Pressionado pelo rombo no orçamento
e pela dificuldade em fechar as contas deste ano, o presidente mais impopular
da nossa história e sua equipe econômica (que, curiosamente, é a mais eficiente
dos últimos 15 anos) resolveram que a solução não é controlar os gastos
públicos, mas, sim, aumentar impostos, ou seja, mandar a fatura para os contribuintes,
que, embora não suportem mais ver a cara do Temer, terão de pagar do bolso pelos votos favoráveis ao presidente na CCJ e no plenário da Câmara (e
essa é só a primeira denúncia; se Janot
cumprir o que prometeu, duas outras virão antes de setembro, quando então as
negociações espúrias deverão se repetir).
Resumo da ópera: O governo dobrou o PIS/COFINS sobre os combustíveis, propiciando um aumento de R$ 0,41 no litro da gasolina, R$
0,20 no do dieses e R$ 0,19 no do álcool (que era isento desse tributo). Fazendo uma “conta de padeiro”, encher o tanque com gasolina ficará R$ 25 mais
caro ― considerando a capacidade média de 50 litros. Com álcool, a bordoada é
menor ― cerca de R$ 10 ―, o que torna mais atrativa a opção por esse
combustível (e como os postos podem estipular livremente seus preços e ninguém
ainda revogou a Lei da Oferta e da Procura, o provável aumento da demanda
certamente resultará em novos aumentos de preço para o consumidor final, até
porque, no Brasil, os efeitos da livre-concorrência costumam ser inibidos pela
prática de cartelização.
Mudando de pato para ganso, por determinação do juiz Sérgio Moro a
eterna alma viva mais honesta do Universo teve mais R$ 9 milhões
bloqueados pelo BrasilPrev (fundo de previdência do Banco do Brasil),
relativos a um plano empresarial da LILS (empresa de palestras de Lula).
O molusco indigesto marcou presença na manifestação realizada ontem à noite, na
mais paulista das avenidas, que, a despeito do frio, conseguiu ocupou um quarteirão
e meio! E isso com dois carros de som e
mortadela à vontade para os mercenários de sempre. A do Rio reuniu cerca de 500
pessoas, e a de Brasília, fiasco ainda maior, algo em torno de 150
participantes. Quem compareceu ouviu a cantilena de sempre em confronto aberto com a
realidade. A saber:
Lula: "Esse é o primeiro ato, eles sabem que nós vamos conquistar
eleições diretas para o povo brasileiro". (Não há o que conquistar.
Primeiro porque já temos eleições diretas regulares ― as próximas, em 2018.
Segundo porque o PT, de fato, não as deseja para já. Não está preparado
para enfrentá-las. Prefere Temer, fraco, até o fim do mandato que era de
Dilma.)
Lula: “Se a PF, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro
tiverem uma prova de que recebi cinco centavos, por favor, me desmoralizem, me
prendam”. (A sentença de Moro que condenou Lula é recheada de
provas, mas o petralha e seus apoiadores abilolados jamais as reconhecerão,
como até hoje não reconhecem que o mensalão do PT existiu e que
mensaleiros foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal com base em fartas
provas.)
Gleisi Hoffmann, presidente do PT: "Se querem
ganhar do Lula, ganhem nas urnas, ganhem nos votos". (Pelo que
fez ou deixou de fazer, foi Lula que cavou a própria situação de
eventualmente não poder ser candidato caso a segunda instância da Justiça
confirme a decisão de Moro. Ele é réu em mais quatro processos, e a
denúncia que acrescentará mais um à conta deve ser aceita a qualquer momento).
Lindbergh Farias: “Eles não estão nem aí se o Brasil está
voltando para o mapa da fome". (A maior recessão econômica da história
do Brasil, que desempregou mais de 14 milhões de pessoas, é obra do primeiro e
do segundo governo de Dilma. Foi a recessão que devolveu à miséria
muitos que haviam se livrado dela durante os dois governos de Lula).
Para fechar com chave de ouro: Paulo
Okamoto, presidente do INSTITUTO LULA, que foi absolvido por
falta de provas no processo em que seu chefe foi condenado a 9 anos de seis
meses de prisão, recorreu da
sentença. É mole?
“MEU SILÊNCIO NÃO ESTÁ À VENDA”, DISSE CUNHA.
ORA, SE NÃO ESTÁ À VENDA, MUITO PROVAVELMENTE É PORQUE JÁ FOI COMPRADO.
O subsistema
de vídeo, formado pelo monitor e pela placa gráfica, representa o principal
meio de comunicação do PC com o usuário. De uma década para cá, os anacrônicos,
volumosos e desajeitados monitores "de tubo" (CRT) deram lugar às telas de cristal líquido (LCD), que são mais finas e elegantes, gastam menos energia, geram
menos calor, acumulam menos poeira e não estão sujeitas ao famigerado efeito flicker (cintilação).
Observação: Houve quem apostasse nas telas de plasma como substitutas do velho
tubo, mas por diversas razões (dentre as quais vale citar o custo de produção
elevado e, consequentemente, o preço final nas alturas), essa tecnologia acabou
sendo aproveitada na construção de monitores de TV de telas imensas.
