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sexta-feira, 1 de junho de 2018

INTERVENÇÃO MILITAR NÃO FOI E NEM SERÁ DECRETADA NO BRASIL


Mesmo com o arrefecimento da greve dos caminhoneiros, os amalucados entusiastas da intervenção militar no Brasil mantêm sua saga de espalhar por aí que as Forças Armadas estão prestes a destituir o presidente Michel Temer e tomar o poder. Dois boatos com a ladainha intervencionista começaram a circular com força no WhatsApp nesta quarta-feira, 30.
Um deles, propagado na forma de um tosco “comunicado oficial” atribuído ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas (foto acima), garante que a intervenção militar já foi decretada à meia-noite desta quarta-feira e que uma junta militar vai comandar o país até o dia 31 de dezembro de 2018. Todos os partidos foram extintos, diz o texto, que inclui até foto de Villas Boas.
 (Reprodução/Reprodução)
Na outra lorota, um áudio igualmente lunático, um sujeito fala como se fosse Villas Boas e pede aos brasileiros para irem às ruas às 17h desta quarta-feira, pedindo pela intervenção. Como resultado, as Forças Armadas interviriam nesta quinta-feira, 31, a partir das 8h. Leia abaixo a transcrição da gravação:

“Brasileiros e brasileiras, aqui quem fala com vocês é o general de Exército do Brasil, Eduardo Villas Boas. Estávamos reunidos a semana inteira para tratar da crise dos caminhoneiros junto ao almirante de esquadra da Marinha, Eduardo Ferreira, e o tenente brigadeiro do ar da Aeronáutica do Brasil, Nivaldo Rossato, a Constituição brasileira, em seu artigo 142, dá ao presidente poder sobre as Forças Armadas. No entanto, esse presidente que se instituiu se instituiu através de um golpe e não do povo. E atendendo ao clamor popular, nós decidimos que iremos tomar uma decisão. O que estamos pedindo pra vocês é que nesta quarta-feira, dia 30 de maio, às 5 horas da tarde, em todas as capitais brasileiras, vocês saiam às ruas e peçam pela intervenção militar. Dia 31, a partir das 8 horas da manhã, nós iremos intervir, nós iremos destituir o presidente, junto com o Congresso Nacional e o Judiciário. Devido à corrupção que se instalou nesse país, faremos um governo interino e garantiremos a ordem e a segurança. Pedimos aos brasileiros paciência, porque não sabemos ao certo quanto tempo esse governo interino vai durar. Porém, nós não faremos golpe e sim convocaremos novas eleições. Peço ajuda a todos os brasileiros e que Deus nos abençoe”.















O Brasil não está em meio a uma intervenção militar e nem estará amanhã pela manhã, por mais que as ruas do país sejam tomadas por intervencionistas com saudades da ditadura. As únicas manifestações públicas do general Eduardo Villas Boas nesta quarta-feira são estes três tuítes, um deles de agradecimento aos militares que, por ordem do presidente da República, atuaram na desmobilização da greve dos motoristas.

Os Colégios Militares do @exercitooficial são sempre um orgulho para a nossa Instituição. Seus elevados padrões educacionais promovem a formação de futuros cidadãos com capacidade de conduzir os destinos do nosso país. Sem educação, não há futuro para uma nação. https://twitter.com/exercitooficial/status/1001877219604508672 


Norte a Sul - Leste a Oeste. O seu . Parabéns a todos os comandantes de área diretamente envolvidos na solução da crise formada em torno da “greve de caminhoneiros”. Urge voltarmos à normalidade! https://twitter.com/gen_paulosergio/status/1001790830250782721 

Caso os militares tivessem declarado vaga a Presidência, tal qual o senador Auro de Moura Andrade, em 1964, e decretado a extinção de partidos políticos, haveria uma cobertura ostensiva, ampla, geral e irrestrita pela imprensa profissional. Não se falaria em outra coisa no país. Não é nem um pouco razoável a ideia de que um acontecimento dessa magnitude tenha sido “noticiado” apenas no WhatsApp ou nas redes sociais.
Além do mais, se a ideia era fazer alguém acreditar que houve ou haverá uma intervenção militar, as mentes desocupadas que perderam tempo elaborando o texto e a gravação poderiam ter caprichado mais no uso da língua portuguesa e na imitação de Eduardo Villas Boas. Era o mínimo.
Nos breves 42 caracteres do trecho “declaramos vago à Presidência da Republica”, o boateiro cometeu nada menos que um erro de concordância nominal, um de acentuação e um equívoco no uso da crase. Em “com isso assume o Governo do BRASIL as forças armadas e Junta Militar que governará até o dia 31 de Dezembro de 2018”, há dois erros de concordância verbal e duas vírgulas ausentes, além de “forças armadas” não estar grafado em letras maiúsculas. Uma calamidade.
Fora os erros de português no “decreto”, a voz do homem que anuncia a intervenção militar não tem nada a ver com a do comandante do Exército. Ouça abaixo a voz de Eduardo Villas Boas, cujo sotaque e entonação são bem diferentes dos do sujeito que se passa por ele:


TEXTO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG ME ENGANA QUE EU POSTO


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sábado, 23 de setembro de 2017

LULA, TEMER E O CIRCO MARIMBONDO


Lula e o PT fomentaram a dicotomia a tal ponto que coxinhas e mortadelas passaram de adversários políticos a inimigos figadais, e ora travam um embate insano em que só há perdedores: quando um lado comemora as desventuras do outro, o avanço das investigações traz novos fatos que invertem diametralmente a situação.

