença  policial bom é policial morto, parecem pensar governo, oposição e quem está no meio dos dois. Os bispos, as ONGs, as entidades de defesa dos direitos humanos, as variadas “anistias” internacionais que andam por aí, as classes intelectuais, procuradores, juízes, políticos e mais uma manada de gente boa são terminantemente contra a repressão ao crime. Punição, segundo eles, “não resolve”. Sua proposta é esperarmos até o Brasil atingir o nível educacional, cultural e social da Noruega ― aí sim, o problema estará resolvido.

A jornalista Dora Kramer, na sua coluna da última edição de VEJA, escreveu o que está para ser dito há muito tempo e ninguém diz: a cidade do Rio de Janeiro vive, hoje em dia, como se estivesse ocupada por uma tropa de invasão nazista. Nem mais nem menos. Um invasor do país tem de ser combatido com guerra, e não com decretos, criação de “ministérios de segurança” e a intervenção de um Exército que é mandado à frente de combate com as mãos amarradas. Não tem estratégia clara. Não tem missão definida. Não tem a proteção da lei. Não tem o direito de usar suas armas dentro da finalidade para a qual elas foram projetadas e construídas. Não tem meios adequados sequer para proteger os seus próprios soldados muito menos, então, para atacar o inimigo.

Enquanto for assim, o Rio continuará entregue aos invasores.

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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

O RIO E A MALANDRAGEM ― POR J.R. GUZZO


Há uma parte da população do Rio de Janeiro que sempre construiu para si própria, e para o restante do Brasil que presta atenção no que se fala ali, uma imagem de sua cidade como o centro nacional e mundial da malandragem. Seria uma grande virtude. Esse “espírito”, na sua maneira de ver as coisas, faz do Rio uma cidade superior às demais. Faz de seus cidadãos pessoas mais inteligentes, mais aptas a lidar com a vida e mais hábeis que os outros brasileiros em conseguir o melhor para si próprias. 

Imagina-se que essa gente esteja sobretudo nos morros, ou nas “comunidades”, como se deve dizer hoje. Muitos de fato estão, mas não são eles os que mais aparecem, pois sua voz não vai longe. Quem realmente leva adiante esta bandeira é uma porção das classes mais ou menos médias da Zona Sul, com a participação decisiva dos artistas, intelectuais que assinam manifestos, formadores de opinião, “influencers”, comunicadores e por aí afora. São eles, hoje, os guardiães da filosofia segundo a qual qualificar-se como “malandro” é um dos maiores dons que um ser humano pode dar a si próprio. Já sua pior desgraça, motivo de vergonha e prova cabal de estupidez, é ser o exato contrário disso ― o otário, condenado a passar a vida na humilhação, no logro e no “prejuízo”. Seja tudo no Rio; mas não seja, pelo amor de Deus, um “otário”.

A música de sucesso no Rio de Janeiro neste fim de ano é “Vai, Malandra”. Comentaristas de futebol, a começar dos mais populares, mais uma vez apostam que a “malandragem natural” do jogador brasileiro de futebol será uma vantagem estratégica importante na Copa do Mundo de 2018 na Rússia. Os políticos da cidade e do Estado são descritos, com orgulho, como “malandros”. Nas artes e naquilo que se chama de “meio cultural” a figura do malandro, e a filosofia que se fabrica em torno de seus méritos, estão entre os temas principais de interesse. A palavra “malandro”, em suma, é um elogio. A palavra “otário” é um insulto.

Não melhora as coisas em nada, obviamente, a ideia geral que associa o otário ao sujeito honesto, cumpridor da própria palavra e das leis, pagador de impostos, respeitador das regras do trânsito, bem-educado, etc. ― tudo isso, cada vez mais, passa a ser visto como uma fraqueza, além de burrice, falta de “jogo de cintura” e outros delitos graves. Um cidadão decente, neste clima, é um cidadão com defeito.

A atitude de culto à “malandragem” não parece estar dando bom resultado na vida prática do Rio de Janeiro. Até outro dia, três ex-governadores do Estado estavam na cadeia, ao mesmo tempo, por corrupção – um deles, que não teve a sorte de pegar um Gilmar Mendes no caminho, continua no xadrez. Nenhum outro Estado do Brasil, em nenhuma época da história, conseguiu nada semelhante.