As caixas
acústicas foram incorporadas aos PCs quando os drives de CD se popularizaram. Até
o final dos anos 90, era preciso comprar esse componente em separado, o que não
fazia muito sentido, pois os aparelhos nem sequer dispunham de uma placa de som
― contavam apenas com um pequeno alto-falante, no interior do gabinete, que era
mais do que suficiente para reproduzir os "bips" produzidos pelo BIOS durante o boot e os sons rudimentares
de alguns games. Todavia, quem gosta de ouvir música no PC (ou assistir a
clipes de vídeo e filmes em streaming) não ficará satisfeito com o som
reproduzido pelas caixinhas chinfrim que acompanham os desktops ― ou os falantes
embutidos nos notebooks. Nesse caso, vale a pena adquirir um conjunto de melhor
qualidade, amplificado e com sub-woofer integrado, ou, alternativamente,
recorrer a bons fones de ouvido.
O modem analógico também não acompanhava
os PCs de primeiras safras, mas passou a ser integrado quando o acesso à
Internet via rede dial-up (conexão discada, lembrar?) começou a se tornar
popular entre usuários domésticos. Anos mais tarde, a disseminação da banda
larga levou os fabricantes a não mais fornecer o dispositivo (e o mesmo
aconteceu com o floppy drive e o drive de mídia óptica, primeiro nos notebooks,
depois nos modelos all-in-one). Já a placa
de rede (LAN), utilizada na conexão em banda larga cabeada, também vem
sumindo das prateleiras, notadamente depois que os smartphones e, mais adiante,
os tablets popularizaram o uso dos ― hoje onipresentes ― roteadores wireless.
Por último,
mas não menos importante, o teclado e o mouse, que são os principais
dispositivos de entrada de dados. Existem modelos para todos os gostos e
bolsos, mas um conjunto básico wireless (sem fio) das marcas Microsoft ou Logitech, por exemplo, oferece
funcionalidade bastante aceitáveis e são comercializados a preços acessíveis.
Quanto à conexão com o PC, a interface utilizada atualmente é a USB, que
apresenta vantagens indiscutíveis em relação aos obsoletos conectores
DIN/Mini-DIN, que desapareceram das prateleiras.
Observação: Não é boa política pagar caro por teclados ou mouses repletos de
funções que você dificilmente irá utilizar e uma profusão de botões cuja
finalidade você dificilmente se dará ao trabalho de programar
Se você usa
um notebook como substituto do desktop, saiba que pode “substituir” o touchpad (aquele "tapetinho"
que faz o papel do mouse) e o próprio teclado do aparelho por modelos
convencionais, com interfaces USB.
Na maioria dos casos, basta plugar os periféricos e reiniciar o computador para
que o Windows os reconheça
automaticamente.
Já os joysticks são úteis para gamers de
carteirinha, já que alguns jogos são tão complexos que é quase impossível
executá-los via teclado/mouse.
Alguns modelos são até melhores do que os consoles dedicados, mas só vale
investir nisso se você realmente é fã de games; do contrário, esses
dispositivos são tão inúteis quanto pente em bolso de careca.
Isso encerra esta sequência, pessoal. Abraços e até o próximo post.
IMPRESTÁVEIS DO PRIMEIRO AO QUINTO!
PT, sindicatos e
movimentos sociais ligados à quadrilha ficaram de realizar atos em defesa de Lula e pelo “Fora Temer”, pelas “diretas
já” e outras bobagens que tais. Aqui em Sampa, a corja de desocupados e os vândalos que tradicionalmente
vêm no pacote prometeram se reunir defronte o vão livre do MASP, como já se acostumaram a fazer. Parece que a festinha de
embalo, marcada para o final da tarde desta quinta-feira, vai contar com a
presença da bandida/chefa da quadrilha e ré na Lava-Jato Gleisi Hoffmann, do comandante máximo da ORCRIM e de uma certa anta vermelha com cérebro de ameba. Para quem
gosta de merda, é um prato cheio.
Observação: Estou escrevendo este texto no meio da tarde
da quinta-feira, de modo que a avaliação dos movimentos ficará para a manhã de sexta.
Além da capital e do estado de São Paulo, Rio, Bahia, Minas,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Brasília também devem ser brindados
com atos similares. E no próximo dia 27 será a vez do Vem Pra Rua, com sua “Marcha
Contra a Impunidade e Pela Renovação”, que pede a saída de Temer, a prisão de Lula, e o andamento célere das condenações e a prisão dos facínoras
que tomaram de assalto o país.
Está mais que na hora de acabar com essa palhaçada, jogar
uma pá de cal nesse revanchismo idiota e formar uma frente coesa contra a
impunidade, em prol de uma reforma cabal na política, com a imediata deposição
de TODOS os parlamentares enrolados na Justiça e substituição do purgativo Michel Miguel Elias Temer Lulia pelo
próximo na linha sucessória QUE NÃO SEJA
RÉU NEM ALVO DE INVESTIGAÇÃO NA LAVA-JATO.
Esse enredo falacioso de “ruim com Temer, pior sem ele” é tão convincente quanto a inocência
de Lula. Pior sem Temer? Só se for para ele e seus
confluentes, como já se viu no plano internacional ― onde o presidente já não
encontra abrigo ―, na economia ― onde o mercado já “precificou” a troca de
comando ―, e na política ― onde é a presença de Temer, e não seu possível afastamento, o maior fator de
instabilidade. Essa história de que a deposição (mais uma) do chefe do
Executivo agravaria a crise só reverbera entre a reduzidíssima confraria de
apaniguados que apoia MichelTemer por interesses pessoais. Fora do
círculo de ministros e assessores do presidente, contam-se nos dedos (da mão
esquerda de Lula) os poucos
gatos-pingados que defendem sua permanência no cargo ― e apesar do esforço que
o Planalto tem feito para demonstrar o contrário, Rodrigo Maia não é um deles, como ficou claro, na última terça-feira.