Poucos ainda têm estômago para ouvir Lula, o hepta-réu, protestar inocência e se dizer perseguido e injustiçado, mas é igualmente revoltante ver a cara de paisagem de Michel Temer, que age como o país avançasse de vento em popa e sua permanência na presidência não estivesse por um fio. No entanto, daí a defender a anulação do impeachment e a volta de Dilma, com fazem alguns, é tão absurdo quanto saudar a mandioca ou acreditar que o chefe da ORCRIM é o salvador da pátria, o portador da luz e o dono absoluto da verdade.

Observação: Segundo O Globo, Lula, discursando para uma claque na Fundação Perseu Abramo ― entidade ligada ao PT ―, flatulou mais essa: “Mexeram com quem não deveriam mexer”. Não é porque estou acima de qualquer coisa. É porque eu não fiz o que eles dizem que eu fiz. (…) Eles estão mexendo com um político que não roubou, que não tem medo deles e que a única coisa que tem é a sua honra para defender”.

Há quem diga que esse projeto de candidato deveria mesmo concorrer, pois somente sua derrota nas urnas exorcizaria o mito do “grande estadista vítima da conspiração das ‘zelites’, da Globo, da Justiça e da ponte que o partiu”. Mas isso exigiria o sobrestamento de todas as acusações contra ele, e até mesmo nesta republiqueta de bananas a Lei determina que bandido deve ser julgado pela Justiça, não pelas urnas.

O demiurgo do agreste sempre foi mestre em manipular os desassistidos e iludir os desinformados, mas seu carisma já não é o mesmo: em recente caravana pelo Nordeste ― onde a pobreza é acentuada e o eleitorado, mais facilmente manipulado ―, o pupilo de Lampião voltou a ser o que era antes de 2002, ou seja, um candidato de piso alto e teto baixo (o piso alto lhe daria um lugar no segundo turno; o teto baixo lhe retiraria chances de vitória).

Lula confunde o Brasil dos nossos dias com o de 2002, quando ele contava com marqueteiros de primeiro time para criar a imagem do “Lulinha Paz e Amor” ― hoje, sua insolência faz mais o gênero jararaca, e nem Duda Mendonça nem João Santana estão disponíveis para auxiliá-lo. Em 2002, José Alencar ajudou a dispersar o receio de um governo norteado pelas ideias radicais e inconsequentes do PT, e a Carta ao Povo Brasileiro ― idealizada, pelo então aliado e hoje abominado Antonio Palocci ― que corre o risco de ser expulso do partido por ter entregado o chefe ― assegurava que os compromissos internacionais, contratos e metas de superávit primário seriam respeitados, o que foi decisivo para conquistar o apoio de parte do empresariado e obter financiamento de campanha. Naquela época, uma parcela significativa da classe média (nas regiões Sudeste e Sul, inclusive) resolveu dar uma chance ao “candidato do povo”; hoje, o rufião vermelho aparece nas pesquisas como o mais rejeitado entre os pretensos presidenciáveis.

Em 2005, quando o Mensalão veio a público, o sapo barbudo convenceu a militância de que a bandalheira fora necessária, que o PT não era corrupto ― os outros é que eram ―, e que ele precisava de apoio para governar e implementar seus programas sociais. Uma falácia que dificilmente colaria nestes tempos de Lava-Jato, por mais que o colecionador de processos bata na tecla da perseguição política.

Lamentavelmente, os áulicos militantes petistas não são os únicos que se deixam iludir pelo besteirol que inunda a mídia e as redes sociais. Prova disso é o apoio crescente a Jair Bolsonaro e o número de inconsequentes que defendem a intervenção militar como solução pôr ordem na casa de Noca em que se transformou o Congresso Nacional.

Observação: Militares não são imunes à picada da mosca azul, e a história ensina que eles vêm para ficar pouco tempo, mas se entronizam no poder, prendem e arrebentam a torto e a direito e não resolvem merda nenhuma.

Enquanto a tropa de choque do governo define a denúncia do MPF contra o presidente como uma farsa, menospreza o inquérito da PF que mapeou a atuação dos caciques do PMDB ― que, sob o comando de Temer, davam as cartas na Câmara e, depois, no Planalto ―, trata os R$ 51 milhões encontrados no bunker de Geddel como algo de somenos, mas faz o maior carnaval com a foto de Janot sentado em um bar com um dos advogados de Joesley Batista, a patuleia vermelha repete ad perpetuam o mantra de que não há provas contra Lula ― sete vezes réu e já condenado a 9 anos e 6 meses de prisão em um dos processos ― e que Palocci mentiu para se livrar da cadeia.

Haja saco para aturar tanta cretinice!