O ano de 2017 se despediu com mais de 130 policiais assassinados no Rio, uma média de um morto a cada três dias. Os funcionários públicos já esqueceram o que é receber o salário mensal em dia. Foi preciso pedir dinheiro emprestado para pagar o décimo terceiro. Um dos maiores orgulhos da cidade e do Brasil, o estádio do Maracanã, continua fechado depois de consumir bilhões de reais em investimentos para brilhar nos Jogos Pan-Americanos, depois na Copa do Mundo de 2014 e finalmente na Olimpíada de 2016, uma coisa depois da outra. O Flamengo, o maior time do Rio, manda seus jogos num lugar chamado “Ninho do Urubu”. Nada disso tem cara de ser, realmente, uma grande malandragem.

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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

LULA É UMA DOENÇA DIFÍCIL DE CURAR


A passagem de Lula pelo Rio de Janeiro pôs um gosto amargo na boca de quem assistiu ao espetáculo deprimente, oscilando entre a incredulidade e a náusea. Como traduzir o desgosto de ver tantos brasileiros, que nada aprenderam com a história recente, compactuando, apoiando e incentivando o crime, a corrupção e o populismo barato?

A voz rouca de Lula despejava uma avalanche de informações manipuladas, abusava de baixezas, argumentos tortos, frases de efeito e provocações baratas, enquanto estudantes e professores deliravam. O molusco insistia na velha estratégia de incentivar o ódio entre os brasileiros, transferia responsabilidades, apresentava-se como herói e salvador, e a turba respondia como se estivesse embriagada.

Lula ousou falar em honradez e caráter. E toda aquela gente o aplaudiu, numa espécie de histeria coletiva difícil de acreditar. Sua fala, pontuada por gritos fanáticos, palavrões (de incentivo), gargalhadas e aplausos, foi recebida pela plateia de olhos vidrados, numa espécie de febre moral que torna as pessoas incapazes de raciocinar e lhes compromete o senso crítico. Lula é uma doença. E é difícil de curar.

Mais uma vez o ex-presidente se comparou a uma jararaca. Qualquer ser humano minimamente coerente rejeitaria ser associado a uma cobra peçonhenta, mas não Lula e seus ouvintes intoxicados, que tudo aceitam. Foi, ainda uma vez, delirantemente louvado.

Lula fingiu que não está diretamente ligado aos crimes que espoliaram a Petrobras e agiu como se não houvesse sido parceiro dos que devastaram o Rio de Janeiro e a UERJ. Eximiu-se de toda responsabilidade pela degradação que tomou o País. E os que o ouviam balançavam as bovinas cabeças em concordância.

Não se trata mais de política, mas de caráter ― da falta dele. Lula, no Rio de Janeiro, foi uma bofetada no rosto de quem ainda tem apreço pela palavra decência.

Com Sonia Zaghetto

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sábado, 19 de novembro de 2016

BRASIL, UM GRANDE RIO?

A situação caótica em que se encontra a segundo estado mais importante da Federação vem sendo usada como exemplo para justificar o ajuste fiscal e outras medidas emergências que o governo federal precisa aprovar para “evitar que o país siga o exemplo do Rio de Janeiro” ― que já não consegue sequer honrar o pagamento do funcionalismo e dos aposentados. Daí a analogia feita por Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, que logo passou a ser utilizada pela mídia em geral. Vale lembrar, todavia, que o Rio não é o único estado sem dinheiro e sem saber se pagará ou não o 13º salário aos servidores: Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul e o próprio Distrito Federal já vêm pagando salários com atraso ou em parcelas.  

Enfim, o plano do governador Pezão (ou “pacote de maldades”, como vem sendo chamado) prevê, dentre outras medidas esdrúxulas, descontar 30% de Previdência dos isentos dos servidores aposentados, o que explica ― embora não justifique ― protestos como a vandalismo na ALERJ (assunto sobre o qual eu não vou descer a detalhes porque mereceu ampla cobertura da imprensa). Já o Planalto vem envidando esforços para implementar medidas impopulares ― mas absolutamente necessárias ― com vistas a evitar que o Brasil se torne um Rio de Janeiro de dimensões continentais, embora o Legislativo continue aprovando alegremente excrescências como o aumento salarial para auditores fiscais da Receita ― projeto que, até 2019, impactará em quase R$ 9 bilhões as contas públicas. Demais disso, quase R$30 milhões foram gastos entre julho e novembro com cartão corporativo (dos quais R$12 milhões foram torrados pela Presidência da República) e o uso irregular de aviões da FAB campeia solto no “ministério de notáveis”: entre 12 de maio e 31 de outubro, Alexandre de Moraes, ministro da Justiça, utilizou jatinhos em 85 viagens, 64 das quais para a cidade onde reside e 48 sem qualquer justificativa plausível (José Serra, das Relações Internacionais, e Gilberto Kassab, de Ciência, Tecnologia, inovações e comunicações, ocupam o segundo e o terceiro lugar nesse ranking, com 43 e 21 viagens indevidamente justificadas, respectivamente).