É certo que tudo isso não passa de um jogo de interesses, no qual as peças mudam no tabuleiro como as
imagens num caleidoscópio. Temer,
ministros e dirigentes do DEMminimizaram os fatos e agora dizem
que a questão está superada. Pode até estar, mas não se sabe até quando.
Claro que não é hora para construir muros, mas sim pontes na
relação com aliados. Todavia, como cada deputado irá votar no próximo dia 2 ―
caso se consiga quórum de 342 parlamentares, sem o que a votação não pode ser
iniciada ― vai depender do que acontecer até lá. Faltam 11 dias, mas no
contexto político atual, onde tudo muda o tempo todo... Enfim, vamos acompanhar
e ver o que vai dar.
E já que estamos falando em imprestáveis, Lula parece alimentar esperanças de reverter a condenação imposta
por Moro no TRF4. A cantilena é a de sempre, ou seja, ele é uma vítima
inocente, um perseguido político, e blá, blá, blá. Segundo a Folha de S. Paulo,
dois dos desembargadores da 8ª Turma,
que vai julgar o recurso de Lula,
aplicaram, na última quarta-feira, aquela que pode ser a maior pena da Lava
Jato. Eles condenaram Sérgio Mendes,
da Mendes Jr, a 47 anos e 3 meses de
prisão ― a sentença do juiz Sergio Moro
tinha sido bem mais camarada: 19 anos e 4 meses. Lula lá!
Para encerrar, a versão condensada de um texto de Ricardo Noblat:
Nada mais natural e ao
mesmo tempo moralmente indefensável do que distribuir cargos e verbas em troca
de votos de parlamentares. É o que Michel
Temer vem fazendo desde o primeiro dia como presidente (interino), o que
fizeram todos os governos que o antecederam e o que farão os que o sucederem,
infelizmente. Até porque um presidente que se cercasse de adversários e
desprezasse os aliados não resistiria no cargo durante muito tempo. Mas aqui os
cargos e verbas públicas são usadas para que parlamentares abiquem de suas
convicções e traiam seus eleitores.
Os presidentes não loteiam os cargos com o
propósito de que eles sejam usados para roubar, mas sabem isso ocorrerá,
discreta ou explicitamente, e é por isso que o sistema político brasileiro
apodreceu. Raros são os candidatos que bancam do próprio bolso a sua campanha.
A maioria paga as contas e forram seus bolsos com o dinheiro do fundo do
partidário e com o que arrecadam através de apaniguados bem colocados no
serviço público.
É à base do
toma-lá-me-dá-cá que são produzidas as mais tenebrosas transações e, ao final,
quem paga a conta são os contribuintes. É por isso que governos impopulares
como o atual conseguem sobreviver às mais precárias situações. Podem ser fracos
da porta da rua para fora, mas são fortes da porta do Congresso para dentro.
A CRIANÇA DIZ O QUE FAZ, O VELHO
DIZ O QUE FEZ E O IDIOTA, O QUE VAI FAZER.
Usuários de
smartphones têm uma relação de amor e ódio com o WhatsApp ― mais de amor que de ódio, a julgar pelo número de
gatos-pingados que, como eu, não aprecia esse aplicativo. Como não faria
sentido ignorar os interesses da maioria, resolvi publicar algumas dicas que
ajudam os usuários do WhatsApp a se proteger de riscos que vão de “simples
infecções virais” à espionagem, chantagem virtual e falcatruas financeiras.
A primeira dica
tem a ver com o nome, foto e status, que dizem muito sobre o usuário, mas que é
possível manter longe dos curiosos acessando as “Opções de Privacidade” do WhatsApp
e restringindo as permissões de acesso. Vale usar um nickname (apelido) em vez do nome verdadeiro e substituir a foto
por uma imagem ― como do Homem Aranha,
do Mickey Mouse, do Ursinho Puff ―, digamos, menos reveladora.
Igualmente
recomendável é não enviar dados confidencias através de SMS, programas mensageiros em geral e mensagens de email. Esses
dados trafegam “abertos”, como num cartão postal, e não envelopados e lacrados,
como nas cartas que, séculos atrás, eram enviadas pelo correio.
Convém
também redobrar os cuidados com fica armazenado na memória do celular. Câmeras
fotográficas e filmadoras acopladas aos smartphones propiciam nudes e filmagens
tórridas que podem ser motivo de constrangimento se caírem em mãos erradas (ou
forem visualizadas por olhos errados, melhor dizendo).
Convém salvar qualquer
arquivo pessoal, mesmo a lista de contatos, na memória do chip da operadora ou,
se o aparelho permitir, num cartãozinho de memória (tipo SD Card). Mais hora, menos hora, seu telefone vai trocar de mãos,
seja por motivo de perda, furto ou venda/doação (no caso da compra de um
aparelho novo) e deletar os arquivos da memória interna não garante que eles
não possam ser recuperados por bisbilhoteiros.
A maioria dos smartphones aceita
SD Cards e afins, com a notória
exceção do iPhone e de alguns modelos
de outros fabricantes). Em assim procedendo, basta instalar o SIM Card da
operadora e transferir o cartão de memória para o aparelho novo para matar dois
coelhos com uma única bordoada: ter seus arquivos disponíveis imediatamente e
evitar a trabalheira de apagar a memória com aplicativos dedicados (para saber
mais sobre a exclusão definitiva de arquivos e programinhas que auxiliam nessa
tarefa, acesse esta postagem (e não deixe de ler
também os comentários, que enriquecem as informações elencadas no texto do
post).
Volto a este
assunto numa próxima postagem, depois de encerrar a sequência “Você conhece seu
PC?”.
HAJA CINISMO! E DINHEIRO!
Em 2010, depois de 85 dias em greve de fome, o preso
político cubano Orlando
Zapata Tamayo morreu numa cadeia de Havana. Lula, notório puxa-saco de Fidel,
esteve lá para pontificar: “greve de fome não pode servir como um pretexto de
direitos humanos para libertar pessoas”. Isso depois de ele próprio ter
brincado de grevista faminto no extinto DOPS
― chefiado pelo camarada Romeu Tuma
― durante a ditadura militar, como relembra o jornalista Augusto Nunes.
Para Lula, não havia diferença entre os dissidentes que lutavam pela
liberdade e os ladrões que povoam o sistema carcerário paulista. Sete anos e
meio depois, ele foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por lavagem
de dinheiro e corrupção passiva, transformando-se numa versão mais famosa dos
criminosos comuns encarcerados nos presídios de São Paulo. Mas o farsante
boquirroto continua caprichando no papel de perseguido político. Haja cinismo.
No mesmo palavrório em Havana, sua
insolência explicou por que se recusara a interceder pela libertação de vinte
presos políticos de verdade: “Preciso respeitar a determinação da Justiça e do
governo cubano de prender as pessoas pela lei de Cuba, como quero que respeitem
o Brasil”. Na esteira desse raciocínio, seu velho cumpanhêroRaul Castro
está proibido (pelo próprio Lula) de
solidarizar-se com o petista condenado. Precisa respeitar a Justiça brasileira,
que se limitou a cumprir seu papel e punir, na forma da lei, um ex-presidente
que se tornou um fora-da-lei. E o pior é que ainda tem quem se disponha a votar
nessa aberração!
E já que estamos no assunto, o juiz
Sérgio Moro ordenou, na última terça-feira, a pedido do Ministério Público
Federal, o bloqueio de R$ 606.727,12
do molusco sem dedo. O dinheiro foi encontrado em quatro contas de Lula: R$
397.636,09 (Banco do Brasil), R$ 123.831,05 (Caixa Econômica Federal),
R$ 63.702,54 (Bradesco) e R$ 21.557,44 (Itaú). Além disso, Moro também
confiscou três apartamentos e um terreno, todos em São Bernardo do Campo, além
de dois automóveis.
No pedido, a PGR afirmou que, no exercício da presidência, o petralha comandou a
formação de um esquema delituoso de desvio de recursos públicos e usou o
dinheiro para se perpetuar no poder mediante compra de apoio parlamentar, financiar
campanhas eleitorais e aumentar ilicitamente seu patrimônio. Os procuradores da
força-tarefa da Lava-Jato queriam o bloqueio de quase R$ 200 milhões, incluindo
multas e acréscimos a título de reparação de danos, embora não atribua esse
patrimônio a Lula; o montante faz
parte de um cálculo efetuado por procuradores com base em danos à Petrobrás.
Além do sapo barbudo, o pedido incluiu como alvo do confisco a falecida Marisa Letícia, que teve extinta
sua punibilidade.
Na sentença em que condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão, Moro decretou o confisco do tríplex do
Guarujá e impôs multa de R$ 16 milhões ao petista e a outros dois réus ― o
empreiteiro Léo Pinheiro e o
executivo Agenor Franklin Medeiros,
da OAS. “Neste processo, pleiteia
(Ministério Público Federal) o sequestro de bens do ex-presidente para
recuperação do produto do crime e o arresto dos mesmos bens para garantir a reparação
do dano”, anotou o juiz, referindo-se à Petrobras,
vítima do esquema de cartel e propinas instalado em suas principais diretorias
entre 2004 e 2014.
O magistrado detalhou os valores que deveriam ser bloqueados
de Lula: “Como já decretado o sequestro e o confisco do apartamento, o valor
correspondente deve ser descontado dos dezesseis milhões, restando R$
13.747.528,00. Cabe, portanto, a constrição de bens do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva até o montante de R$ 13.747.528,00.”
Claro que a defesa do petralha chiou. Para Zanin e companhia, a decisão “retira de
Lula a disponibilidade de todos os
seus bens e valores, prejudicando sua subsistência, assim como a subsistência
de sua família, sendo mais uma arbitrariedade dentre tantas outras já cometidas
pelo mesmo juízo contra o ex-presidente”. Tadinho dele, né?
NÃO É TRISTE MUDAR DE IDEIAS,
TRISTE É NÃO TER IDEIAS PARA MUDAR.