Votando ao Rio, dois ex-governadores foram presos na última semana. O primeiro, Anthony Garotinho, começou a vida política no PT, passou pelo PDT, PSB, PMDB e PR, governou o estado de 1998 a 2002 e apoiou Crivella nas eleições municipais de outubro passado, de olho na Secretaria de Obras do município, cujo orçamento (de R$2,7 bilhões) só perde para a Saúde e a Educação. Presbiteriano e considerado uma das maiores lideranças evangélicas do Rio, ele ganhou o prêmio de “melhor prefeito” em 1998 e chegou a ser candidato à presidência da República em 2006, mas seu currículo é abrilhantado por uma série de escândalos. Sua prisão, na última quarta-feira, na esfera da Operação Chequinho, decorreu de suspeita de crimes eleitorais em Campos dos Goytacazes, município do qual é secretário de governo na administração da prefeita Rosinha Garotinho, além de “líder de organização criminosa” ― na avaliação do delegado Paulo Cassiano, responsável pela operação que resultou em sua prisão. E isso porque é “garotinho”; imagine se fosse adulto...

O segundo ex-governador a ser preso (menos de 24 horas depois) foi o peemedebista Sérgio Cabral, acusado de comandar um esquema de propinas que teria movimentado mais de R$224 milhões. De acordo com procuradores do MPF e delegados da PF, ele cobrava 5% sobre o valor das obras e 1% de “taxa de oxigenação”. Só na construção Polo Petroquímico da COMPERJ, o peemedebista teria embolsado R$2,7 milhões, mas fala-se ainda numa mesada milionária (de R$ 200 mil a R$ 500 mil mensais) paga pela Carioca Engenharia e pela Andrade Gutierrez, e que a cota-parte do butim que lhe coube chega a inacreditáveis R$40 milhões! Deputado estadual por três vezes e senador por um mandato, Cabral foi popular em sua primeira gestão à frente do governo do estado ― chegando também a ser cogitado para a presidência da República. Mas o quadro mudou no segundo mandato, levando-o a renunciar em abril de 2014. Agora, preso na Operação Calicute ― coordenada entre as forças-tarefas da Lava-Jato do Rio e do Paraná ― sua excelência divide uma cela em Bangu 8 com cinco velhos conhecidos e, segundo o MPF, integrantes do mesmo esquema de corrupção.

Essas prisões demonstram claramente a ausência de fundamento na tese de que a Lava-Jato persegue Lula e só foca políticos do PT. Aliás, isso não passa de falácia dos desprezíveis defensores da ORCRIM petista, para os quais Dirceu e Vaccari são “pobres injustiçados”, Lula é a alma viva mais honesta do Brasil, Dilma foi uma grande presidente ― deposta por um golpe de estado, e por aí afora. Isso além de culpar o atual governo pelos 12 milhões de desempregados, pelo descontrole da inflação e por toda a desgraceira que se abateu sobre o país nos últimos anos. Hello, cambada: Temer assumiu a presidência há menos de 6 meses, e só deixou de ser interino há pouco mais de dois.

Não quero dizer com isso que o atual governo venha fazendo um trabalho primoroso, longe disso. Mas essa discussão fica para uma próxima vez. Para encerrar, se o Brasil precisa mesmo imitar o Rio em alguma coisa, que seja em governantes presos. Afinal, já está mais que na hora de Lula “Lá”. E com Dilma a reboque. 