Ainda sobre
o drive de HDD (ou drive de disco
rígido), em meados da década passada o jurássico padrão IDE ATA (ou PATA) foi
substituído pelo SATA, devido não somente ao melhor
desempenho, mas também à facilidade de instalação (que dispensava a
configuração Master/Slave), ao suporte
ao Plug’n’Play real (que já permitia
a conexão “a quente”, ou seja, sem desligar o computador, como nas interfaces
USB), e aos cabos e conectores de apenas 7 vias ― que ocupavam menos espaço e
permitiam uma melhor circulação do ar no interior do gabinete ―, que eram mais
estreitos e maleáveis do que os cabos flat (chatos) de 80 vias utilizados pelo
padrão PATA.
Mesmo que
dificilmente o leitor tencione realizar uma integração caseira, até porque essa
opção deixou de ser economicamente atraente, embora seja a única maneira de
configurar a máquina a seu gosto e de acordo com seu perfil de usuário, sempre
existe a possibilidade de o drive de HD original de uma máquina comprada pronta
dar pau, e aí será preciso substituí-lo.
Eu sei que é remota a possibilidade de alguém se preocupar com a escolha de um
drive, já que, como dito anteriormente, quase ninguém mais, hoje em dia, se
aventura a montar seu computador em casa. Mesmo assim, vale a recomendação de
fuçar as especificações técnicas do aparelho, no ato da compra, e dar
preferência a modelos que tragam drives de marcas tradicionais (SAMSUNG, TOSHIBA, SEAGATE, WESTERNDIGITAL, etc.) e com fartura de espaço para armazenamento de dados. Vale também atentar para a densidade da mídia, a rotação dos discos (quanto maiores esses
valores, melhores serão as taxas de transferência e o desempenho do
dispositivo) e o tempo médio de acesso (quanto menor, melhor). Se seu orçamento
permitir, prefira um modelo SSD, que
ainda tem preço salgado, mas é muito mais rápido que o drive eletromecânico
tradicional (para saber mais, clique aqui, aqui e aqui).
Quanto aos
demais drives, o FDD (floppy drive ou drive de disquete) sumiu do mapa há alguns anos,
pois, depois de décadas de bons serviços prestados, ele se fazia presente em
alguns modelos por uma questão protocolar, não por real necessidade. E o drive
de mídia óptica segue pelo mesmo caminho ―
e faz a viagem bem mais rapidamente: com a popularização da banda larga, ouvir
música em rádios online é mais prático (e menos arriscado) do que recorrer a
redes de compartilhamento P2P (como
o KaZaA, o LimeWire e distinta companhia) para criar acervos personalizados e
queimá-los em CDs. A instalação de softwares, tanto freewares quanto pagos, ser
feita via download, o que dispensa o usuário de adquirir os arquivos em mídia
óptica (embora em determinadas situações seja interessante dispor do disco,
como no caso do Windows e de suítes de segurança cujas mídias servem também
como disco de resgate). E para quem gosta de assistir a um bom filme ou seriado
na tela do computador, o Netflix oferece mais benefícios por
um custo inferior ao da locação de DVDs (que era tão popular até poucos anos
atrás). Aliás, com o Chromecast ou
com a Apple TV, por exemplo, você
pode assistir à programação no seu televisor,
mesmo que o aparelha não seja Smart.
Continuamos no próximo capítulo.
PONDO OS PINGOS NOS
IS
Já me senti tentado ― e mais de uma vez ― a limitar meus
textos à pura e simples exposição dos fatos, permitindo ao leitor tirar suas
conclusões sem a influência de minhas opiniões. No entanto, o post não é um artigo
de jornal ou revista, onde o texto dissertativo de cunho não ficcional tem como
objetivo relatar fatos, pessoas ou circunstâncias, até porque a opinião do
veículo é expressa no editorial e a dos jornalistas e colaboradores, em suas
respectivas colunas.
Em minhas postagens, os fatos são a matéria prima, não o
produto acabado. Não fosse assim, não faria sentido escrevê-las. Mas daí a distorcer
as informações para adequá-las a paradigmas ideológicos ou partidários ― como
fazem diversos blogueiros e até profissionais da imprensa ― vai uma longa
distância. Dito isso, passemos ao assunto do dia.
A condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro eram favas contadas, e já foi devidamente comentada em
postagens anteriores (para ler a sentença, clique aqui, mas tenha em mente que a peça tem mais
de 200 páginas). Igualmente esperada era a interposição de recurso pela
defesa do ex-presidente (aliás, o MPF deve recorrer da decisão,
notadamente porque Lula foi absolvido das “imputações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o
armazenamento do acervo presidencial por falta de prova suficiente da
materialidade”). Antes de apelar
para o TRF4, no entanto, os advogados de sua insolência ingressaram com embargos de declaração, supostamente para esclarecer “dez omissões”
na sentença ― só que o documento de 67 páginas
detalhou apenas 9, mas até aí morreu o Neves.
Moro acolheu o recurso, deu suas explicações, repetiu nove vezes que não
houve omissão, obscuridade ou contradição no ponto e concluiu: “Quanto aos embargos de declaração da defesa,
inexistem omissões, obscuridades ou contradições na sentença, devendo a defesa
apresentar os seus argumentos de impugnação da sentença em eventual apelação e
não em incabíveis embargos. Embora ausentes omissões, obscuridades ou
contradições na sentença, recebo os embargos para os esclarecimentos”.
Observação: Vale
esclarecer que, a despeito do
que foi amplamente divulgado logo após a publicação da sentença, Lula ficará inelegível por 7 anos, e não por 19, já que o magistrado lhe impôs essa pena pelo dobro do tempo da condenação referente ao crime de lavagem de
dinheiro (3 anos e 6 meses), e não pelo dobro do total da pena, que
envolveu também o crime de corrupção passiva e totalizou 9 anos e 6 meses de
prisão em regime fechado.
Os recursos de apelação ― tanto do
réu quanto da acusação ― serão julgados pela 8ª Turma do TRF4, em Porto Alegre, cujo histórico na Lava-Jato é
amplamente desfavorável aos réus. Das 40 condenações proferidas pela 13ª Vara
Federal de Curitiba e já julgadas em segunda instância, apenas cinco foram
revertidas. Em 15 casos, as penas foram aumentadas em 116 anos de prisão. Na
média, os recursos foram julgados um ano e quatro meses após a decisão original,
mas a estimativa do presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, é de que, no caso em assunto,
a 8ª Turma se pronuncie até agosto de 2018 ― antes das eleições, portanto. Isso
é de importância fundamental porque, uma vez confirmada a sentença, Lula estará sujeito à “Lei da Ficha
Limpa” e não poderá concorrer à presidência da República no pleito do ano que
vem. No entanto, o desembargador salientou que "não haverá nenhum
privilégio" para acelerar o andamento do processo no TRF4.
Embora pudesse ter pedido a prisão
preventiva de Lula e entendesse que
não faltavam razões para fazê-lo ― tais como “iniciativas inapropriadas” do
ex-presidente para intimidá-lo e também intimidar policiais federais,
procuradores e jornalistas, além de tentativas de destruição de provas ―, o
juiz Moro ponderou que a prisão
cautelar de um ex-presidente da República “não deixa de envolver certos traumas,
e a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação
antes de se extraírem as consequências próprias da condenação”. A pergunta é: o que acontecerá se o TRF4 demorar para
julgar o caso e Lula tiver tempo de registrar sua candidatura? A resposta
é: só Deus sabe. Vejamos isso melhor:
Segundo o entendimento atual do STF, a condenação em segunda instância
invalida a presunção de inocência e o réu passa a cumprir a pena, mesmo que recorra
a instâncias superiores (no caso, o STJ
e o próprio STF). Por outro lado, na
hipótese de o STJ acolher um pedido
da defesa e suspender liminarmente os efeitos da condenação, aí a porca torce o
rabo, pois a situação seria inédita ― ou seja, não existe jurisprudência
firmada. No entanto, o entendimento da maioria dos juristas é de que, em
advindo a condenação em segunda instância depois que Lula tiver registrado sua candidatura, o registro será cassado. Na
hipótese de ele ser eleito e condenado após
sua diplomação, a lei prevê que o diploma seja considerado nulo, mas, por
se tratar de uma eleição presidencial ― caso em que a Constituição determina a
suspensão de qualquer processo que envolva o novo presidente ―, sobrevirá um
intenso debate jurídico, pois “nunca antes na história deste país” aconteceu
algo parecido e, portanto, não existe jurisprudência formada.
Volto a dizer que seria fundamental
o STF se pronunciar o quanto antes
sobre uma questão que parece ter caído no esquecimento geral: se a maioria dos
ministros já se posicionou no sentido de que réus em ações penais não podem substituir o presidente da República
interinamente ― vale lembrar o caso de Renan
Calheiros, que foi afastado da linha sucessória presidencial quando se
tornou réu por peculato ―, faz sentido um réu
condenado, como é caso de Lula,
disputar à presidência da República?
Enfim,
estamos no Brasil. E viva o povo brasileiro.
BONS ARTISTAS COPIAM, GRANDES ARTISTAS ROUBAM, VERDADEIROS ARTISTAS SIMPLIFICAM.
As placas-mãe
se dividem ainda em onboard e offboard, embora essa nomenclatura
fizesse mais sentido na pré-história dos
microcomputadores, quando os modelos offboard
traziam quase que exclusivamente o BIOS
e o chipset ― todos os demais componentes,
aí incluídos o coprocessador matemático, as controladoras dos drives de disquete
e HD, as portas seriais, de impressora (paralela) e a memória cache eram
vendidos separadamente e instalados em soquetes apropriados (para saber mais,
clique aqui).
A cada nova
geração, mais recursos são integrados aos circuitos das placas-mãe e
respectivos chipsets (seu principal componente lógico), visando reduzir a
quantidade de dispositivos autônomos e, por tabela, o custo final do aparelho.
Para os fabricantes de chipsets, é conveniente embutir funções adicionais no
"espaço ocioso" deixado pela progressiva miniaturização dos
transistores, e como os fabricantes de placas precisam apenas adicionar os
conectores apropriados para permitir seu aproveitamento, junta-se a fome à
vontade de comer. Também nesse caso uma máquina comprada pronta limita as
opções do usuário a aceitar ou recusar a configuração definida pelo fabricante,
de modo que não há muito para onde correr.
O HDD, como já foi mencionado anteriormente,
é a “memória de massa” do sistema e tem por função armazenar os de modo persistente. O primeiro modelo de que
se tem notícia foi fabricado em meados do século passado pela IBM, e embora fosse composto de 50
pratos de 24 polegadas de diâmetro, sua capacidade de armazenamento mal chegava
a 5MB. De lá para cá, a evolução
tecnológica cumpriu seu papel, e esses componentes não só diminuíram de tamanho
caíram de preço, mas também passaram a oferecer cada vez mais espaço: hoje, qualquer
PC de entrada de linha integra um drive de pelo menos 500GB (já existem modelos com capacidade dezenas de vezes maior).