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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PT ― MAIS UMA RETUMBANTE DERROTA

Publico esta postagem em "edição extraordinária", pois deixar o assunto para outra oportunidade seria fazê-lo perder a desejável imediatidade:

Cerca de 33 milhões de eleitores voltaram ontem às urnas, nos 57 municípios onde houve segundo turno para prefeito. Desses, 14 elegeram candidatos do PSDB; o PMDB ficou segundo lugar, com 9, e o PT, como era esperado, não elegeu nenhum, nem mesmo no RECIFE ― capital do estado natal de certo molusco de nove dedos. Aliás, para quem ainda acha que esse indigitado tem chance de voltar ao Planalto em 2018, a resposta das urnas foi acachapante. Pelo andar da carruagem ― e das delações, notadamente a “delação do fim do mundo” da Odebrecht ―, não é difícil prever o futuro de Lula. Senão vejamos:

Em São Bernardo do Campo, berço do sindicalismo e do PT ― e onde o deus pai da petralhada não conseguiu sequer reeleger o filho adotivo para o cargo de vereador ―, quem conquistou a prefeitura foi Orlando Morando, do PSDB, que fala igual a Geraldo Alckmin (como eu disse nesta postagem, ao afirmar que não iria às urnas no domingo, Lula desperdiçava a chance de decidir a disputa entre Orlando Morando, do PSDB, e Alex Manente, do PPS: se quisesse mesmo impedir a vitória do tucano, bastaria ele apoiar publicamente seu adversário).

Desde 1982, quando estreou nas eleições municipais, o PT perdeu pela primeira vez em todo o ABCD paulista (o PSDB ficou com três prefeituras do conjunto e o PV, com Diadema). Santo André foi a única cidade do grupo que teve um petista no segundo turno ― que acabou derrotado pelo tucano Paulo Serra, com 78,2% dos votos. Em SBC, o PT sofreu dupla derrota: além de ficar fora do segundo turno, o candidato do PPS, que o partido apoiou no segundo turno, também foi derrotado. "Houve resgate do legado do presidente Fernando Henrique. Um contraste entre quem consertou o país e quem estragou", afirmou Morando ― o candidato vencedor ― ao jornal Folha de S. Paulo.

De todos os 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, o PT teve uma única vitória (em Franco da Rocha). Em Mauá, única cidade da Grande São Paulo, além de Santo André, em que o PT foi ao segundo turno, o atual prefeito petista e candidato à reeleição Donizete Braga foi vencido por Atila Jacomussi (PSB), contrariando o histórico do município, onde o PT venceu quatro das sete eleições disputadas desde a redemocratização. O PSDB foi o partido que se saiu melhor na região metropolitana ― reelegeu 11 prefeitos ―, seguido pelo PR, com seis, pelo PSB, com cinco; e pelo PRB, com quatro.

O resultado do segundo turno reafirma a força de Geraldo Alckmin, como já havia acontecido aqui em Sampa com a vitória de João Doria no primeiro turno. Segundo O ANTAGONISTA, o “picolé de chuchu” demoliu Aécio Neves: dos cinco municípios paulistas em que disputou o segundo turno, o PSDB ganhou em quatro, contabilizando 13 prefeituras nas 28 cidades com mais de 200 mil eleitores no Estado. Em Minas, o desempenho do partido foi sofrível: das 8 cidades com mais de 200 mil eleitores, os tucanos capitaneados por Aécio só ganharam em Governador Valadares e Contagem.

De acordo com a Folha, Aécio fará o único discurso possível diante da terceira derrota consecutiva dentro de sua própria casa: dirá que, como presidente nacional do PSDB, conduziu o partido a uma vitória sem precedentes nas eleições municipais em todas as unidades da federação ― o que não deixa de ser verdade, mas não muda o fato de que, na disputa pelo poder na legenda com vistas à próxima eleição presidencial, Alckmin levou a melhor. Se lhe serve de consolo, entre as forças tradicionais em Minas ― PT, PSB e PSDB ― foi a dele que chegou mais longe, mas sua derrota aumenta a sensação de que Aécio continua perdendo força em seu berço eleitoral (em 2014, ele foi derrotado na disputa nacional e pelo governo do Estado; agora, vê seu patrimônio político minguar num último bastião ― a capital Mineira, onde ele havia vencido dois anos atrás).

E para não dizer que não falei das flores, no Rio deu o que eu previa há semanas, ou seja, a vitória de Marcelo (eu só não sabia se seria o Crivella ou o Freixo, mas agora sei que o candidato do PRB bateu o do PSOL por 59 a 40). Mas nem tudo foram flores: segundo O Globo, mais de 2 milhões votaram em branco, anularam o voto ou simplesmente não compareceram ― 41% dos eleitores aptos a votar, número superior ao 1,7 milhão dos que votaram em Crivella; só as abstenções (26,85%) superaram os votos recebidos pelo Marcelo derrotado (o Freixo).

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