O resto fica
para a próxima, pessoal. Até lá.
FICOU PARA AGOSTO, PARA SETEMBRO, OU PARA AS CALENDAS
GREGAS.
Depois da substituição (imoral) de 13 dos 66 integrantes da CCJ do Senado e da farta distribuição
de verbas parlamentares, ofertas de parcelamento de dívidas de prefeituras e
outras benesses prometidas a políticos que se vendem como prostitutas em
bordéis, o relatório alternativo (do tucano Paulo Abi-Ackel, que integra a “panelinha” de Aécio Neves) foi aprovado, mas os conspícuos congressistas
anteciparam o recesso, bateram as asas e voaram para suas bases, inviabilizando
tanto a leitura do relatório ― procedimento regimental indispensável à inclusão
do tema na pauta de votação ―, já que somente 13 deputados registraram presença
na Câmara, nesta segunda-feira, quando seriam necessários 51 para a abertura da
sessão.
Fica evidente, portanto, que nem o governo nem a oposição
seriam capazes de reunir os 342 deputados necessários para votar a autorização
da denúncia da PGR contra Temer, que deve ficar mesmo para
agosto, quando suas excelências retornarem das “merecidas férias”, ou para as calendas gregas, como afirmam alguns
palpiteiros de plantão.
Ministros, assessores e outros baba-ovos do presidente se revezam
em entrevistas, pontuando a necessidade de virar essa página o quanto antes,
sem o que a Câmara não pode retomar a pauta de votações e aprovar reformas
importantes, etc. e tal ― como se estivessem realmente preocupados com os
interesses da nação, e não em salvar o “chefe” (para não cair junto com ele).
Depois, em novo discurso, cantaram a vitória do governo e disseram que o problema
passou a ser da oposição ― mas o fato é que tentaram até o último momento garantir
a votação antes do recesso; só que não conseguiram sensibilizar nem mesmo o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que
não moveu uma palha para acelerar o cronograma.
Observação: Botafogo, como Maia era chamado na
lista de propinas da Odebrecht, ou Bolinha, como se refere a ele alguns desafetos,
seria, pelo menos em tese, aliado do Planalto, mas é o primeiro na lista
sucessória presidencial e, portanto, o maior beneficiário de uma eventual
deposição de Michel Temer ― daí
dizerem que ele foi “picado pela mosca
azul”, numa alusão ao poema Mosca
Azul, de Machado de Assis (*).
Ainda no mês passado, Maia
teria dito em off que a votação da denúncia só ocorreria em plenário depois do recesso, o que que agora se
confirma. Para o ministro chefe da Casa Civil ― mais um do primeiro escalão que
é réu no Supremo e investigado na Lava-Jato ―, o Bolinha tem sido de uma
lealdade absoluta, mas, na prática, se não conspira abertamente ― como fez Temer durante o impeachment de Dilma ―, ele tampouco torce a favor do “chefe”.
Até porque já vem se formando um consenso em torno de seu nome, com apoio de
parlamentares e de setores da economia, que o consideram uma alternativa válida
para substituir o impopular e desmoralizado presidente de plantão, dar
andamento às reformas e comandar o país até o final de 2018).
Os próximos 15 dias serão de expectativa para Michel Temer. O
doleiro Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo
Cunha disputam o interesse dos
investigadores por suas possíveis delações, que focam na cúpula do PMDB (detalhes nesta
postagem). E se o Planalto tinha votos suficientes para enterrar essa
primeira denúncia (Janot deve
apresentar mais duas antes de deixar a PGR,
em meados de setembro), caso quórum para votá-la na sexta-feira passada ou
nesta segunda, nada garante que o mesmo ocorra em agosto, pois, pressionados
pelas bases durante o recesso, muitos deputados podem não estar propensos a
apoiar o governo agonizante de um presidente impopular e acusado de corrupção passiva.
A condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro contribuiu para mudar,
ainda que temporariamente, o foco dos holofotes, e a aprovação do texto base da
reforma trabalhista deu algum fôlego ao governo, mas não é o caso de soltar
rojões. E já que falamos no petralha mor, vejam mais um escárnio, mais um tapa
na cara da sociedade de bem: O deputado petista Vicente Cândido pariu uma excrescência que já vem sendo
chamada de "Emenda Lula". A proposta, feita sob medida
para favorecer o molusco abjeto, visa aumentar de 15 dias para oito meses o período
anterior às eleições em que presumíveis candidatos só podem ser presos em
flagrante delito. Mas é possível que essa questão nem chegue a ser debatida na
Câmara, até porque foi colocada pelo relator da proposta de reforma política
sem ter sequer o consenso de seus colegas de bancada, e vem sendo repudiada
pela maioria dos parlamentares.
Pela proposta esdrúxula, os postulantes apresentariam à Justiça Eleitoral
uma declaração de que serão candidatos nas eleições de Outubro, e a partir daí
ficariam imunes à prisão. Segundo Merval
Pereira, essa patacoada evitaria apenas uma eventual prisão de Lula, e não sua inelegibilidade, sem
mencionar que poderia ser alvo de contestação no Supremo, pois os
autodeclarados candidatos deixariam de ser cidadãos iguais aos demais, o que
contraria a Constituição. Em última análise, bastaria que um bandido, mesmo que
não fosse parlamentar, se apresentasse como possível candidato para estar livre
da prisão por oito meses, abrindo uma nova modalidade de ilegalidade aos
partidos políticos: a venda de vagas
para a imunidade.
Mais uma vez, as propostas de mudança nas regras eleitorais estão sendo utilizadas
para resolver interesses pontuais. Quem observa os deputados federais tem a
clara impressão de que “a ficha ainda não caiu”. A despeito de o atual sistema
ter-se esgotado, arrastado para a vala dos escândalos de corrupção, ainda há
parlamentares apegados, que não conseguem pensar em outra maneira de fazer
campanha, de se relacionar com o poder Executivo ou mesmo de manter o padrão de
vida conquistado nos últimos anos.
(*) Para encerrar, o poema Mosca Azul, de Machado de Assis:
Era
uma mosca azul, asas de ouro e granada,
Filha da China ou do Indostão.
Que entre as folhas brotou de uma rosa encarnada.
Em certa noite de verão.
E zumbia, e voava, e voava, e zumbia,
Refulgindo ao clarão do sol
E da lua — melhor do que refulgiria
Um brilhante do Grão-Mogol.
Um poleá que a viu, espantado e tristonho,
Um poleá lhe perguntou:
— "Mosca, esse refulgir, que mais parece um sonho,
Dize, quem foi que te ensinou?"
Então ela, voando e revoando, disse:
— "Eu sou a vida, eu sou a flor
Das graças, o padrão da eterna meninice,
E mais a glória, e mais o amor".
E ele deixou-se estar a contemplá-la, mudo
E tranqüilo, como um faquir,
Como alguém que ficou deslembrado de tudo,
Sem comparar, nem refletir.
Entre as asas do inseto a voltear no espaço,
Uma coisa me pareceu
Que surdia, com todo o resplendor de um paço,
Eu vi um rosto que era o seu.
Era ele, era um rei, o rei de Cachemira,
Que tinha sobre o colo nu
Um imenso colar de opala, e uma safira
Tirada ao corpo de Vixnu.
Cem mulheres em flor, cem nairas superfinas,
Aos pés dele, no liso chão,
Espreguiçam sorrindo as suas graças finas,
E todo o amor que têm lhe dão.
Mudos, graves, de pé, cem etíopes feios,
Com grandes leques de avestruz,
Refrescam-lhes de manso os aromados seios.
Voluptuosamente nus.
Vinha a glória depois; — quatorze reis vencidos,
E enfim as páreas triunfais
De trezentas nações, e os parabéns unidos
Das coroas ocidentais.
Mas o melhor de tudo é que no rosto aberto
Das mulheres e dos varões,
Como em água que deixa o fundo descoberto,
Via limpos os corações.
Então ele, estendendo a mão calosa e tosca.
Afeita a só carpintejar,
Com um gesto pegou na fulgurante mosca,
Curioso de a examinar.
Quis vê-la, quis saber a causa do mistério.
E, fechando-a na mão, sorriu
De contente, ao pensar que ali tinha um império,
E para casa se partiu.
Alvoroçado chega, examina, e parece
Que se houve nessa ocupação
Miudamente, como um homem que quisesse
Dissecar a sua ilusão.
Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela,
Rota, baça, nojenta, vil
Sucumbiu; e com isto esvaiu-se-lhe aquela
Visão fantástica e sutil.
Hoje quando ele aí cai, de áloe e cardamomo
Na cabeça, com ar taful
Dizem que ensandeceu e que não sabe como
Perdeu a sua mosca azul.
NEGOCIATA É UM BOM NEGÓCIO PARA O
QUAL NÃO FOMOS CONVIDADOS.
Depois das (boas) notícias que venho publicando acerca da
proibição da abominável franquia de dados na banda-larga fixa, volto ao assunto
por conta de uma perspectiva que me parece alvissareira, só que agora em
relação ao serviço de banda-larga móvel, provido pelas operadoras de telefonia
celular.
A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprovou na
última quarta-feira (5) um projeto de lei que permite acumular o “saldo de
internet” e utilizá-lo por até dois meses seguidos. Assim, se você dispuser de,
por exemplo, 500 MB no momento do fechamento do seu plano de dados, esse
remanescente será somado aos 2 GB (também por exemplo, já que essa grandeza
varia conforme o plano contratado) a que você tem direito de usar no mês
seguinte.
Na situação inversa, ou seja, quando “sobra mês no
final da franquia”, a velocidade de navegação é reduzida ou o serviço fica
suspenso até a liberação do novo pacote de dados. No entanto, se gente não utiliza
integralmente o pacote de dados a que tem direito, o resíduo simplesmente “evapora”, sem que a operadora ofereça qualquer compensação financeira. Se tudo correr bem, as novas regras corrigirão essa distorção, e representarão mais uma vitória dos usuários sobre o cartela das operadoras.
O texto seguirá para a Comissão de Transparência,
Fiscalização e Controle, onde os parlamentares irão decidir se a proposta
precisa passar pelo plenário, por outra comissão ou, se aprovada, seguir adiante
para a sanção do presidente da República da vez, e então entrar em vigor.
Observação: Presidente da vez porque, pelo andar da carruagem, é possível que daqui a alguns dias o deputado Rodrigo Maia esteja aboletado cadeira mais cobiçada do Palácio do Planalto. Mas isso já é assunto para a nossa comunidade de política. RIR É O MELHOR REMÉDIO: